Um conto de mistério...


SENHOR VIVER
 

  
Em um dia qualquer do ano de 1.999 eu assistia ao telejornal transmitido pela principal emissora do país, que iniciava às 20 horas em ponto. Dentre tantas notícias passava a quase despercebida reportagem sobre uma experiência desenvolvida pelo Departamento de Agricultura da Universidade de São Paulo – USP. Tratava-se pois, de um teste que se fazia em cinco fazendas no interior paulista e tinha por finalidade buscar novas alternativas que, segundo noticiado, revolucionaria a produção agrícola em larga escala.
 
Esta notícia em particular chamou-me a atenção por dois motivos: o primeiro é que sempre me preocupei com a questão da escassez de alimento em nosso planeta, e aquilo era proposto como uma das soluções nesse sentido. O segundo, por um acontecimento marcante em minha vida, nos meus tempos de criança, que vale a pena recordar.

O ano era 1965. Eu morava no campo com meus pais e dois irmãos.  Tínhamos uma área de seis alqueires onde plantávamos para nossa sobrevivência. Vivíamos tranqüilos com o que produzíamos na terra. Nosso pequeno sítio era cortado por um riacho onde meu pai fez um açude em que eu nadava com meus amigos e primos, todos vizinhos próximos.  A finalidade principal do açude era abastecer um monjolo que moía o milho, do qual era feita a farinha usada no preparo de alimentos, tanto para casa como para alguns animais, que possuíamos.
 
A nossa chácara era de fácil acesso e ficava a uns três quilômetros de uma estrada de rodagem principal, de chão, larga, onde passava o ônibus, nos dias de sol, em direção às famosas Cataratas, ponto turístico da cidade. A distância da cidade até as Cataratas era de mais ou menos 24 quilômetros e a entrada para nossa chácara localizava-se na metade do percurso, ou seja, a 12 quilômetros da cidade.  Desde a parada de ônibus seguia-se por um carreiro batido e por debaixo de uma mata virgem e fechada pelo criciumal até chegar a nossa terra.  Durante o trajeto, por esse caminho, beirando uma faixa de mata devoluta, pertencente ao exército, tinha-se a impressão que se estava sendo observado por alguém ou por alguma coisa. 
 
As divisas das terras do exército eram cercadas por arame farpado e em determinados trechos da alta cerca destacavam-se placas com as inscrições: “proibida a entrada – área militar”.  Além de boatos, ninguém por ali tinha a exata noção das atividades dos militares naquela grande área. Não se sabia se existia uma sede ou base naquelas terras. Nada.  Pois, do portão que dava para a estrada de rodagem via-se apenas um “túnel” que a vasta vegetação formava quando a estrada de chão adentrava a floresta.
 
Depois de andar por uns dois mil metros beirando aquelas terras, deparava-se com a clareira do arrozal que papai plantava deste lado do rio.  Nossa casinha ficava do outro lado. Atravessava-se o rio utilizando a barragem do açude como ponte.  Vivíamos em uma casa pobre, simples. Seu piso era de terra batida com as paredes de madeira e a cobertura de tabuinhas extraídas artesanalmente de troncos de árvores da região.
 
Eu, como toda a criança daqueles tempos, brincava muito.  Ao lado de casa havia um pequeno potreiro onde jogávamos futebol com bola de plástico. Em tempos de calor, colhíamos melancia e colocávamos na água do açude a fim de resfriá-las para depois das peladas.  Mas, onde eu gostava mesmo de brincar era em uma casa abandonada, próxima de onde morávamos.
 
Nossa terra fazia divisa ao norte (lado esquerdo) e oeste (fundo) com a mata virgem do exército. Já pelo sul (lado direito) confrontava-se com uma terra estreita e baldia, com uma vegetação baixa, mais precisamente uma capoeira de vassouras silvestres.  Depois dessa terra ficava a casa abandonada. Para chegar até ela bastava atravessar uma faixa de uns 80 metros, por um carreiro beirando o rio, sombreado pelo vassoural.
 
Quase todos os domingos, o programa predileto da turma de amiguinhos, era o de brincar naquela casa.  Nela havia apenas duas peças, mas era bem melhor que a nossa. Em época por nós desconhecida, ela fora construída com tábuas largas de madeira nobre, de lei, peroba-rosa, talvez. Com mata-juntas nas paredes; assoalho de tábuas largas, entremeadas por pequenas frestas. Não havia forro, porém era coberta com telhas de barro cerâmico. Alicerçada em grossas toras de madeira, a mais ou menos meio metro do chão, a casa compunha-se como construção, finalmente, nesse conjunto.  Na cozinha havia uma espécie de fogão de tijolos e barro com uma trempe de ferro que servia como chapa; uma pia de madeira; uma mesa e algumas prateleiras. No quarto havia uma armação de madeira com um colchão feito com palha de milho.  Ou seja, a casa era “mobiliada”.
 
