OS CAÇA OVNI'S - capítulo 12
AS MORTES CONTINUAM
Às 22:00h daquele sábado, num bar da cidade...
- Aí, amigo, traz mais cerveja!
Gritou Juliano para o garçon e o outro que dividia a mesa com Juliano complementou o pedido:
- Aproveita e também traz essa morena aí no balcão!
(risos).
Levantou-se um outro de muita boa forma e cabelos cumpridos e barba e bigode, que estava ao lado da bela mulher de quem falavam, bateu forte o punho no balcão e direcionando-se à mesa de Juliano, falou:
- A morena é minha mulher!
Juliano se pós de pé, frente a frente eles ficaram, e disse Juliano:
- Pois eu não acredito que uma morena tão linda tenha tanto mau gosto!
- Com'é que é? Tá querendo apanhar, é? Seu magrela!
- Eu? Apanhar? De você? Ha, ha, ha! Essa eu quero ver!
Nessa provocação, o fortão acertou em cheio o nariz de Juliano com um soco e ele caiu para cima das mesas, mas foi puxado pela gola da camisa e levou mais um soco no queixo e, caído, foi chutado até não poder mais se levantar. Daí, gritou o valentão:
- Quem mais vai querer umas carícias do meu punho aqui?
E todos os homens, até os que aparentavam não se acovardar com uma briga de machos, correram!
- Isso! É bom correrem mesmo!
Mas, havia um que ficou, ficou de pé na porta do bar e não hesitou. O fortão estralou os dedos e o pescoço, se pós de frente ao homem que o olhava friamente e perguntou:
- Vai querer também levar uma surra?
Foi nesse momento que a fantasia caiu e aquele homem que não se intimidava era na verdade de outro planeta, um alienígena que não estava afim de conversa, agarrou com seus braços que se transformaram em quatro e sufocou o fortão à medida que esse tentava se libertar e gritava, sua mulher correu para tentar salvá-lo, foi quando levou um tiro no peito pela super arma do alienígena e os dois caíram mortos, ela e o marido.
MAIS SEIS, OU MENOS SEIS?
Ainda naquela noite, às 23h:10min, numa casa de um bairro de classe média baixa...
Os cinco amigos já estavam prontos para o jogo e só aguardavam a chegada do sexto. A campainha tocou e Elizabeth, a filha dos donos da casa - que não se encontravam ali presentes - foi abrir a porta.
- Xande! Estávamos te esperando! Entra.
- Beth, tem certeza que seus pais não voltam essa noite?
- É claro que não! Já é quase meia-noite! E eles acabaram de me ligar para confirmar que só chegam aqui amanhã à tarde. Entra logo!
Agora com a casa toda à disposição deles, pegaram refrigerantes na geladeira e beberam, depois, sentaram-se no chão formando um círculo e colocaram uma garrafa vazia no meio.
- Quem gira primeiro?
Perguntou Karina, e Elizabeth levantou o braço e disse:
- Já que sou a dona da casa... Eu começo!
- Ai, Elizabeth, tô doidinho pra dar um beijo na sua boca.
Falou Rafael. Elizabeth girou a garrafa sobre o chão e ela parou com o gargalo de frente para Xande, Elizabeth sorriu e as maçãs do rosto de Xande de repente ficaram vermelhas, ele era muito tímido, usava óculos e casaco xadrez.
- Por favor, só um celinho.
Ele pediu, em nervosismo, e Elizabeth consentiu e aproximou seus lábios dos dele e sussurrou:
- Fica calmo... Esse também vai ser o meu primeiro beijo... E estou feliz porque vai ser com você.
Ela fechou os olhos, mas Xande não, ela tocou seus lábios nos dele, suavemente, e o beijo foi desenrolando e todos riam e assobiavam. Quando Elizabeth se afastou Xande passou a língua nos lábios e parecia ter gostado muito, ficou tão absorto que tiveram de lembrá-lo que precisava agora girar a garrafa. Todavia, um barulho lá fora o interrompeu, alguém parecia caminhar no corredor da casa.
- Ai... Vocês ouviram isso?
Perguntou Natasha.
- Sim, e vem lá de fora.
Rafael falou, e erguendo-se, pegou uma lanterna e falou para os outros rapazes:
- Vamo lá fora ver o que é.
Eles seguiram Rafael, mas Elizabeth segurou Xande pelo casaco e com um olhar de temor, disse:
- Não vai, Xande, fica aqui comigo! Por favor...
Xande sorriu para ela, há tanto tempo a amava em segredo e estar ao seu lado era o que mais almejava... Mas os amigos gritaram:
- Xande!
Ele, então, afastou-se de Elizabeth e foi com os outros, ficaram dentro da casa só ela, Karina e Natasha. Minutos depois, um grito, a voz era de Marcos.
- Oh meu Deus! Parece a voz do Marcos! Gente, vamos lá ver o que aconteceu!
Disse Katarina, assustada e Natasha pegou outra lanterna e falou com determinação:
- Vamos!
Contudo, Elizabeth hesitou em ir para fora e por isso as amigas a ignoraram e saíram. Agora Elizabeth estava sozinha na casa e apavorada, queria espiar pela janela, mas tinha medo. Passados alguns pouquíssimos minutos, mais dois gritos e agora a voz era de Katarina, depois um grito de Natasha. Elizabeth começou a se desesperar e seus olhos estavam assustados! Ela ouviu a amiga gritar lá do quintal e alguém batia forte na janela da cozinha, batidas de desespero! Elizabeth correu para a cozinha, olhou diretamente para a janela e havia marcas de sangue, ela começou a tremer e chorar, desorientada. Lembrou que o pai guardava uma arma na gaveta do armário do quarto e foi buscar, voltou para a sala com a arma nas mãos e decidiu que ia sair da casa, claro que não era o que preferia, mas algo estava se sucedendo com seus amigos e ela precisava fazer alguma coisa. Abriu devagarinho a porta da frente e o frio da noite fez seus poros se arrepiarem, continuou andando até o quintal e lá estavam os cinco, mortos, a sangrarem no chão e bem do lado uma criatura de pé que quase foi despercebida. Elizabeth pôs o dedo no gatilho, suas mãos tremiam mais que a pele nua num cobertor de neve, puxou o gatilho! E mais uma vez!... Estava sem balas.
- Aaaaaaaaah!
Foram seis amigos mortos numa só noite.
A ÚLTIMA
Domingo, 7:00h da manhã, num milharal no interior da cidade...
Um senhor de 74 anos trabalhava na plantação de milho, com a pele suada e com marcas do trabalho árduo e de toda uma vida, desde quando tinha seus doze anos, quando o pai ignorou a ideia de mandar o filho para a escola, para que pudesse ter ajuda na roça. Assim seu Espedito cresceu e tornou-se velho, fincando a enxada no chão e tirando da terra o alimento para manter a família.
E quando parou um instante para enxugar o suor que derramava da testa, percebeu alguém se aproximar por trás, naquela zona deserta foi um tremendo susto! O ser que surgiu a assustar seu Espedito, mostrou uma arma e fez ameaça, o senhor pegou o facão que carregava na cintura e não pensou duas vezes! Passou no pescoço da criatura e a cabeça rolou no chão e virou massa, mas acima do pescoço formou-se uma outra cabeça e Espedito, tão apavorado, meteu consecutivamente o facão no peito do alienígena, mas foi empurrado para trás e sem ter forças para se erguer... Não teve como escapar. Foi a última morte, das doze.
Continua...