As três providências divinas.
Você poderia estar lendo o jornal agora, ou assistindo à TV, prestando atenção em mais uma daquelas notícias absurdas de violência em que a reação da vítima acaba da pior maneira possível, passando a integrar as estatísticas de latrocínio.
Mas essa história é bem diferente. Alguns poderiam dizer que foi pura sorte, outros que foi pura coincidência, mas a realidade mostrou que existe uma força divina capaz de nos vigiar e proteger contra o mal.
Aquela seria uma manhã como qualquer outra na vida de Victor e sua família. Levantou-se cedo, tomou banho e preparou o café enquanto assistia ao noticiário. Esperou até que sua esposa terminasse de se arrumar para irem juntos ao trabalho.
Ele abriu a porta e ficou esperando por Silvia. As crianças ficariam sozinhas em casa, pois estavam de férias e o ano letivo havia terminado, pelo menos para aqueles que não ficaram de recuperação.
Victor não percebeu nada de estranho e desceu para a garagem, deu a partida no carro, acionou o controle remoto do portão e, no exato segundo em que olhou pelo retrovisor, avistou um indivíduo que descia sorrateiramente a rampa que dava acesso à garagem.
Sua esposa, distraída no banco do passageiro enquanto se maquiava, assustou-se com o grito de Victor.
— Meu Deus!
O grito ecoou de tal forma que causou uma grande aflição em sua esposa. Silvia entrou em desespero.
Antes de continuar, retrocedamos algumas semanas.
A primeira providência.
Ao ligar o carro para retornar à sua casa após um longo dia de trabalho, percebeu um clique diferente ao girar a chave e chegou a comentar com Silvia:
— O carro parece estranho, não é normal este barulho ao ligar a chave.
— Victor, deve ser impressão sua, vamos para casa.
No dia seguinte, levou o carro até uma loja de baterias e solicitou ao funcionário que testasse a bateria do veículo.
— Senhor, a bateria está normal, possui carga e ainda é possível utilizá-la por alguns meses.
Mesmo assim, Victor pediu que o funcionário substituísse a bateria.
A segunda providência.
— Bom dia, Zacarias, quem fala é o Victor. Você pode passar em casa e fazer uma revisão no meu portão? Parece um pouco lento...
— Pode deixar, Victor. Passo lá ainda hoje.
Após algumas horas, Zacarias retornou a ligação[E1] :
— Victor, não sei como seu portão estava funcionando. Precisei trocar algumas engrenagens e o cabo de aço, e também foi necessário engraxá-lo. Agora está perfeito.
— Obrigado, Zacarias.
A terceira providência.
— Victor, neste mês será realizada a missa do livramento e eu pretendo ir — disse Silvia.
— Em que dia?
— Dia 09.
— Vamos sim.
Estavam no mês de dezembro e a missa seria realizada na quarta-feira, às 19h30.
Naquele dia, parecia que nada saía conforme o planejado. Victor e Silvia tiveram que trabalhar até mais tarde e, quando chegaram em casa, já passava das 19h.
Silvia perguntou para Julia, sua caçula:
— Filha, onde está a Gabi?
— Mãe, ela saiu com o Fábio.
— Mas nós combinamos de ir à missa, já está quase no horário.
Quando estavam prestes a desistir de ir, conseguiram falar com Gabi, que combinou de encontrá-los na Igreja.
Victor, Silvia e Julia saíram apressados. Por algum motivo, a missa ainda não havia começado e o Padre João estava atrasado. Não demorou muito para que Gabi e Fábio chegassem. Ainda havia lugares disponíveis na Igreja.
Assim que se sentaram, tocou o sino que marcava o início da missa. Saíram da Igreja em meio a um imenso sentimento de paz, tocados pelas belas palavras do Padre João. Uma das falas dizia mais ou menos o seguinte:
"Uma das coisas que não podemos negar é que nosso Deus é um Deus que nos dá a oportunidade de encontrá-lo e permanecer nele".
E continuou o sermão com Isaias 30:18:
"Contudo, o Senhor espera o momento de ser bondoso com vocês; ele ainda se levantará para mostrar-lhes compaixão. Pois o Senhor é Deus de justiça. Como são felizes todos os que nele esperam."
