OS CAÇA OVNI'S - capítulo 15
O DIÁRIO DE RUBEN
Enquanto Ruben estava fora, Edna e João Paulo organizavam toda a bagunça que o menino Pedro havia feito e depois de arrumar o quarto de Ruben, João Paulo saiu e fechou a porta e tinha algo nas mãos, era um caderno e mostrou para Edna.
- Olha o que eu encontrei debaixo do travesseiro do Ruben.
- O que é isso?
- É o diário secreto dele.
- Ruben tem diário?
- O que será que ele escreve aqui?
- Você não está pensando em...
- Sabe, ele é tão desplicente que comprou um diário sem cadeado.
João Paulo abriu o caderno secreto e Edna falou:
- JP, você sabe que não se deve ler os segredos dos outros!
- Ah, vai dizer que você não tem curiosidade de saber o que ele esconde?
- Abre logo isso aí!
João Paulo sorriu e virou a página, então disse:
- Escuta só: "sinto que estou demasiado apaixonado por Diana! Meu coração acelera a ponto de ter um ataque quando a contemplo diante de meus olhos!..."
- Nossa! (riso).
João Paulo passou algumas páginas e falou:
- Olha essa aqui, olha essa aqui: "Ó! Sei que estou amando Diana, mas acho que ela não sente o mesmo por mim... É tão triste quando a ouço me chamar de amigo..."
Ele põs uma mão na testa e a outra que segurava o caderno no coração, enquanto Edna ria e dizia:
- Tadinho...
- Ouve essa outra... Anh... Não, deixa pra lá.
- O que foi?
- Não, nada! É bobagem.
Mas Edna tomou o diário e leu aquela folha:
- "Edna é uma pessoa legal, mas quando tem aqueles TPMs repentinas fica vermelha e parece que seus cabelos vão pegar fogo, como uma lagarta de fogo!"
- Lagarta de fogo?... Hahahahaha...!
- Não tem graça, JP!
- Tem sim!
- ...
- Hhmm... Desculpe.
João Paulo se conteu e pegou de volta o diário, querendo descobrir algo mais.
- Ai ai... "chegou um novo membro na equipe, João Paulo. A Edna diz que ele é gente boa, mas eu acho ele o maior babaca"?
- Babaca? Gostei! É bem a sua cara! (riso).
De repente, a porta de entrada se abriu e Edna disse para João Paulo:
- É o Ruben! Esconde isso aí!
João Paulo só teve tempo de esconder as mãos nas costas e Ruben os fitou com intriga e perguntou:
- O que vocês estavam fazendo?
João Paulo respondeu:
- Nada! É só o que os Caça OVNIs fazem.
- O que você está escondendo aí atrás?
- Anh? Mas... Ora, que desconfiança é essa?
- Deixa então eu ver...
- Não!
João Paulo correu para o outro lado e Ruben ia o cercando.
- O que você esconde, JP?
- Já disse que não é nada!
- Deixa eu ver o que tem aí atrás!
- Nada que interesse! Pelo menos não à você.
Ruben puxou os braços de João Paulo, mas este havia conseguido esconder o diário por baixo de alguns papéis na mesa e pegou em seu lugar a revista de palavras cruzadas.
- Viu? É só minha revistinha de palavras cruzadas. Aliás, "gíria para insignificante"...
- Animal!
- Não dá, ficam faltando dois quadrinhos.
- Você é um animal!
- Ei, olha a ignorância!
- Te deixo responsável pelas pesquisas e você fica aí brincando de caça-palavras!
- Palavras cruzadas.
- Tanto faz!
Ruben virou o rosto para Edna e falou:
- E você, Edna? Também não fazia nada?
- Então você acha que pareço uma lagarta de fogo!?
Disse Edna.
- Hã?
Mas João Paulo calou Edna e contradisse:
- Ela quis dizer que está um fogo aqui! Dá pra abrir a janela, Ruben?
Ruben fez descaso dos dois e deu de ombros, a dizer:
- Não vou ficar discutindo com vocês porque tenho coisa mais importante a fazer.
