OS CAÇA OVNI'S - capítulo 1

COMEÇA O MISTÉRIO

Numa estrada acima de um penhasco ia uma caminhonete com seu motor velho e ressonante, eram mais ou menos duas horas da tarde e o céu estava um pouco nublado. O rádio da caminhonete sintonizava a voz de um radialista com as notícias regionais e o motorista tinha toda a atenção na estrada, apesar de muito deserta, e ansiava a chegada em sua velha cabana para reencontrar os amigos pescadores e beber algumas garrafas de cerveja. Num exato momento, o motorista viu um objeto brilhante cruzar o céu e cair rapidamente por trás de um morro, sem explosões, nem fogo. Espantado e estimulado, ele acelerou a caminhonete e desviou de seu caminho para casa, foi ver o que teria caído ali e era tão distinto de tudo que já tinha visto! Um pouco próximo do local, o homem desligou a caminhonete e desceu, continuou o caminho a pé, até avistar o objeto afundado na terra. Sem ter ideia do que era aquilo, decidiu chegar mais perto, lhe parecia um tanto inofensivo, simples objeto de metal amassado, pensou de imediato que poderia ser tão somente um desses objetos espaciais que uma vez ou outra cai por aí, mas em momento algum lhe passou pela cabeça a possibilidade de emitir radiação.

- Meu Deus... O que é isso?

E de repente, uma luz absolutamente forte ofuscou em seu rosto e o fez cair de joelhos, e uma forte onda sonora estourava seus típanos e fazia queimar seus neurônios, ele gritou, gritou muito, mas foram dois gritos apenas.

"- A tarde é de chuva forte aqui, Milton, essa previsão promete vida pro gado! - É, Nunes, acho que vou assistir o futebol enroladinho no sofá..."

- Vinte e nove graus... Isso parece tempo de chuva pra você?

Disse o policial que verificava a caminhonete, com a testa molhada de suor, e desligou o rádio. A polícia chegou ali umas duas horas depois do acontecido com o motorista e cercavam a área, mas evitavam de toda forma aproximação com o estranho objeto fincado na terra, deixando que a equipe de investigação cuidasse de descobrir do que se tratava.

Enquanto um policial cobria o corpo do homem morto, outro ao lado deste olhou para trás e voltou o olhar para o policial e disse:

- Aqueles ali não são os tais "caça OVNIs"?

O outro policial teve de olhar para trás e viu os Caça OVNIs se aproximarem, o que o fez bufar de desgosto e voltou a fazer seu trabalho. A polícia e a perícia movimentavam-se de um lado para o outro a procura de mais descobertas, ao passo que Ruben e Edna, os caçadores de OVNIs, esperavam serem ouvidos, ao tempo que eram somente ignorados.

- Com licença, somos os caça OVNIs e soubemos do que aconteceu aqui...

Dizia Ruben, no que foi interrompido e questionado por um perito:

- Caça OVNIs? Está querendo agora pôr Ets em questão? Não vê que a polícia está em um trabalho sério?

- Sim, eu sei. Mas, como me explica aquele objeto que caiu ali?

- Eu não tenho que te explicar nada, a perícia é quem está investigando.

O policial deu as costas e Ruben junto com Edna foi falar com a perícia que analisava cuidadosamente o objeto.

- Olá, meu nome é Ruben e essa é minha amiga de trabalho, Edna. Somos os Caça OVNIs.

- Caça o quê?

Perguntou o perito, num tom de deboche, mas um outro o tocou no ombro e disse com sarcasmo:

- Acredita neles, não obriguem eles a mostrarem a carteirinha.

- Então me digam "Caça OVNIs" o que vocês querem aqui?

- Temos quase certeza de que esse objeto é um OVNI. Nos deixaria observar um pouco mais de perto?

- Aquele cara ali, tá vendo? Ele também quis dar uma olhada mais de perto e morreu com a radiação.

- Nós sabemos, mas não se preocupem, conhecemos esse tipo de coisa e o risco que apresenta melhor do que ninguém.

- Ainda temos muito a analisar, é melhor que vão embora.

- Não tocaremos no objeto, só queremos dar uma olhadinha.

Outra vez o perito tocou no ombro do parceiro e opinou:

- Deixa eles olharem, se acontecer alguma coisa com eles, colocamos a culpa na radiação.

Eles deixaram Ruben e Edna observarem um pouco mais de perto o objeto desconhecido e o aparelho na mão de Ruben que detectava radiação passou a apitar constantemente, no que falou Ruben:

- Melhor mantermos essa distância, há uma grande quantidade de radiação. Edna, tire fotos.

Edna tirou fotos do objeto, enquanto Ruben analisava detalhadamente o local.

- Pablo ia adorar ver isso.

- Já faz dois anos que o perdemos e ele ainda faz tanta falta, não é?

- Ele era ótimo! Aprendi muita coisa com ele, principalmente a guardar todas as evidências possíveis.

Até Ruben perceber algo nas placas de metais que lhe chamou a atenção, era um vestígio de uma gosma de cor azul esverdeado.

- Edna, veja isso! Curioso...

- Parece um tipo de gosma.

- Não tem jeito, vou precisar de uma amostra... Fique de olho nos peritos, vou tentar guardar isso.

Ruben utilizou um macacão de um material metálico que bloqueava a radiação e também uma máscara do mesmo material e recolheu um pouco da gosma e guardou dentro de um frasquinho de amostra, mas a maneira como os peritos se olhavam reunidos ao redor do corpo da vítima fez os caçadores chegarem até eles com intenção de saber o que os intrigava. Edna observou o morto e perguntou para um dos peritos:

- O que aconteceu com o peito dele?

- Vamos analisar.

- É uma ferida profunda, a radiação não pode ter causado isso! Na verdade, há muita radiação ali, mas não a ponto de causar esses danos tão profundos!

- Já disse que vamos analisar, não queira dar uma de esperta.

- Mas isso é espantoso... Parece mais outra coisa.

O perito chegou do lado dos caçadores e levando gentilmente os dois para distante do local, falou:

- Por favor, precisamos trabalhar aqui, vocês devem sair.

- Vocês precisam prestar mais atenção no que falamos!

Edna ralhou, mas Ruben a puxou e disse:

- Deixa, Edna, já temos o que precisamos. Vamos.

- Está bem. Mesmo assim, não faz sentido aquele homem ter sofrido aquilo só por causa de uma radiação!

Continua...

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 01/03/2016
Reeditado em 13/03/2016
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