Voltemos ao dia fatídico:
No exato momento em que Victor clamou por Deus, o seu chamado foi ouvido, e uma força superior pisou no acelerador. O carro saiu de marcha ré e em alta velocidade, surpreendendo o malfeitor, que teve de se espremer junto ao muro para não ser atingido.
Victor fechou os olhos, deixando-se ser guiado por aquela força. Já na rua, o carro parou a centímetros de uma árvore e ele trocou a marcha para seguir em frente.
Um segundo malfeitor saiu de trás da árvore, ordenando que ele parasse e tentando entrar pela porta do passageiro, mas ela estava travada.
O homem mirou a arma que carregava em direção à cabeça de Victor e atirou. A bala disparada atingiu a canaleta da porta, a poucos milímetros do vidro, por muito pouco não o acertando.
O barulho despertou os vizinhos, que logo começaram a abrir as janelas, obrigando os malfeitores a fugirem apressados diante de uma tentativa frustrada. Em poucos minutos a polícia chegou ao local e, com algumas informações, seguiram em direção à rota de fuga.
Apesar do passar dos anos, Victor continua perplexo com todo o ocorrido, afinal, era inevitável pensar no que poderia ter acontecido. E se, na hora em que ligara o carro, o motor não tivesse dado a partida? E se tivesse dado a partida, mas o portão não se abrisse e o carro ficasse preso? E se tivesse dado a partida e saído da garagem, mas acabasse por atropelar os vizinhos que faziam sua caminhada diária e passavam em frente ao portão?
Entretanto, graças à intervenção divina, o bem venceu o mal e nada de pior aconteceu. Naquele dia, não havia ninguém na rua, nem mesmo os carros que costumavam ficar estacionadas nas proximidades, possibilitando que a manobra com o carro de Victor fosse realizada com sucesso.
Ainda hoje Victor afirma que não era ele quem estava dirigindo, pois, quando clamou por Deus, fechou os olhos e deixou tudo em Suas mãos.
Você poderia estar lendo o jornal agora, ou assistindo à TV, prestando atenção em mais uma daquelas notícias absurdas de violência em que a reação da vítima acaba da pior maneira possível, passando a integrar as estatísticas de latrocínio.
Mas essa história é bem diferente. Alguns poderiam dizer que foi pura sorte, outros que foi pura coincidência, mas a realidade mostrou que existe uma força divina capaz de nos vigiar e proteger contra o mal.
Aquela seria uma manhã como qualquer outra na vida de Victor e sua família. Levantou-se cedo, tomou banho e preparou o café enquanto assistia ao noticiário. Esperou até que sua esposa terminasse de se arrumar para irem juntos ao trabalho.
Ele abriu a porta e ficou esperando por Silvia. As crianças ficariam sozinhas em casa, pois estavam de férias e o ano letivo havia terminado, pelo menos para aqueles que não ficaram de recuperação.
Victor não percebeu nada de estranho e desceu para a garagem, deu a partida no carro, acionou o controle remoto do portão e, no exato segundo em que olhou pelo retrovisor, avistou um indivíduo que descia sorrateiramente a rampa que dava acesso à garagem.
Sua esposa, distraída no banco do passageiro enquanto se maquiava, assustou-se com o grito de Victor.
— Meu Deus!
O grito ecoou de tal forma que causou uma grande aflição em sua esposa. Silvia entrou em desespero.
Antes de continuar, retrocedamos algumas semanas.
A primeira providência.
Ao ligar o carro para retornar à sua casa após um longo dia de trabalho, percebeu um clique diferente ao girar a chave e chegou a comentar com Silvia:
— O carro parece estranho, não é normal este barulho ao ligar a chave.
— Victor, deve ser impressão sua, vamos para casa.
No dia seguinte, levou o carro até uma loja de baterias e solicitou ao funcionário que testasse a bateria do veículo.
— Senhor, a bateria está normal, possui carga e ainda é possível utilizá-la por alguns meses.
Mesmo assim, Victor pediu que o funcionário substituísse a bateria.
