OS CAÇA OVNI'S - capítulo 10
CONCLUSÕES
Segunda-feira, às 6:10 da manhã, no prédio dos Caça OVNIs...
Era de se esperar, os Caça OVNIs nem haviam dormido depois daquele acontecimento na fazenda, sonolência era a última coisa que sentiam naquele instante. Ruben e Edna estavam sentados à mesa, como grandes filósofos que viajam em seus múltiplos questionamentos, mas João Paulo optava por sua caneca de café e o jornal da semana.
- Ei, coleguinhas, saiu na segunda página a matéria do objeto caído por trás do morro. Ouçam o que disseram: "os peritos alegam que o tal objeto encontrado trata-se de lixo espacial e ignoram a possibilidade emitida por certos ufólogos de que o objeto possa ser um OVNI". Certos ufólogos?
- Pelo menos somos certos para eles.
- Ruben, eles estavam caçoando de nós!
- Tem uma coisa que você ainda não entendeu, João Paulo, os peritos têm uma visão totalmente diferente da nossa, são investigadores e nós somos caçadores de OVNIs. Claro que não chegaríamos até o objeto e diríamos: Ah, é só lixo espacial! Falando nisso, fiquei de ligar para Inácio.
Ruben alcançou o telefone e fez a ligação, dois toques e foi atendido.
- Alô, Inácio? É Ruben que fala.
- Fala, Ruben! Tudo bom por aí?
- Mais ou menos... Me diga, e por aí? Alguma nova aparição misteriosa?
- Olha, depois daquele dia que vocês vieram aqui, eu não vi mais nada não! Nem no terreno da frente, nem em canto nenhum.
- E os vizinhos?
- Ah, esses eu vejo todos os dias!
- Pergunto se eles relatam ter visto algo.
- Nada, ninguém viu nada.
- Bom, era só o que eu queria saber. Aliás, vimos você ontem num milharal, o que você fazia por ali? Até buzinei, mas você não nos reconheceu.
- Hã? Mas ontem eu não estive em milharal nenhum!
- Não?
- Não! Passei o dia todo aqui no sítio. E é claro que se eu tivesse visto vocês buzinarem eu os teria reconhecido! Devia ser só alguém parecido comigo.
- É, devia. Está bem, Inácio, obrigado pelas respostas. Ah, e já sabe, não é? Se vir qualquer coisa suspeita...
- Chamo vocês, claro!
- Tenha um bom dia.
- Vocês também.
Ruben bateu o telefone e deixou no ar seu olhar enredador, nisso, Edna questionou:
- O que foi?
- Lembram que vimos Inácio ontem quando íamos para a fazenda?
- Sim, por quê?
- Porque ele disse que nunca esteve ali, nem sequer saiu do sítio ontem.
- Então... Quem era aquele? Porque parecia muito com ele!
- Você ainda tem dúvidas?
Ruben caminhou até a janela do escritório e abriu a cortina, lá fora o movimento de carros nas avenidas e pessoas saindo e entrando de suas casas, uma chuva boba, que sessava e continuava. À medida disso, Edna aguardava uma imaginável conclusão e João Paulo sugava com a ponta dos lábios o café quente na caneca, fazendo um som incomodador.
- Se Inácio jurou não estar ali naquele momento, então, o homem que vimos e que era idêntico a ele supostamente era o alienígena que João Paulo viu e que também copiou a figura do fazendeiro.
Falou Ruben, e João Paulo disse em sequência:
- Um alienígena usurpador... E eu que pensei que já tinha visto de tudo.
- Então o alienígena que apareceu na fazenda é o mesmo que se fez de Inácio no milharal?
Perguntou Edna, com a seguinte resposta de Ruben:
- Ou talvez não. Não sabemos quantos desses aliens estão por aqui. Pode haver centenas deles por toda a cidade, passando-se por inúmeras pessoas.
- Minha nossa! Mas isso é terrivel!
