OS CAÇA OVNI'S - capítulo 20
UMA PALAVRINHA
Quinta-feira, no prédio dos Caça OVNIs, mais ou menos às 6:00h da manhã...
João Paulo andava de um lado para o outro no escritório, ao passo que deixava Edna e Ruben entontecidos.
- Maravilha! Perfeito! Como vamos pedir para a agência espacial suspender as pesquisas no espaço? Seria como dizer para o sol parar de brilhar e Rolling Stones parar de tocar rock!
Disse João Paulo.
- E não foi você mesmo que disse que precisamos acreditar em nós mesmos?
Lembrou-o Edna.
- Sim, mas... Nesse caso, parece bem presumível o que ouviremos deles.
E Ruben, concentrado no computador e manuseando mouse, disse:
- É, as pesquisas que faço mostram que a agência espacial do país realizou várias investigações no espaço... Espera... Olha essa matéria atual do site: após aparecimento de naves espaciais e seres alienígenas na cidade, nessa quarta-feira, a agência espacial do país instala novas câmeras no espaço e capturam novas imagens intrigantes de naves espaciais em pouso e silhuetas de seres estranhos no planeta vermelho.
- Marte? Mas, os alienígenas não nos disseram que eram de Júpiter?
Indagou Edna.
- Isso só pode significar que... Não estamos lhe dando apenas com uma espécie de Júpiter, mas com espécies de outras demais planetas! Céus!
- E se eles se reunem e destroem a Terra?
- Calma...
Ruben se pôs de pé e passou a pensar, enquanto João Paulo dizia agitado:
- Estão vendo? A agência tem toda a culpa! Não se cansam de explorar o espaço! Temos que pôr um fim nisso e não ousem em dizer que eles não vão nos ouvir, porque terão que nos ouvir!
- ...
Aos chegarem na agência, os Caça OVNIs procuraram diretamente pelo diretor da agência espacial e foram direcionados ao escritório para discutirem pessoalmente.
- Conheço vocês... Caça OVNIs! Acertei?
- Sim, e me chamo Ruben e esse é João Paulo e essa é Edna.
- Sejam bem vindos à agência! Mas, o que os trazem aqui?
- Viemos...
Ruben hesitou em falar, mas João Paulo estimulou-o com um olhar de ordem.
- Viemos pedir que a agência pare de explorar o espaço!
- Como é?
- Fomos atacados por alienígenas que estão furiosos por causas das diversas filmagens que vocês estão fazendo dos planetas e estão ameaçando destruirem toda a Terra. Vocês precisam parar com as filmagens! Estão perturbando ele!
- (riso) você faz ideia do que está me pedindo? Se estamos explorando o espaço é porque esse é o nosso trabalho! E ainda mais depois do que vimos acontecer no parque da cidade, precisamos descobrir o que há além da Terra e a sociedade, mais do que nós, estão curiosas, querem respostas, explicações, pistas! É por isso que fazemos o que fazemos, porque as pessoas gostam do nosso trabalho!
- Ah, é? E por que não gostam da gente?
Perguntou Ruben, em pensamento, quando João Paulo meteu-se na frente e falou em tom alto para o diretor:
- Olha só, entendemos que esse é o trabalho de vocês e já esperávamos que dissesse isso, mas agora não é um problema só de vocês, é de todos nós que habitamos a droga dessa Terra! E não pense que estamos estáveis com isso, pois também seremos obrigados a reter nossas pesquisas, porque não queremos que um bando de alienígenas faça um massacre no planeta! Precisamos detê-los, afastá-los! Mas só não poderemos, temos que nos unir e discutir o que devemos fazer.
- Tá, vocês querem que paremos com as explorações. Mas, e quanto a eles? Esses OVNIs, desde muitos e muitos tempos atrás vêm aparecendo na Terra! E o que vocês acham que é isso? Não é invasão? Investigação? Se estamos bisbilhotando o mundinho deles, é porque de antemão eles nos bisbilhotam!
