DO OUTRO LADO
DA NÉVOA

Um conto acontecido em 1927, na cidade de Cocha Bamba na Bolívia... onde um jovem casal logo após a sua festa de núpcias iriam se hospedar numa fazenda albergue que fica no interior  daquela cidade, mas o casal queria que a sua lua de mel fosse num lugar junto à natureza.
 A festa ainda estava no apogeu quando o relógio marcava em torno de 23 horas e o casal já estava com a sua charrete carregada com os seus pertences – ao subirem naquele meio de transporte muito usado pelos campesinos, mas foram alertados pelo pai do jovem:
> Andem devagar, pois a escuridão da noite tem surpresas... fiquem atentos!
O filho agradeceu, apesar de saber que os trinta quilômetros a ser percorridos, conhecia muito bem... de dia.
>não se preocupe pai! E lá foi o casal apaixonado, com a bebida de pisco tomada na festa, já fazendo um pouco de efeito – dirigindo a sua charrete numa aventura de amor e de sonhos.
Após terem andado uns dez quilômetros eles se perderam na escuridão da noite... a sua lanterna a querosene pouco estava adiantando na noite com a acanhada lua minguante, mas seguiam em frente, mesmo ocorrendo que o rumo poderia estar errado – a estrada indicava uma curva à direta onde o mato extenso aumentava a escuridão, mas eles a fizeram corretamente, e em seguida depararam com uma  escura névoa:
> Donde ela teria vindo, e porque somente neste trecho, perguntou o rapaz?
>Não sei! Respondeu a sua amada? Mas temos que seguir mais lento!
 Então ele puxou as rédeas do cavalo e fez com que a marcha da charrete fosse  diminuída até chegar... do outro lado da névoa misteriosa – andou cinco quilômetros e a névoa continuava mais intensa... e quando estavam se aproximando do outro lado o que eles viram causou um grande susto e isto fez com que  eles desesperadamente açoitasse o cavalo que saiu em disparada – e nessa corrida a charrete começou a balançar em ziguezague e o rapaz abandonou as rédeas e abraçou-se a sua amada esposa... ouviram um grande estrondo e eles  caíram na estrada junto a um barranco, perdendo os sentidos.
Quando voltaram a si o dia estava clareando e a névoa já tinha desaparecida...  e o cavalo  continuava junto a charrete e parecia bem... o rapaz levantou-se ajudou a sua esposa a fazer o mesmo, subiram novamente na charrete deu o comando para o cavalo seguir puxando a charrete rumando ao seu objetivo.
>foi um grande susto, mas agora com dia clareando, podemos ver a estrada  e  seguiremos para a   fazenda albergue!
Seguiram pela estrada, tranquilos, mas ela mostrava que não era a mesma que ele conhecia... e isso o preocupava... mesmo assim seguiam pelo caminho em meio as vejetações sem ver alguém para perguntar se  eles estavam no caminho certo, até virem uma pequena igreja num descampado com e foi ali que pararam aliviados - foram gentilmente recebidos na igreja por um casal de idosos que ali estavam solitários e os recebeu oferecendo-lhes comidas e sucos de frutas, e ainda colocaram um balde de água para o cavalo.
>para onde vai este caminho perguntou o rapaz?
>Não sei! Mas se quiserem ficar, temos um quarto de hóspede e depois de descansarem, podem seguir!
O casal resolveu aceitar e descanar, mas ficaram intrigados pela resposta incerta do idoso. Dormiram... e ao acordarem descobriram que o casal de idosos tinha deixado café e pão para eles comerem... depois de saciarem a fome foram procurar o casal, mas eles tinham desaparecido. Procuraram pela igreja e em volta dela. E nada. Resolveram encilhar o cavalo á  charrete e tentaram explorar melhor o local pegando a estrada... andaram, andaram e os caminhos percorridos sempre o conduziam de volta a capela – se tornou um caso misterioso.
 Então o casal resolveu entrar na igreja e tentar descobrir alguma explicação. No fundo da igreja encontraram uma porta que dava acesso a um porão e nesse porão havia uma tampa de ferro no chão com um símbolo místico onde tinha um aviso: não o abra! Se não abrir a tua história continuará... se abri-la vai encontrar a verdade e o fim da tua busca. Então realmente tinha um mistério a ser decifrado.
>Vamos abri-la? Ou Não?  Perguntou o rapaz!
>Vamos abrir sim... para decifrar a verdade, seja ela o que for!
ABRIRAM... e a névoa, aquela mesma que apareceu na estada saiu pela abertura e os envolveu totalmente... e do outro lado da névoa o casal apaixonado entendeu o significado misterioso que os tornou a perder os sentidos... pela última vez.
Um campesino andando em seu cavalo viu algo que o arrepiou... um cavalo morto na estrada ao lado de uma charrete e dois corpos de um casal de jovens deitados em um barranco.
 A vida do casal acidentado teve uma continuidade por alguns instantes... na ânsia de morrer? Ou já mortos?   

Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 26/09/2017
Reeditado em 21/12/2021
Código do texto: T6125499
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