Clarice e a casa à beira da estrada II
A Garotinha
Se deu conta que estava na cozinha. Era grande e com armários planejados, que se desmontavam cheios de poeira. Tinha também uma mesa com um vaso de porcelana em cima o qual foi olhar de perto. Saltou para trás! Uma aranha “gigante” tecia agressivamente sua morada na antiga decoração da casa.
O susto foi tanto que sentou-se na cadeira sem saber se a aguentaria. Respirou fundo e viu que era uma cadeira rústica de madeira. “Que sorte!” Por dentro, a casa sugeria uma aparência bastante agradável, ao contrário que por fora. Ao passar pela lateral e olhar através das janelas, notou que não havia mobília, exceto na cozinha. Ainda sentada, Clarice ouviu uns burburinhos que vinham do corredor entre a cozinha e a sala.
Foi em direção ao som perdendo a percepção de onde estava entrando. Era um corredor com quadros de fotos antigas e as paredes eram brancas. Era uma criança que ria e estava se escondendo dela atrás do sofá. Mesmo sem entender como a casa parecia outra, chamou a criança:
“Ei, quem é você?”
A menina, aparentemente de uns oito anos, foi saindo timidamente para olhar Clarice, que se abaixou para falar com ela.
“Você não sabe quem eu sou?” Disse a menina fitando-a fixamente. Clarice olhou para ela, segurou suas mãos pequenas e observou atentamente a cor de seus olhos tão castanhos quanto os seus, cabelos compridos também castanhos e um pouco queimados de sol. Não queria desapontar a encantadora garotinha, porém não sabia quem era ela e respondeu:
“Sei quem é você. É a garota mais linda que já vi”! E as duas sorriram.
“Clarice, sente-se no sofá! Acertei seu nome, não é mesmo?”Disse com certa ironia.
“Como sabia”?
“Você tem cara de Clarice!”
PS.: Continua...