Conforme ritualisticamente fazíamos, primeiro entrava um de nós, por uma janela sobre a pia da cozinha e abria a tranca de madeira da porta, para que os demais entrassem. Ao sairmos, na hora de ir embora, invertia-se o ritual: outro trancava tudo; deixava-se como estava e saía-se pela mesma janela da entrada, a qual ficava encostada para a próxima vez.
 
O terreno em que se localizava a “nossa casa abandonada” era de mais ou menos dois alqueires e de topografia praticamente plana.  Formava-se por uma tira de uns oitenta metros que começava no rio e terminava na selva do exército. A casa foi construída próximo ao rio, onde havia algumas árvores formando um pequeno bosque em sua frente. Entre a casa e o rio havia um gramado também, onde o morador anterior possivelmente mantinha alguns animais.  Na parte de trás, um pequeno pomar formado por pés de laranja, tangerina e limão, completava o local da morada. Logo após o pomar havia uma área cultivável de um alqueire mais ou menos e aos fundos uma pequena mata encerravam a propriedade.
           
Sobre àquele lugar, os moradores mais antigos contavam várias histórias, todas cercadas de mistério, mas eu, na minha inocência de criança, talvez nem prestasse atenção direito. Hoje, passados tantos anos dou-me conta de que até presenciei ou fiz parte das histórias misteriosas que se noticiavam pelos vizinhos.
           
Em um belo dia de domingo, reunimo-nos, como fazíamos costumeiramente, eu, meu primo, minha prima, meus dois amigos e duas amigas. Éramos sete no total. Todos na faixa dos 10, 11 anos de idade.   Atravessamos o vassoural e fomos direto à casa.  A janela de sempre, para nossa surpresa, não abriu. Experimentamos abrir as demais janelas e também: estavam trancadas. Fomos até a única porta, na tentativa de abri-la, mas quando um dos meus primos, que estava na frente subiu o degrau, escutamos calados, alguns barulhos dentro da casa.  Apenas nos deu tempo de olhar uns para os outros e a porta abriu-se.  Surgiu então um homem alto, branco, de barba comprida e ruiva, olhos cor de mel, cabelos até os ombros, braços longos, mãos grandes. Usava uma roupa branca, semelhante a um macacão, inteiriço até os pés. Usava um cinto largo, também branco, mas parece que de outro tecido. Olhou-nos sério, mas perguntou com certa ternura:
 
- O que vocês querem?
- Nada. Respondemos assustados.
 
Em frações de segundos, refleti pela primeira vez a respeito daquela casa...

Quem era seu dono? Seria aquele homem?  Devia estar bravo com a gente, pois estávamos sempre invadindo sua casa? Como ele se mudou ali tão de repente?  O que faria conosco? Finalmente o homem sorriu e vimos seus dentes brancos.
 
- São meus vizinhos?  Perguntou calmamente.
- Somos. Respondemos em uníssono.
- Não tenham medo. Entrem.
- Não, não, obrigado...
 
Fomos embora, prometendo voltar outro dia. No caminho, entretanto, combinamos  nunca mais voltar a brincar naquela casa.
 
No dia seguinte, pela manhã, fui à escola, mas, minha cabeça estava na velha casa. Ao chegar da aula, comi alguma coisa e não me contive: voltei à casa antes abandonada. Não havia contado, obviamente, 
aos meus pais o que ocorrera no dia anterior. Portanto, em nada se preocuparam quando eu lhes disse que iria até a “casa abandonada”.
 
Quando lá cheguei a porta estava aberta. O homem não estava. Curioso, subi o degrau e olhei para dentro. E, o que mais me chamou a atenção foi um pequeno aparelho com duas antenas, como um radinho, que emitia um som semelhante a estar mal sintonizado. Uma “chiadeira” na verdade. Sem contar ferramentas normais de trabalho do campo, tais como, enxada, foice, facão, machado, utensílios domésticos, livros, etc.
 
Quando eu estava com o pescoço comprido bisbilhotando e pensando como tudo aquilo veio parar ali sem a gente ter visto movimento naquele fim de semana, fui surpreendido pela voz grave do homem, em minhas costas:
 
- Fala garoto!
- Só estava olhando. Tímido e trêmulo respondi.
- Tudo bem!  Entre... Convidou-me.
 
Entrei e já fui perguntando:
- Como é seu nome?
- WIVER, respondeu.
- Como?  - WIVER, repetiu.
Como percebeu que eu não havia entendido, pegou um carvão no fogão e escreveu sobre o assoalho.
- Ah!  - “VIVER”. - senhor Viver. Concluí.
       
Foi como entendi o nome daquele homem e assim passei a chamar meu novo amigo: senhor Viver.
 
