OS CAÇA OVNI'S - capítulo 23
XEQUE-MATE!
Madrugada de sexta para sábado, no quarto de Ruben...
O despertador do celular tocou com um lembrete na tela e Ruben despertou, irritado, e olhou o celular.
- Seu celular burro, o aniversário da Edna é dia 18.
Ele esbugalhou os olhos durante um curto pensamento e olhou rapidamente o calendário, nem estava ciente de que já era dia 19 de julho, andava com a cabeça tão ocupada ultimamente. Levantou-se da cama e foi até o quarto de João Paulo, tentou acordá-lo com sacudidas.
- João Paulo...
- Não... Deixa eu te beijar só mais um pouquinho...
- João Paulo, acorda!
- Hã? O quê? Ruben!
- Com o que você estava sonhando?
- Bem...
- Esquece. Escuta, ontem foi o aniversário da Edna!
- Parabéns pra ela.
- João Paulo, a gente esqueceu do aniversário dela!
- Espera aí, você esqueceu! Porque eu nem sabia.
- Era por isso que ela estava tão estranha... A gente tem que fazer alguma coisa pra ela.
- Tudo bem, levamos ela pro shopping à tarde. Agora deixa eu dormir...
- Vamos fazer algo agora!
- Agora? Mas ainda é madrugada!
- Levanta daí, vamos preparar um bolo.
- E você sabe fazer bolo?
- Não deve ser tão difícil assim. Vem.
Os dois foram na ponta dos pés até a cozinha e separaram alguns ingredientes que precisariam para o bolo.
- Ruben, você tem certeza de que o bolo leva óleo de cozinha?
- Quase tudo que se come leva óleo e lembro de ter visto Edna pôr óleo nos bolos.
- Ok... E a gema dos ovos? Vai junto com a clara?
- Claro! Põe tudo.
- Será que dá pra assar o bolo no microondas? Assim economizaríamos bastante tempo.
- Acho que não tem problema, a gente faz quase tudo no microondas!
O resultado de tudo isso foi uma cozinha de cabeça para baixo e um bolo que mais parecia feito de gesso fresco. Ruben foi quem carregou o bolo até o quarto de Edna, onde ela dormia tranquilamente, e João Paulo deu-lhe o maior susto com o soar da língua-de-sogra. Edna se sentou na cama e Ruben começou a cantar com a ajuda de João Paulo:
- Parabéns pra você...
- Atrasado!
- Parabéns pra você...
- Atrasado!
- Parabéns pra você-ê...
- Atrasado!
- Parabéns... Pra... Vo... Cê...
- Atrasado!
Edna franziu o cenho e com um sorriso forçado, disse:
- Nossa, que... Legal.
E João Paulo começou mais uma canção:
- É hora de apagar a velinha, vamos cantar...
Edna nem o deixou terminar e já havia apagado a vela, e falou:
- Já posso voltar a dormir?
E Ruben, apresentando uma espátula e um pratinho descartável, disse:
- Ainda falta o bo-lo!
Edna olhou com enojamento para aquele bolo que lembrava a cara de alguém com dor de barriga e partiu um pedaço, quase não conseguia separar a massa da espátula.
- Para quem vai o primeiro pedaço?
Perguntou Ruben, enquanto João Paulo torcia em pensamento "que não seja eu, que não seja eu..."
- Para o JP.
- Droga...
Resmungou João Paulo e aceitou fingindo ter adorado.
- Nos desculpe por termos esquecido seu aniversário.
- Está tudo bem, Ruben.
- Sério?
- Sim. Agora, me façam um pequeno favor...
- O que quiser.
- Sumam daqui e me deixem dormir!
Às sete horas da manhã, quando Edna levantou da cama para ir tomar uma ducha, entrou no banheiro e abriu o armarinho, retirou um creme corporal e ao fechar a porta do armário viu através do espelhinho um ser alienígena, levou um susto, no entanto, resolveu não gritar.
- Humiana Edna... Devia ecstar prenocupada com seos palis.
- Meus... Pais?
- Eles ecstão em nosas mãos e voxê e seos amigos no têm fecto nada para salvá-lios.
- Não sabemos mais como convencer a agência espacial a parar de explorar o espaço. Tentamos, mas nada é o bastante! Por favor, não há como entrarmos em um acordo? Será terrível se tivermos que lutar contra vocês.
- Sinto muito, mas demonos alos humianos um tempco, se no estão disporstos a faxer o cierto, só recstará eliminiarmos todos voxês!
- Então me diga, quanto tempo nós temos?
- Exactamente um ciclo de 24 horas.
- O quê? Mas o que podemos fazer com apenas mais um dia?
- Eso no sou eu que siei.
- Tudo bem, então resolveremos isso. Mas vocês terão que trazer meus pais, com vida!
- Si, os trariemos em nosa nave, mas só os liberertaremos quando tudo ecstiver resovido.
O alienígena sumiu num portal que surgiu no meio do banheiro e Edna se encostou na parede e deslizou até o chão, chorou em desalento, como uma criança, há tanto tempo não chorava, há muito tempo. Depois disso, ela enxugou as lágrimas e foi ter com Ruben e João Paulo, eles tomavam café.
- Um alienígena veio falar comigo.
- Como disse?
- Isso mesmo, Ruben, ele apareceu no banheiro...
Não demorou para João Paulo fazer um de seus comentários bobos:
- Quem dera eu fosse esse alienígena.
Edna o fitou com menosprezo e complementou:
- Ele disse que só temos 24 horas para acabar com as explorações espaciais, ou adeus planeta Terra!
- 24 horas? 24 horas? Como resolver isso em 24 horas? Edna, você sabe que nossas tentativas são inúteis...
- Eu sei, Ruben, eu sei!
E João Paulo perguntou:
- Então o que faremos?
No que respondeu Edna:
- Se não podemos convencer a sociedade, então vamos nos unir a ela.
- Como assim?
- Lutaremos contra os alienígenas. Se é guerra o que eles querem, é guerra que terão!
- Mas, Edna, eles são muito...
- O quê? Fortes? Sanguinários? Ora, nós também temos nossas armas! Entrar numa guerra contra aliens não quer dizer que eles que terão de ganhar a guerra!
- Só que não será fácil... Lembra que tentamos matá-los e eles não morriam de nenhum jeito?
Falou João Paulo, quando Ruben refletiu sobre a questão e disse:
- Porque há algo neles que ainda desconhecemos. Pelo que sei, vampiros são imortais, alienígenas não. Venham comigo.
Ruben os levou até o laboratório e lá ainda estava na caixa de vidro, intacta, em perfeito estado, a criatura que acharam no quintal de Inácio. Ruben vestiu as luvas e uma máscara, abriu a caixa e pediu a João Paulo algumas ferramentas e com uma faca nas mãos, ele disse:
- Criaturinha esquisita, é hora de descobrirmos você.
Ruben cortou a criatura no meio, sua pele era tão mole que não foi difícil! E imediatamente, eles descobriram o que queriam, a resposta que procuravam...
- O coração dele fica na cabeça!
Falou Edna, impressionada, e João Paulo concluiu:
- É por isso que não conseguíamos matá-los, estávamos atirando contra o peito e nunca na cabeça! Xeque-mate!
Continua...