O som do medo

O tic tac do relógio, é o pior som que se pode ouvir numa noite de medo. Ele faz as horas serem cruéis, aterrorizando ainda mais meu inconsciente.

Prendo a respiração para tentar espreitar um barulho ao longe, não me movo na cama; e o tic tac não para.

Cães uivam ao longe, gatos brigam em cima do telhado. Barulhos se misturam, tornando a noite cada vez mais sombria.

Imagino o cenário lá fora: almas penadas vagando, bruxas carregando suas poções mágicas, zumbis saindo de suas covas e tantas outras criaturas aterrorizando a noite.

Nestas noites, todos os terrores dos filmes vêm à mente. Não me submeto nem a descobrir os pés, ou colocá-los para fora da cama; alguém pode puxá-los.

O medo toma conta e o tic tac do relógio, cada vez mais embala meus devaneios de terror e me leva a pensar em coisas horripilantes.

Os cachorros correm pelo quintal. Será alguém? Ouço passos em direção a porta; uma sobra espreita pela janela. Neste momento, não sei se o barulho que ouço é do relógio ou meu coração pulsante de medo. Ouço barulhos na porta, uma mão agarra e gira a maçaneta com força. Me encolho na cama, os pensamentos se esvaem, não consigo esboçar nenhuma reação, o medo toma conta. A figura adentra meu quarto e num ímpeto, solto um grunhido de espanto: eis o auge do pânico.

Salto da cama, caio enrolada no edredom, me perguntando - "Onde estou, o que houve?" - e acordo assustada, após uma noite tumultuada de pesadelo.