Ele foi até seu quarto e trancou a porta, dizia para si mesmo à medida que ia até a cama:
- Diana me deu um beijo no rosto e ainda me convidou para o festival de hoje à noite!? Eu preciso registrar isso.
Porém, ao olhar debaixo do travesseiro, empalideceu, porquanto seu diário secreto que ali deixou já não estava lá.
- Meu diário! Cadê o meu diário?
E revirou o quarto inteiro à procura do caderno, depois saiu do quarto e rodou pela sala, inquieto, e perguntou Edna:
- Algum problema, Ruben?
- Por acaso vocês entraram no meu quarto?
- Por que entraríamos no seu quarto?
Ele olhou com desconfiança para Edna e João Paulo e foi procurar na cozinha.
- Acho que ele está procurando pelo diário.
Murmurou Edna para João Paulo.
- Deve ser tão triste procurar algo e não poder contar a ninguém.
- JP, você tem que devolver o diário!
- Eu vou devolver!
João Paulo retirou o diário debaixo dos papéis e acabou manchando as páginas do caderno com as canetas pocadas sobre a mesa.
- Ai, não... Agora Ruben vai me matar!
- Bem feito! Isso é por ter mexido no que não devia.
- Lembre-se que você concordou em eu ler o diário.
- Humm...
- Já sei...
Ele pegou uma caneta em estado perfeito e escreveu na folha do diário o nome de Pedro, com uma caligrafia meio desajeitada e ainda desenhou uma casa ao lado e uma árvore com maçãs.
- JP, o que está fazendo?
- Pedro que estava com as canetinhas, não era? Então ele que pague o pato.
Então, ele escondeu ligeiro o diário debaixo do sofá e sentou-se relaxado, como se de nada soubesse. Ruben, que ainda caçava o diário por todo lado, foi passeando pela sala de quatro, até que finalmente encontrou o diário debaixo do sofá e sorriu satisfeito.
- O que é isso, Ruben?
- Isso o quê?
- Isso que você está escondendo aí? Não me diga que você também curte palvras cruzadas?
- Não! Isso aqui é... É um livro!
- E qual é o título?
- É... Vidas que habitam... Planetas distantes!
- E sobre o que fala?
- Sobre o que fala? Sobre... Ora, sobre vidas em outros planetas! Isso te interessa mesmo?
- Não, é que por um momento eu pensei que isso aí fosse um diário.
- Diário? Que ridículo! (riso).
- É mesmo, né? Diário é só pros babacas.
Já às 19:15 da noite, Ruben se aprontava para ir ao concerto e, enquanto fazia o nó em sua gravata, Edna bisbilhotou pela porta entreaberta e disse:
- Nossa, que gato! Vai sair?
- Vou. Diana me convidou para assistir o concerto musical.
- Humm... Diana... Por que não diz de uma vez pra ela o que sente?
- Como assim "o que sinto"?
- Ruben, você não engana a ninguém com seu olhar bobo, tá na cara que está apaixonado.
- Diana é só minha amiga. E mesmo que eu dissesse algo, ela não sente nada por mim se não afeto.
- Sei não... Acho que deveria pelo menos arriscar.
- Tá, mas preciso terminar de me arrumar, já estou atrasado.
Repentinamente, o celular de Ruben tocou e o nome de Diana aparecia na tela. Ele atendeu...
- Diana?
- Por que você fugiu de mim, Ruben?
- ... Não entendi. Como assim?
- Eu vi você e me olhou, mas sumiu. Por que fugiu?
- Onde você me viu, Diana?
- Ruben, eu já estou aqui no teatro e sei que você me viu!
- Mas, eu ainda nem saí do prédio!
- Não minta, Ruben, acabo de te ver aqui.
- Diana, estou falando sério, estou no prédio e terminava de me arrumar.
- Olha, vou desligar, o musical já está começando.
- Ok, já estou chegando aí.
Ele esperou Diana desligar e olhou para Edna.
- O que houve, Ruben?
- Diana disse que me viu no teatro e fugi dela. Mas como posso estar no teatro se estou aqui?
- Então...
- O alienígena está por lá e usou minha imagem. Tenho que encontrá-lo.
- Eu e João Paulo vamos com você! Dessa vez ele não escapa.
Continua...