Clarice e a casa à beira da estrada IV
O lago
Elas foram caminhando pelo fundo do terreno sob a sombra do arvoredo. A garotinha a conduzia para perto de um lago, quando Clarice avistou a água, parou bruscamente. Olhou para trás e viu uma bela casa com arquitetura dos anos 40. Tomada pela angústia, disse a menina que tem pavor de rio, lagoa ou qualquer poça de água.
“Não sei o que me fez vir aqui. Da estrada não é possível ver nada além de uma casa muito velha. Você ainda não me respondeu sobre seus pais e sua mãe sumiu num passe de mágica.!” Clarice já estava ofegante e com nó na garganta. A menina, calmamente respondeu:
“Morávamos todos juntos, minha mãe, meu pai, e meus avós. Uma casa cheia de alegria.” O rosto da garota muda de expressão, ela baixa os olhos e segura as lágrimas: “Fizeram uma festa de aniversário para mim, de oito anos! Meu avô tinha uma canoa e no final da festa, meu pai me levou para um passeio no lago. Eu adorava! Meu pai não se sentiu bem e estávamos um pouco longe da margem, e por mais que eu tentasse remar, não conseguia. A canoa tombou.”
Espantada com a história, Clarice perguntou:
“E como vocês saíram de lá?”
“Não sei, acordei com meu pai dizendo que eu iria voltar, eu gritava que já estava aqui, mas ninguém me ouvia. Ele saiu dizendo que iria me encontrar e não o vi mais. Desde então, a alegria de viver aqui acabou.”
PS.: Continua...