OS CAÇA OVNI'S - capítulo 16

EM RITMO DE SUSPENSE

Às 19:30 daquela noite, no teatro da cidade...

Ruben e os outros chegaram de caminhonete e equipados, nada tão formal para quem ia a uma noite de gala, não fosse Ruben com seu fino terno o trio seria totalmente ignorado. Eles entraram no teatro e o concerto já estava acontecendo.

- Ok, Edna, você vai por ali. João Paulo pro lado de lá e eu vou procurar Diana. Se virem o suspeito avisem pelo rádio comunicador.

Assim eles se dividiram, Edna foi para a direita, João Paulo para a esquerda e Ruben à procura de Diana. O local estava lotado de gente elegante e maioria de classe alta, classe média, mas gente que era amante de música clássica e de bom conteúdo. Mas por haver tantas pessoas assim o trabalho de encontrar o alienígena era maior para os Caça OVNIs! Ao som de Baker Street, interpretada por saxofones, guitarra, violinos, piano... A busca tornava-se deslumbrante!

- Diana! Até que enfim te encontrei.

- Ruben? Por que esses equipamentos? E essa arma?

- Não se exalte, mas tenho a imprensão de que quem você viu não se tratava de mim, mas de um alienígena.

- Alienígena!?

- Shiiii! Não queremos assustar ninguém, muito pouco o alienígena.

- Mas, Ruben, eu te convidei para assistirmos ao musical!

- Eu sei, mas há um ser ameaçador entre nós e preciso encontrá-lo!

Ruben deu um beijo no rosto de Diana e a deixou ali. Enquanto isso, do outro lado, João Paulo andava por entre as pessoas a observar seus rostos e comportamente, pedia licença e às vezes empurrava, olhava para um lado, para o outro... E viu dois suspeitos, eram exatamente iguais! E apontou-lhes a arma.

- Parados!

- O quê? Está louco? Abaixe essa arma!

- Pensou que ia fugir, não era? Qual dos dois é o alienígena? É você, não é? Ou você?

- Alienígena? Isso é um insulto!

- Não vê? Ele te copiou! São exatamente iguais!

- Somos gêmeos.

- Ah... Desculpe.

Continuou procurando e bateu de frente com Edna.

- Nada?

- Nada.

De repente, Edna avistou uma pessoa com uma fisionomia estranha no canto da parede e gritou:

- Ali, JP!

João Paulo ignorou a questão de haver muitas pessoas no salão e atirou na direção do suspeito, assustando as pessoas e sendo repreendido por Edna.

- Não faça isso!

- Edna, ele está escapando!

- Vamos lá!

Após o tiro, a música havia parado e todos se entreolhavam, arrepiados e os seguranças procuravam o responsável pelo tiro, mas Edna e João Paulo saíram do teatro e atravessaram a rua atrás do alien.

- Ele está indo pro parque!

- Corre, JP!

Ruben ainda estava no teatro e viu os amigos saírem, quis ir junto à eles, mas a polícia chegou no local e pegando-o no flagra com arma em mãos, o cercaram.

- Parado aí!

- Mas...

Os policiais puseram Ruben sobre o capô da viatura e algemaram seus punhos, ao passo que ele tentava se explicar.

- Não podem me prender, sou apenas um caçador de OVNIs! E vim livrar as pessoas de um ser perigoso!

- Ouviram isso? (riso) vou adicionar à lista de desculpas de última hora. Ponham ele na viatura.

Diana viu o momento em que Ruben era colocado na viatura da polícia e gritou:

- Não! Não o prendam!

Depois disso, o concerto foi cancelado. Mas João Paulo e Edna resistiam na perseguição, foram parar dentro de uma mata escura e longe do soar de um instrumento, mas seguiam aqueles passos rasteiros, incansavelmente. Até que João Paulo caiu, Edna pensou nele ter tropeçado, mas estava sendo puxado pelas pernas! E suas mãos tentavam segurar o chão e deixavam marcas na terra de quem pedia socorro.

- JP!

Edna atirou várias vezes contra a escuridão, a escuridão na qual o companheiro desapareceu. Sentiu que havia algo por trás e devagar foi se virando... O que era aquilo? Aqueles olhos mais negros que o véu da noite, aquela aparência que fazia arrepiar e era frio como uma manhã de nevoeiro. Era o ser mais terrível que já havia visto, não pela primeira, mas pela segunda vez, ora esse lhe trazia uma lembrança que quase já adormecida se escondia em sua memória... Quando tinha apenas seus cinco anos de idade, naquela noite fria e sigilosa, e o cachorro da família começava a rosnar e latir alto, Edna estava tentando dormir em seu quarto e viu, na janela, uma coisa assombrosa, de dois grandes olhos negros e pescoço alongado a olhar para dentro do quarto através do vidro.

- Mãe! Pai!

Edna gritou, amedrontada, e os pais correram para o quarto.

- O que foi, filhota?

Perguntou o pai.

- Tem um monstro ali na janela, olhando pra mim!

Disse Edna a chorar, e o pai falou:

- Querida, monstros não existem.

- Existe, pai, e ele tava ali na janela!

- Olha, o papai vai te mostrar que não há monstro nenhum.

O pai foi até a janela e abriu-a, só o vazio do corredor da casa, e disse:

- Viu? Não tem monstro nenhum.

A mãe fez Edna se deitar e a cobriu com o lençol, dizendo:

- Agora que o papai já mostrou que não tem monstro nenhum lá fora, volte a dormir, meu amor.

Ela deu o beijo de boa noite e deixaram o quarto. Mais uma vez sozinha, Edna sentou-se na cama e ficou a mirar a janela, não viu mais a aparição medonha, mas minutos depois uma luz lá fora ia subindo o céu, Edna correu para a janela para ver que luz era aquela, a luz era branca e estava perto das nuvens fumaçadas e desapareceu entre elas. O mais estranho veio no dia seguinte, quando Edna procurou os pais pela casa e não os encontrou, e no quintal, Huck, o cão, estava morto.

E agora, mais uma vez diante daquela criatura que roubou seu sono numa certa noite, Edna tremia de pavor e seu coração palpitava a mil por hora! Mas sua voz, mesmo que abafada, tinha vez...

- Onde estão meus pais? O que vocês fizeram com eles?

E o ser recuou pouco a pouco, uma forte luz se acendeu sobre ele e o fez sumir. Por causa da força da luz, Edna virou o rosto e foi quando João Paulo apareceu com alguns arranhões pelos braços e investigou Edna, prestimosamente.

- Edna! Você está bem?

Ela assentiu, mas tremia ali sentada e João Paulo percebeu sua tensão.

- Como você escapou?

Ela perguntou a João Paulo.

- Acho que ele se assustou com a bicharada da mata e desapareceu.

- Eu o vi, JP, e era muito feio! E me lembro que já o vi antes!

- E para onde ele foi?

- Desapareceu. Olha, JP! Lá no céu!

Uma luz em meio à negritude e o céu que não tinha estrelas não pode camuflar o objeto que brilhou e foi desaparecendo no horizonte.

- Você quer os binóclios?

Perguntou João Paulo.

- Não, vamos embora daqui.

Disse Edna, pondo-se de pé e lembrando-se do amigo que não estava com eles, no quando questionou:

- E Ruben?

- Deve ter voltado pro prédio. Vamos.

Continua...

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 25/03/2016
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