OS CAÇA OVNI'S - capítulo 2
A CRIATURA NO QUINTAL
19:45 da noite, num prédio velho da rua 15...
Os Caça OVNIs analisavam tudo que haviam conseguido naquela tarde, incluindo as fotos do objeto não-identificado e o líquido misterioso.
- Mais uma para nossa coleção.
Edna disse, colando a foto num painel pôsto na parede com outras centenas de fotografias estranhas de objetos desconhecidos encontrados em algum terreno ou de aparições no céu. Edna estava sempre mais ligada às fotografias, amava registrar cada momento, com seus trinta e dois anos não havia nada mais que amasse tanto fazer se não isso. Já Ruben, sete anos mais novo, preferia analisar as pistas coletadas, tinha um conhecimento excepcional! Na época do colegial era bom em quase todas as matérias, só não muito na educação física. De repente, o telefone tocou... Edna atendeu:
- Caça OVNIs, pois não?
- Alô? Olha, tem uma coisa estranha aqui no meu quintal que é diferente de tudo que eu já vi! Vocês têm que vir aqui dar uma olhada pra ver o que é!
- Está bem. O senhor pode me passar o endereço?... Unhum... Ok, já estamos indo pra ir.
Ao desligar o telefone, Edna virou-se para Ruben que já estava de pé ao seu lado e disse:
- Ligaram dizendo que encontraram no quintal de casa uma criatura excêntrica e não fazem ideia do que seja. Querem que a gente vá lá ver.
- E onde é?
- Num sítio próximo à antiga fábrica de carvão.
- Então vamos lá.
Eles pegaram todos os seus equipamentos especiais e puseram em suas mochilas, deixaram o prédio e ligaram a caminhonete que usavam nessas ocasiões, Ruben dirigia. Quando passavam por uma estrada escura e deserta, já afastada da iluminação pública e bem mais da cidade, Edna apontou para uma casa no terreno ao lado e disse:
- É aqui.
Eles desceram da caminhonete e puseram as mochilas nas costas, foram caminhando até a casa. Ruben bateu na porta, do lado da casa apareceu Inácio, o homem que fez o telefonema e falou para os caçadores:
- Está aqui, venham ver!
Ruben e Edna os seguiram até o fundo da casa, não estavam só, havia mais alguns vizinhos curiosos a meterem olho na criatura morta ali encontrada. Os caçadores puseram as luvas e se agacharam ao lado do estranho ser, a analisá-lo.
- É mesmo bem estranho, sem nenhum pêlo... Ainda não cheira mal, não deve fazer muito tempo que está aqui.
Disse Ruben e em seguida uma palavra de Inácio:
- Disseram que pode ser um filhote de veado, mas eu não acho que seja isso. Conheço bem os bichos que andam bor essas bandas, mas nada parecido com isso! Isso aí não é um veado não! Tá mais pra coisa de outro mundo.
Ruben se pós de pés, com entusiasmo disse para Inácio:
- Gosto do jeito como pensa! Não gostaria de entrar para nossa equipe?
Ao ouvir isso, Edna meneou negativamente a cabeça para Ruben e deu uma pequena risada, em sequência, Inácio respondeu:
- Obrigado, mas eu já trabalho num açougue aqui perto.
Edna ignorou aquela conversa e numa observação contínua sobre a criatura próxima de seus joelhos, ela falou:
- Com toda certeza não é um filhote de veado e nem de qualquer outro animal. Vejam como são seus membros, mal desenvolvidos, e a pele é flácida! Muito fina também, dá para ver as veias passando por todo o corpo.
Ruben voltou a ficar de joelhos e olhou mais de perto aquela coisa, para reparar no que Edna dizia e ainda com as luvas postas, ele tocou o pescoço e a barriga da criatura, dizendo em seguida:
- Há ferimentos pelo corpo, cortes até profundos, mas não vejo nenhuma gota de sangue... É como se por dentro fosse... Seco.
- Seco não...
Edna retrucou, mostrando os dedos sujos com um líquido meio azul que tirou do ferimento na cabeça da criatura, líquido idêntico ao que coletaram do objeto encontrado caído por trás do morro naquela tarde.
- Colete isso, Edna, para analisarmos mais tarde.
- Não parece a mesma gosma que encontramos nessa tarde?
- É bem parecida...
- Acha que esse cadáver tem algo a ver com aquilo?
- Não escapa de ser uma possibilidade.
Edna coletou o líquido e guardou o frasco na mochila, Inácio estava tão intrigado que resolveu perguntar:
- E então? O que vocês acham que sejam?
Ruben se ergueu e com os olhos ainda sobre a criatura estranha, respondeu para Inácio:
- Com todos os anos que temos como Caça OVNIs e o conhecimento que ganhamos com as descobertas, acredito que não se trata de um animal e tão pouco um ser humano, mas de um ser extraterrestre.
- Sério?
- Mas é só uma possibilidade, será preciso uma análise profunda para chegar à uma conclusão verdadeira.
- E o que vão fazer com ele?
- Levar para um laboratório.
- Hhm...
- Edna, traga a caixa!
Edna foi até a caminhonete e pegou na traseira uma caixa de tamanho médio e nela eles colocaram o pequeno corpo, lacraram a caixa e a puseram de volta na caminhonete e antes de abandonarem o local, Ruben foi falar pessoalmente com Inácio...
- Só mais uma pergunta, vocês já presenciaram por essa região aparições estranhas no céu, como luzes ou objetos voadores?
- Iiih... Um bocado de vezes!
- É? Me conte mais sobre isso.
- Ah, o pessoal aí diz que já viu umas luzes lá acima dos morros. Eu mesmo já vi um objeto nesse terreno aí da frente pela janela do meu quarto.
- E como ele era? Sabe me dizer?
- Não deu pra entender muito bem, ele tinha uma luz muito forte e branca e ficou parado ali perto daquela cerca por uns oito minutos.
- E depois?
- Bom, eu fiquei olhando pra tentar entender o que era, aí fui vestir o roupão, porque fazia muito frio, e quando eu olhei de novo pela janela a coisa brilhante já não tava mais lá.
Enquanto Inácio dava seu depoimento, Ruben não tirava os olhos do terreno baldio de frente ao sítio e imaginava a cena. Então olhou para Inácio e disse:
- Se você nos permitisse, gostaríamos de voltar aqui com algumas câmeras de filmagem e instalá-las por todo o sítio, para ver se conseguimos flagrar alguma coisa.
- É claro! Podem vir quando quiserem!
- Pode ser amanhã?
- Sem problemas!
Continua...