OS CAÇA OVNI'S - capítulo 9
VOCÊ NÃO É UM ET!
A cena prosseguia naquele drama de relatos sem explicações de João Paulo. tentando amenizar o nervosismo do amigo, Edna tocou as mãos em seus braços e disse para os demais:
- Vou levar ele pra beber um pouco d'água e se acalmar. E quem sabe conseguimos entender o que aconteceu. Vamos, JP.
Edna levou João Paulo para dentro da casa, mas os olhos dele estavam sobre o fazendeiro como uma perseguição. Ruben, o fazendeiro e o filho em seguida também entraram e ao reparar no buraco na parede da sala, o fazendeiro ficou boquiaberto e perguntou:
- Quem fez isso na minha parede?
- Foi você mesmo!
Exclamou João Paulo.
- Eu? E por que eu faria isso na minha parede? Então eu deixo a minha casa com vocês e saio para buscar meus filhos e minha mulher e quando volto minha casa está com um baita buraco na parede!?
Ruben pediu para João Paulo sentar-se, ao passo que os outros esforçavam-se para compreender o que havia se passado ali e, quando já bem impassível e corado, João Paulo pôde explicar sem rodeios aos amigos tudo o que aconteceu.
- Diga, João Paulo, o que foi que você viu e como tudo aconteceu.
- Bom, como eu já estava cansado de observar o céu com vocês, voltei pr'aqui, entrei na casa e, antes de acender as luzes vi alguém de pé na porta da cozinha, me aproximei um pouco pra ver quem era e reconheci o fazendeiro. Sim, tinha que ser ele! Tinha a mesma roupa e a mesma cara do fazendeiro! Por que não seria ele? Então falei com ele, mas não me respondia, o que achei estranho... Não parava de me olhar, mas não dizia nada. Foi nesse momento que você me ligou e quando eu disse que estava com o fazendeiro na casa você me desmentiu e falou que isso era impossível, já que ele tinha acabado de chegar com o filho e estava lá fora com vocês. Foi aí que viajei, o detector de ETs começou a piscar e fazer barulho e eu lembrei que isso só acontece quando o aparelho está próximo de um ser alienígena ou OVNI! A ficha caiu e pensei em pegar a arma, mas o alien foi mais ágil que eu e me apontou sua mega arma e quando ia atirar me abaixei a tempo e o raio vermelho que saiu dela acertou a parede, com certeza se tivesse me acertado eu teria morrido. Aí o alien começou a se transformar, de fazendeiro para alienígena, tinha os olhos fundos e a pele gosmenta.
Ora parecesse tudo concepção, os presentes estavam atenciosos ao fato, prestativos e de ouvidos bem abertos. João Paulo continuou:
- Daí, consegui apanhar minha arma que deixei cair, porém, quando olhei para frente... Onde estava o alien? Havia desaparecido! Procurei por toda a casa e em volta dela, mas não mais o vi. Nada podia piorar... Foi quando vocês apareceram.
Edna e Ruben se entreolharam, estupefatos, no que João Paulo falou:
- Vocês não acreditam em mim, não é?
E Ruben exclamou:
- É claro que acreditamos!
- Sério?
- Claro! Aliás, somos os Caça OVNIs, não somos? E pelo que entendi, parece que se tratava de um ser extraterrestre capaz de copiar a imagem alheia. Rodrigues, você lembra de ter visto alguém estranho que também te viu por aí?
Rodrigues respondeu:
- Mais estranho que o amigo aí de vocês? Não, não vi ninguém estranho. A não ser...
- A não ser...?
- Um homem que estava parado na beira da estrada quando eu vinha com o Matheus. Ele não parou de olhar enquanto passávamos no carro.
Ruben ficou pensativo, deixou um vago para a palavra de Edna:
- Então foi assim que ele copiou sua imagem!
Rodrigues ficou assustado e começou a caminhar de um lado para o outro, a esfregar a nuca.
- Então, deixa eu ver se entendi... Vocês estão dizendo que há uma criatura de outro mundo andando por aí usando a minha imagem?
- É o que parece, Rodrigues. E o pior é que ela pode estar se passando por muitas pessoas e nem sabemos!
Encima dessas últimas palavras de Edna, João Paulo refletiu e num desespero repentino exaltou-se, disse:
- Oh não! Ele me viu! Olhou para mim! Vai me copiar e sair por aí! E vão pensar que sou eu, mas na verdade é um et fingindo ser eu! Um ET igual a mim! Oh não... Eu sou um ET!?
- Calma, JP! Você não é um ET!
- Mas ele captou minha aparência!
Ruben esfregou o queixo, estava inquieto, e na tentativa de confortar seu parceiro, falou:
- Calma, você precisa se acalmar! Além do mais, nós nem sabemos quantas imagens o cérebro dele pode armazenar.
- Se é que ele tem cérebro.
Colocou em questão Edna.
- Nós precisamos saber por que é que esses seres estão aparecendo por aqui e o que buscam, já que Rodrigues disse que os discos voadores aparecem constantemente. Falando nisso, temos que ligar para Inácio pra saber se ele tem visto mais alguma coisa pelo sítio.
Rodrigues coçou a nuca novamente, eis num rosto um sorriso curto e uma verdade:
- Ruben, eu menti sobre os discos. Inventei essa história só pra manter vocês aqui e trazer meu filho para vê-los.
- Então... Não há discos voadores?
- Bem, vocês viram um ET, com certeza é melhor do que discos! Foi mal, eu só queria deixar o meu filho feliz.
Ruben ficou desapontado com o fazendeiro, mas ao reparar na alegria que transbordava da face da criança ao lado dele, também sorriu e disse:
- É, sem dúvida o ET compençou todo o trabalho e a longa espera. Mas acho melhor que não passem a noite aqui, fiquem alguns dias na casa de um parente, pelo menos até descobrirmos alguma coisa sobre o ET e até mesmo por onde ele anda.
- Está bem, ficaremos na casa de meu compadre.
- E lembre-se de que se vir qualquer coisa é só nos chamar. Mas, por favor, sem falsas afirmações sobre discos e tudo mais.
- Unhum. Até porque o meu filhão aqui já realizou o sonho dele, não é, filho?
Disse o fazendeiro bagunçando os cabelos do fllho e o menino levantou o rosto e sorriu para ele, consentindo.
Continua...