Fantasma na biblioteca Euclides da cunha

Fantasma na biblioteca Euclides da cunha

Era umas dezoito ou dezenove horas de sábado e Dona chegava ao encontro literário sobre o "Ano de 1816 _Uma noite sem verão_."

Uma proposta do Ponto de Cultura Coletivo Multicultural, de criação para um conto de terror, nas dependências da imponente escola Oswaldo Aranha, com seus 89 anos e, muitas histórias, inclusive de terror, com seus fantasmas quase centenários.

Participaria com mais cinco jovens escritores, que deveriam ficar confinados entre às 18h a 00:00h para realizarem suas criações.

Foi nas dependências da biblioteca Euclides da Cunha, que a magnitude do acervo foi descoberto por Dona, desde a mobília, estantes, e livros, patrimônio pessoal do ilustre Oswaldo Euclides Souza Aranha, Patrono daquela Instituição.

Dona, admirada com a riqueza histórica, arquitetônica e literária, tratou de por sua imaginação a funcionar, a par das inúmeras historias contadas por seus avos, que ali estudaram. Lhe ocorreu várias ideias que no seu mundo literário seria fácil articular.

Perdida em seus pensamentos, Dona é amiudadamente interrompida por um toque em seu ombro.

Dona, vira-se para ver quem se achegara, percebeu seus companheiros muito distante, para terem sido eles, sentiu um frio lhe percorrer a espinha.

Seria uma impressão dos seus pensamentos, que ora viajava nos contos da sua infância? Ou aquele lugar era palco de alguns fantasmas?

Perguntas lhe ocorriam a medida que seu pavor crescia.

Então, Dona senta-se diante de seu notebook para dar inicio ao seu desafio, mas, todos aqueles pensamentos, agora, não lhe vinham com inspirações comuns a sua realidade de escritora.

Aqueles pensamentos, lhe causavam ansiedade e insegurança.

Estava a observar e com ouvidos atentos a qualquer ruído.

Foi quando Dona vê aquele vulto atravessando, do norte ao sul da sala, estremecida, pergunta a seus companheiros: _Estão todos bem?

_Alguém percebeu alguma coisa diferente no ar?

Então, em coro, todos disseram: _Estamos bem!

_Não, nada de fantasmas ainda. _Brincaram eles_

Dona não se atreveu contar sobre suas visões e percepções.

Tentou, inutilmente, se concentrar. Pensando, cuidando tudo a sua volta, Dona escuta um sussurro em seu ouvido: _ Eu estou presa aqui, são muitas recordações, foram 70 nos de muito amor e dedicação a essa escola.

Arrepiada da cabeça aos pés, Dona grita: _ Vocês ouviram isso?

_Não, não ouvimos nada!

_O que esta acontecendo contigo Dona? _ perguntou Maurício_

_Estas pálida como papel, enxergaste algum fantasma?

Dona responde com uma gargalhada nervosa: _ Nada, não, até parece que fantasmas existem!?

Voltando a sua incredulidade, tanto nos fantasmas como naquela resposta, aterrorizada, Dona pergunta, mentalmente ao espirito: _ Quem é você?

Nada é respondido. Um tempo depois aquele sussurro volta a lhe dizer: _ Fale sobre mim, eu moro aqui.

Nada mais foi dito pelo fantasma.

Intrigada, desejava saber quem era aquele fantasma se era mulher ou se homem, se era real ou fruto de sua imaginação, tomada, talvez, pelo proposito de estarem ali.

Se perguntava, o que ele queria que fosse falado, qual era sua historia de vida e de morte, vividos e permanecidos naquela majestosa escola do seculo XXVIII?

Quem sabe na próxima, saberei!

Ana Cristina Silveira