RITUAIS PARA ENCONTRAR AS LIBRAS ESTERLINAS
 
Este conto tem o testemunho de pessoas que conviveram esta história fantástica e que remete ao medo e a coragem dos ritos que antecederam onde as libras esterlinas estariam escondidas... E um deles sabia onde elas estavam.
Sou amigo de um dos que se submeteram nessa aventura incrível e que me contou os detalhes da história que tem um ritual com vários tipos de passagens e meios e alguns até horripilantes para chegarem ao local de difícil acesso onde encontrariam o  tesouro.
  Vou ter o cuidado de omitir ou trocar os nomes das pessoas e não desvendar o lugar porque não estou autorizado a fazê-lo – podem ler este conto como sendo mais uma história da vida: Ela está cheia de verdades e algumas delas com incógnitas.
Foi um senhor com apelido de Índio a primeira pessoa que ficou sabendo da existência do esconderijo das Libras esterlinas, mas ele não poderia ir sozinho, então convidou o amigo Daniel e ambos foram numa precária DKV e viajaram 150 km de Porto Alegre e lá ambos foram durante a noite se embrenhando no mato e fizeram contato com os espíritos de uma freira negra e um padre Jesuíta, que deu os primeiros rituais que os dois deveriam passar para ver se seriam  elas as pessoas que mereciam achar as libras esterlinas enterradas num lugar oculto e secreto.  
 Retornaram e contaram ao meu amigo Cesar e tentaram provar que o tesouro realmente existia – o Cesar foi à primeira vez de moto para certificar-se do lugar e para ver se a ideia dos amigos tinha fundamento e se convenceu que valeria a pena integrar aos demais. Foram os três desafiadores e corajosos no local e durante a noite entraram no mato e o Daniel fez um ritual com velas acessas em forma de cruz, pois era o único que sabia lidar com rituais espíritas.  Mas neste dia os três saíram um pouco decepcionados, pois não viram nada que os impressionassem - mas não se desestimularam da continuidade.
 Voltaram para suas casas se reuniram confabularam e resolveram ir novamente só que sem a precária DKW, mas com o carro Gol do Cesar que era mais novo - não esqueceram de levar vários equipamentos, como picaretas alavancas, enxadas, pás e uma potente lanterna feita pelo Daniel que era hábil em arrumar coisas eletrônicas – e foram decididos a resolver aquilo que chamavam de um grande desafio.
 Desta vez chegaram ao local e como era de dia, levaram o filho do proprietário do lugarejo que os levou a uma entrada estreita e de difícil acesso que seria a entrada de uma caverna. Todos entraram, e no acesso interior teria uma grande galeria e ela indicava existir outras. Seria o refugio de escravas e de padres Jesuítas. Por faltarem ferramentas e lanternas potentes já que todo o interior estava completamente escuro desistiram de continuar a exploração das cavernas. Mas elas continuam lá.
Na noite os três desafiadores voltaram menos o filho do proprietário e desceram um capão de mato fechado até encontrarem um riacho e ali novamente o ritual das velas acesas em cruz se fez presente e o Daniel fez a invocação dos espíritos da Freira Negra e do padre Jesuíta.
Mas desta vez o meu amigo Cesar ouviu um chocalho fazendo barulho característico e mais pedras sendo jogadas e uma espécie de trombeta emitindo sons rituais, acompanhado de um grito horripilante. E eles continuaram ali esperando o desenrolar dos acontecimentos. De repente tudo emudeceu menos o chacoalho que continuou no seu ritmo místico... Ouviram um galo cantando e a voz dele se transforou em fala humana de mulher e fez algumas perguntas e queria saber quem era o Cesar e ele respondeu: Sou apenas o motorista do pessoal. Acredita-se que a voz feminina queria saber quem eram as pessoas e se mereciam fazer jus ao tesouro - o espírito do padre Jesuíta não conseguia falar e sua voz era inaudível e apenas resmungava, pois não podia falar com os vivos. A voz de mulher voltou a ser de galo para posteriormente desaparecer.  (eu também já teria desaparecido).
O Daniel falou que sabia o local exato onde estavam as Libras, porque anteriormente ele pediu nos seus rituais uma prova da existência das libras - nesse dia estava chovendo e as velas acesas em cruz estavam se apagando e o Daniel e o Índio foram instruídos pela Freira negra a colocarem as velas em cima das suas cabeças que elas se manteriam acessas - e se mantiveram. O espírito da Freira negra mandou que o Daniel olhasse fixo para a mata: E ele fez isso e viu uma pequena luz que foi aumentando de tamanho até se formar uma grande bola incandescente que iluminou grande parte do mato e caiu no solo onde o tesouro estaria escondido. Este foi um relato do Daniel para o Cesar.
Sabendo do local, se preparavam com suas pás, enxadas, picaretas e instruídos pelo Daniel chegaram ao local onde ele supunha que a bola ao pousar tinha marcado o local... E cavaram de enxada picareta e pás até suas exaustões por saberem que ali o indicador da bola incandescente apontava. Tinham certeza por todos os ritos de passagem agora era só colocar as mãos nos seu tesouro e reparti-los entres os três que seriam os merecedores do grande achado...  Sabe o que eles encontraram? Nada.
  Isto aconteceu em 1983, mas o sonho continua e eles só não acharam o local e o Daniel espera que ter outra visão que o leve a outra aventura e que desta vez achem local das libras esterlinas.
É um conto verdadeiro...  Eles passaram por esta grande prova com certeza -  e tem algumas ritualidades que as verdades deles podem não ser as suas.

 
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 05/06/2017
Reeditado em 03/03/2021
Código do texto: T6019476
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