- Isso não importa. Vocês vão... Vão fazer alguma coisa aí ou não?
- Sinto muito, mas esse pedido é inaceitável.
- Tudo bem, então falaremos com o prefeito, ele esteve de acordo a nos apoiar no que precisarmos.
- Podem ir, mas ele vai dizer a mesma coisa.
Não tiveram sucesso nessa tentativa, mas ainda tinham uma esperança e ela estava numa reunião da Câmara Municipal.
- Vamos esperá-lo aqui fora.
Disse Ruben, e eles esperaram até o fim da reunião para falarem com o prefeito. Meia hora depois, quando esse ia saindo e viu os três ali fora, tentou passar despercebido, mas era impossível.
- Prefeito!
- Meu amigo João Pedro!
- João Paulo. Lembra de mim, não é?
- Sim, claro que eu lembro, você interrompeu meu discurso na inauguração da Unidade de Saúde.
- É, lembra mesmo! O senhor poderia nos dar um tempinho de atenção para algo importante que temos a dizer?
- Olha, se é sobre o saneamento básico, eu já disse que esse é um assunto que não me diz...
- Não, tem a ver com outra coisa.
- Então vá dizendo, enquanto aceno para o povo.
- Sabe aquela desgraça no parque, ontem à noite?
- Sim, todos estão apavorados por causa disso e até foi um dos assuntos da reunião.
- É? E vocês planejaram algo a respeito? Quer dizer, o que resolveram fazer ou, o que acharam daquilo?
- Pedimos informações à agência espacial e eles nos mostraram vídeos que gravaram do espaço com aparições de naves.
- Ah... E o que disseram ao prefeito?
- Que vão continuar as filmagens no espaço para ver se descobrem mais alguma coisa.
- E sobre as naves que pousaram no parque e os alienígenas que mataram centenas de pessoas e depois se foram, o que falaram?
- Acreditam que eles estejam apenas tentando se associar aos seres humanos e só se sentiram ameaçados com os soldados e com a polícia e por isso reagiram contra estes.
- E se eu disser que o real motivo de terem feito isso é porque estão incomodados com as explorações que a agência espacial tem feito ao espaço?
- É?
Dizia tão somente o prefeito, cumprimentando as pessoas e alisando os cabelos, no quando João Paulo fazia o máximo para chamar-lhe a atenção.
- Sim, prefeito! E não é só isso! Os alienígenas se comunicaram com a gente e disseram que, se caso não puserem fim nas filmagens, eles irão pôr um fim em todos nós da Terra!
- Verdade? Puxa, que legal!
- Seu prefeito, o senhor ouviu bem? Eles vão destruir o planeta!
- Filho, você está falando de centenas de países que contam com forças armadas, tecnologia avançada, máquinas poderosas, contra uma turminha de marcianos com naves que brilham como estrelinhas. O que temos a temer?
- O senhor não entendeu, é provável que essa "turminha" também conte com a ajuda de outras "turminhas" bem mais fortes e maiores! Vai lá se saber quantos planetas habitados existem além da Terra?
- Quem sabe, se vocês deixassem a agência espacial fazer seu trabalho, eles descobririam.
- Mas, o senhor disse que poderíamos contar com seu apoio.
- E o que querem que eu faça? Que eu mande todo mundo pra Vênus, ou Plutão? Eu só tenho poder sobre essa cidade, e o resto da Terra? Não somos só nós que estamos investigando esses ETs! Ou somos?
- Pior que não. Mas a agência espacial de nosso país é a que mais tem investido nessas investigações a outros planetas, o senhor poderia ao menos ter uma conversinha com o presidente, para que possam fazer alguma coisa!
- Eu? Incomodar o presidente só para falar de... De ETs? Eu não! Se quiserem, falem vocês mesmos! Agora, me deem licença.
- Toda.
Continua...