João Paulo deixou o café de lado e fez uma pergunta:
- E... Como eles teriam chegado até aqui?
E disse Ruben:
- Possibilidades não faltam. Os objetos que Inácio viu pousar no terreno, a cratera em formato de uma nave espacial na plantação de girassóis...
- O objeto que caiu atrás do morro...
Lembrou Edna. E depois de tantas opções, João Paulo se pós de pé firme e exclamou:
- Então precisamos de alertar a população! Duvido que esses invasores vieram em paz, ou só para bater um papo com nós, seres humanos.
- E você acha mesmo que vão acreditar na gente? Viu o que disseram no jornal? E o que falam por aí sobre o nosso trabalho? Ninguém nos leva a sério! Ninguém acredita na gente! Nem mesmo a ciência acredita!
Ruben exclamou.
- Pelo menos teremos feito nossa parte. Mas só o que não podemos é deixar a cidade ser possuída por um bando de marcianos copiadores que pretendem sabe-se lá o quê e não tomarmos nenhuma providência!
- JP tem razão, Ruben, precisamos contar sobre o alienígena.
Edna falou, e Ruben disse:
- Mas ainda não, Edna. Antes, temos que solucionar por completo esse mistério, ainda tem muitas coisas a serem explicadas. E a criatura morta no quintal de Inácio? E a numeração das naves? Temos todas as peças do jogo nas mãos, só precisamos agora montar o quebra-cabeça.
- Então, o que sugere?
- Cada um tentará refletir sobre todas as evidências e sobre o caso, depois nos reunimos aqui de volta para ouvir a conclusão a qual cada um chegou.
Assim foi feito, eles passaram horas a estudar o caso e analisar as fotos e também a criatura preservada no laboratório e só depois de duas horas eles regressaram ao escritório e cada qual com sua conclusão alcançada. Sentaram-se à mesa redonda e Ruben disse:
- Vamos começar pela criatura no quintal. Edna?
- Bom, eu acho que tudo aconteceu assim: a nave encontrada atrás do morro era a nave que trazia a criatura, levando em conta que o local fica próximo ao sítio de Inácio. A nave caiu ali devido a alguma mudança no tempo, ou coisa assim. Na queda, a criatura se feriu, mas conseguiu caminhar até o sítio, porém, não resistiu mais tempo e morreu ali no quintal.
- Boa tese, Edna, mas você esqueceu de mencionar o por quê da criatura ter forma de veado.
- Então qual é a sua versão?
- Acredito que a nave que caiu atrás do morro não tem a ver com a criatura no quintal. A criatura estava em outra nave que rondava acima do sítio e a criatura, talvez por desplicência, acabou caindo da nave no quintal de Inácio, mas não morreu, considerando que seu corpo é flácido e poderia revestir os ferimentos, mas apareceu um veado e a criatura copiou-o rapidamente! No entanto, foi chifrada inúmeras vezes pelo animal, porque veados tem chifres, e o chifre acabou acertando seu coração e assim a criatura morreu na forma de um veado.
Depois dessas palavras, Edna e João Paulo fitavam Ruben estranhamente, como que estivessem diante de um palhaço que não sabe contar piadas e nessa estranheza, João Paulo disse por sua vez:
- Anh... A minha versão é a seguinte: a criatura do quintal foi sim trazida pela nave do morro. A nave sofre uma turbulência e cai. A criatura sobrevive e caminha por dentro da mata, vê um veado perto do quintal de Inácio e logo toma a forma do bicho, mas aparece um coiote, levando em consideração que a mordida que levei no braço de um coiote é bem parecida com o corte no corpo da criatura, então ela tenta retomar sua forma alienígena, mas o coiote a ataca e fere gravemente, no que a criatura não resiste e morre antes de se formar totalmente, por isso é parecido com um veado e seus membros ficaram mal desenvolvidos.
- Então a criatura foi morta por um coiote?
Indagou Edna.
- Era isso ou a versão do Ruben.
Continua...