Um novo café
Disse Zeca a Mariquinha:
Coloque o café no bule
Que eu vou ali e volto já.
Mariquinha - aproveitou e fez um
Bolo de fubá o preferido de Zeca.
O café ficou choco e o bolo mofou.
Quanto tempo já se passou...
Mariquinha continua à espera de Zeca.
Ele nunca mais apareceu
Se quer mandou notícias.
Todas as manhãs cedinho ao despertar
Do galo e a cantoria dos pássaros...
- Ela se põe frente à janela olhando
Para a estrada solitária nada além
Do murmúrio do vento e o dia raiando.
Neste instante a lenha já crepita
E borbulha um novo café...
Um aroma gostoso sobe nas suas narinas
Do outro lado ela olha a fumaça da chaminé.
Como se fosse rumo ao destino de Zeca!
Como todas as manhãs são renovadas
Ela recomeça tudo de novo...
O coração permanece como antes artafante.
Lágrimas querem saltitar de suas pupilas...
Num ímpeto ela se esquiva e as enxuga
Com seu próprio avental e sai dali dando
Uma olhada para os lados refletindo sobre
A vida e os causos; há tanta vida lá fora!
Os prados floridos, os animais felizes...
Um cheiro de mato viçoso uma fonte de águas
Cristalinas, um riacho, quantos mergulhos...
Lembrou-se, deles ali – namorando felizes.
O sol despertando calmamente beijou seu rosto
Trazendo ela a realidade, mas com interrogações.
Por quê? Será que vive? Algum animal feroz devorou?
Ou encontrou um novo amor? Todas as manhãs eram
Sempre assim.
Ah, tenho motivos para seguir em frente....
Embora dentro dela estava tudo como ele deixou!
Mary Jun
22/10/17
Às 02:09
Guarulhos,