A segunda providência.
— Bom dia, Zacarias, quem fala é o Victor. Você pode passar em casa e fazer uma revisão no meu portão? Parece um pouco lento...
— Pode deixar, Victor. Passo lá ainda hoje.
Após algumas horas, Zacarias retornou a ligação[E1] :
— Victor, não sei como seu portão estava funcionando. Precisei trocar algumas engrenagens e o cabo de aço, e também foi necessário engraxá-lo. Agora está perfeito.
— Obrigado, Zacarias.
A terceira providência.
— Victor, neste mês será realizada a missa do livramento e eu pretendo ir — disse Silvia.
— Em que dia?
— Dia 09.
— Vamos sim.
Estavam no mês de dezembro e a missa seria realizada na quarta-feira, às 19h30.
Naquele dia, parecia que nada saía conforme o planejado. Victor e Silvia tiveram que trabalhar até mais tarde e, quando chegaram em casa, já passava das 19h.
Silvia perguntou para Julia, sua caçula:
— Filha, onde está a Gabi?
— Mãe, ela saiu com o Fábio.
— Mas nós combinamos de ir à missa, já está quase no horário.
Quando estavam prestes a desistir de ir, conseguiram falar com Gabi, que combinou de encontrá-los na Igreja.
Victor, Silvia e Julia saíram apressados. Por algum motivo, a missa ainda não havia começado e o Padre João estava atrasado. Não demorou muito para que Gabi e Fábio chegassem. Ainda havia lugares disponíveis na Igreja.
Assim que se sentaram, tocou o sino que marcava o início da missa. Saíram da Igreja em meio a um imenso sentimento de paz, tocados pelas belas palavras do Padre João. Uma das falas dizia mais ou menos o seguinte:
"Uma das coisas que não podemos negar é que nosso Deus é um Deus que nos dá a oportunidade de encontrá-lo e permanecer nele".
E continuou o sermão com Isaias 30:18:
"Contudo, o Senhor espera o momento de ser bondoso com vocês; ele ainda se levantará para mostrar-lhes compaixão. Pois o Senhor é Deus de justiça. Como são felizes todos os que nele esperam."
Voltemos ao dia fatídico:
No exato momento em que Victor clamou por Deus, o seu chamado foi ouvido, e uma força superior pisou no acelerador. O carro saiu de marcha ré e em alta velocidade, surpreendendo o malfeitor, que teve de se espremer junto ao muro para não ser atingido.
Victor fechou os olhos, deixando-se ser guiado por aquela força. Já na rua, o carro parou a centímetros de uma árvore e ele trocou a marcha para seguir em frente.
Um segundo malfeitor saiu de trás da árvore, ordenando que ele parasse e tentando entrar pela porta do passageiro, mas ela estava travada.
O homem mirou a arma que carregava em direção à cabeça de Victor e atirou. A bala disparada atingiu a canaleta da porta, a poucos milímetros do vidro, por muito pouco não o acertando.
O barulho despertou os vizinhos, que logo começaram a abrir as janelas, obrigando os malfeitores a fugirem apressados diante de uma tentativa frustrada. Em poucos minutos a polícia chegou ao local e, com algumas informações, seguiram em direção à rota de fuga.
Apesar do passar dos anos, Victor continua perplexo com todo o ocorrido, afinal, era inevitável pensar no que poderia ter acontecido. E se, na hora em que ligara o carro, o motor não tivesse dado a partida? E se tivesse dado a partida, mas o portão não se abrisse e o carro ficasse preso? E se tivesse dado a partida e saído da garagem, mas acabasse por atropelar os vizinhos que faziam sua caminhada diária e passavam em frente ao portão?
Entretanto, graças à intervenção divina, o bem venceu o mal e nada de pior aconteceu. Naquele dia, não havia ninguém na rua, nem mesmo os carros que costumavam ficar estacionadas nas proximidades, possibilitando que a manobra com o carro de Victor fosse realizada com sucesso.
Ainda hoje Victor afirma que não era ele quem estava dirigindo, pois, quando clamou por Deus, fechou os olhos e deixou tudo em Suas mãos.