Sempre que podia estava lá visitando meu estranho vizinho.  Estranho porque era diferente. Não visitava ninguém, como é comum na vida do campo.  Falava pouco.  Quando alguém o visitava, jamais interrompia o que estava fazendo.  Dificilmente fazia alguma pergunta.
 
Desde que apareceu por lá o senhor Viver passou a trabalhar com afinco na lavoura.  Trabalhava muito.  
 
Um dia fui visitá-lo e estava plantando. Havia limpado toda a área de cultivo e apenas manteve intacta a pequena mata nos fundos da terra.  Era meado de setembro e fazia aproximadamente um mês que o senhor Viver chegara.  Às costas carregava uma espécie de mochila onde se viam apenas as antenas daquele aparelhinho que estava sobre a mesa no segundo dia da chegada do meu vizinho. Plantava com uma plantadeira manual, desordenadamente, plantas variadas.  Carregava a máquina com semente de milho, por exemplo, e salteava pelo terreno. Depois carregava com feijão e plantava também salteado pelo meio. E assim fazia com diversos tipos de semente. 
     
A lavoura do senhor Viver destacava-se da dos vizinhos, pela exuberância e rapidez com que crescia. Perguntei por que não plantou separado por produto como todos faziam. Respondeu que para isso precisava preparar a terra adequadamente “ponto por ponto”, e estava sem “matéria” para isso. Assim plantou apenas baseado nas “informações” que recebera e que em verdade eram instruções de preparo da terra.  Perguntei de onde vinham tais informações.  Sua resposta limitou-se em apontar ao aparelhinho na mochila, o mesmo que estava sobre a mesa da cozinha no primeiro dia em que o conheci.
 
Falava-me muita coisa que eu não entendia, mas guardei na memória os comentários que fez nessa ocasião sobre a fome no mundo e a falta de tecnologia no campo.   Dizia que: “vocês devem produzir comida, principalmente cereais e preservar as fontes de água potável, para os tempos difíceis que virão”. Apontou novamente o tal aparelhinho e disse que: "em um futuro não muito distante, isto será uma revolução para a humanidade em termos de localização, e em especial a nossa agricultura de grande escala, que é o que me interessa". Aproximei-me e olhei melhor aquele estranho aparelho e percebi-lhe um painel digital dividido em duas partes.  Pedi-lhe para ligá-lo, o que assentiu com um gesto de cabeça. Ao ligá-lo, apareceram imediatamente estranhos números, que me explicou sendo coordenadas de localização, e que mudavam com o mínimo deslocamento do pequeno aparato. Na parte de baixo do painel piscava uma luz e fazia aquele chiado de rádio mal sintonizado.
            
O senhor Viver tomava muita água, alimentava-se relativamente pouco pelo seu tamanho e compleição física. Além disso, não usava sal nem açúcar em sua dieta, contou-me.
 
Um dia abri um livro daqueles e a escrita parecia aquilo que hoje entendo como “chinesa”, ou seja, não entendi nada daqueles rabiscos.  Quando ele não estava trabalhando ouvia um tipo de música parecido com a clássica, mas nunca consegui localizar de onde vinha aquele som agradável. Perguntei se havia morado em outros lugares do mundo. Respondeu que sim e falava todos os idiomas e dialetos existentes “neste planeta” (?!) Mesmo com toda minha ignorância o senhor. Viver intrigava-me. A meu ver fazia algum tipo de pesquisa, pois quase todo dia havia diferentes amostras de vegetação nativa sobre a mesa e que logo desapareciam. Mas, eram substituídas por outras espécies, que também desapareciam, e assim sucessivamente...
 
O senhor Viver ensinou-me muitas coisas. Falava-me, por exemplo, sobre música, matemática, astronomia, psicologia, filosofia e história das civilizações.  Era dotado, obviamente, de uma didática espetacular para que eu pudesse entender com tanta perfeição. Apesar de eu ter esquecido bastante através dos tempos.
 
Sobre o relacionamento humano, marcou-me quando falou da ingratidão. Dizia que “os animais-bípedes-intelectuais-tridimensionais euclidianos chamados equivocadamente de humanos esquecem muito rápido o que lhes fazem de bem e nunca esquecem o que lhes fazem de mal, e que, deveria ser ao contrário”.
 
Falou–me sobre a inexistência do tempo. Disse que o tempo fazia parte da quarta dimensão juntamente com comprimento, altura e largura; que o amor, mais tempo, mais comprimento, altura e largura formam a quinta dimensão e assim por diante, até a décima oitava, que formam o conjunto das dimensões superiores, positivas ou paraísos. Segundo ele, também existem as infra dimensões, negativas ou infernos que são em número de sete.
 
Perguntei o que era “euclidiano”.  Respondeu que “era de Euclides, um dos nossos que orientou ‘vocês’ sobre matemática, geometria e a terceira dimensão que vocês fazem  parte neste momento. Ou este “Plano”. Perguntado sobre aquela casa, ele respondeu que: “tudo aqui é nosso há muitos anos”. Sempre que eu não entendia alguma coisa (e quase não entendia nada), ele me explicava e re-explicava sorrindo,  passo a passo. Aproveitando tamanha boa vontade, segui com o “interrogatório”:
 
- Existe céu e inferno mesmo?  Perguntei.
- Existe. Mas não exatamente como ensinaram a você, amiguinho, respondeu.
- Como é então?
- O carma, por exemplo, alguns de vocês costumam chamar de “inferno”, mas em outra oportunidade explicar-lhe-ei melhor. Por enquanto ou quando você crescer mais procure ler ou inteirar-se sobre “nossos irmãos” que passaram por esta dimensão, neste sistema e que escreveram alguma coisa sobre esse assunto.
 
- Quem? Perguntei.
- Vários, mas existe um bem conhecido por vocês como Dante Alighieri e outro nada conhecido que surgirá, Samael Aun Weor.
 
Muitos anos depois fui saber que Dante Alighieri tratava-se de um poeta, filósofo e teólogo, nascido em Florença, Itália no ano de 1265, em cuja obra máxima, A Divina Comédia, a qual diz até tratar-se de uma obra iniciática, escreveu sobre o inferno.
 
Já sobre Samael Aun Weor, nascido na Colômbia, mas que viveu toda a vida no México, “descobri” que era um mestre da gnose (do grego gnosis – conhecimento), movimento filosófico e religioso que teve início na antiguidade e difundido a partir do século I, e que escreveu muito sobre dimensões inferiores ou infernos.
 
- E o que é o carma? Prossegui.
- É uma medicina que se nos aplica para nosso próprio bem. Desgraçadamente, as pessoas, em vez de se inclinar reverentes ante o eterno Deus, protestam, blasfemam, justificam-se a si mesmas, desculpam-se nesciamente e lavam as mãos como Pilatos. Com tais protestos não se modifica o carma; ao contrário, torna-se mais duro e severo.
 
Eu era dotado de boa memória, é verdade. Mas sequer sonhara sobre algo semelhante.  Eu era apenas uma criança da roça... 
 
Chegara à colheita e tudo que o senhor Viver havia plantado distribuiu entre a vizinhança, que a essa altura fofocavam nas rodas dominicais, de baralho, a origem daquele homem.  Muitos afirmavam ter visto luzes durante a noite sobre aquela mata nos fundos do terreno. Outros diziam existirem marcas no solo.  E havia os que falavam existir uma mina de ouro no subsolo sob o assoalho daquela casa. Segundo estes últimos os fenômenos ali vistos “era coisa de russos e americanos”. Mas, o que ocorria de verdade, eu me lembro, eram luzes estranhas e silenciosas, à noite, e na seqüência, helicópteros militares barulhentos sobrevoando toda a região.
 
Em um sábado à tarde, bem próximo do natal, fomos com toda a turma visitar o senhor Viver. Ele estava sentado sob uma árvore em frente a casa.  Conversamos bastante e eu pedi que me explicasse melhor sobre aquela história do tempo e as dimensões positivas.  Pediu-me para passar no outro dia, domingo, e, sozinho.
 
O fato é que o senhor Viver desaparecera da mesma forma como apareceu.  A casa estava trancada. Fui até a janela que outrora pulávamos. Estava encostada. Pulei-a como nos velhos tempos.
 
Sobre a mesa estava escrito com carvão: “Eu sempre estive aqui, mas insistem em dizer que eu fui embora há dois mil anos. Esta é uma breve história do tempo. Até de repente, amiguinho. WIVER”.
 
A revolução na produção agrícola, de que falava a reportagem, e que me lembrou esta história era uma idéia bem simples e consistia em síntese em mapear o rendimento exato, por metro quadrado, de uma área de solo corrigido e plantado, na hora da colheita. O pedacinho de terra colhido que rendia mais era analisado. E todo o solo, para o próximo plantio, seria corrigido e adubado exatamente conforme aquele pedacinho mais produtivo. O mapeamento da produtividade era simplesmente feito com Máquinas Colheitadeiras equipadas com computadores e Aparelhos de Localização por Satélite – GPS, parecidos com aquele aparelhinho que eu vi em 1965 com o Senhor Viver.
  

FIM

 

NOTA DO AUTOR:
Esta história completa está sendo escrita em livro. Contendo inclusive a narrativa de outros contatos e ensinamentos com o Mestre Wiver.

 

Luiz Carlos Gomes
Enviado por Luiz Carlos Gomes em 24/04/2016
Reeditado em 06/02/2022
Código do texto: T5614516
Classificação de conteúdo: seguro
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