O Despertar no Além

O corpo repousava agachado no solo frio e enlameado,um frio o açoitava na pele.Tinha as costas meio encurvadas e os braços jogados por entre as coxas.O olhar se encontrava perdido num ponto qualquer,ali no solo.Uma ventania ritmada se fazia presente,por entre os galhos das árvores,que ali existiam.Não eram belas ou ricas em verde.Galhos retorcidos eram horrorosos decoradores da cena ambiente.Vez ou outra observava pássaros de aparência grotesca,por ele sobrevoavam.Soltavam um canto agourento e detestável.Eram feios,desprovidos de quaisquer beleza,ou simpatia." Seriam,talvez, aves de mascotes dos endiabrados..." Refletia,de forma irresponsável." Estou morto,so pode ser.Aqui deve ser o inferno..." Falava para si.A região era sombria e fria.Dificilmente encontrava com alma viva,e quando acontecia o outro estava débil,perdido,ou atormentado.Quase louco,sem razão.O chão era enlameado.Via uma energia bailhando nas pairagens-como se fossem partículas de calor.Quando o ambiente estava assim,mal conseguia respirar.Então uma tempestade se desenvolvia.Relâmpagos,e uma torrente violenta de água despencava do alto. O solo inundava.Tudo era lavado.Todas as mudanças do ambiente aconteciam,porém algo parecia intocável o negrume que o envolvia.A luz do sol parecia ali não alcançar.Uma névoa a tudo envolvia. Era raridade ser abordado por uma alma viva." Estou morto.Aqui é o inferno,so pode ser." Repetia em silêncio.

As suas roupas estavam em fragalhos.Sujas e continham uma oleosidade intragável que mantinha um contato asqueroso com a sua pele.A barba crescida,em desproporção.Os cabelos eriçados,em desalinho.Grandes.As unhas das mãos e dos pés estavam enormes,sujas e de aspecto sofrível.Tinha fome e sede.Um cansaço avassalador o dominava.

" Não tenho onde matar a sede.Tenho fome e não tenho onde me alimentar...Estou morto,so pode ser..."

As vezes era domado pelo cansaço,então adormecia.Quando acordava estava sendo banhado por uma água escura e fétida.Muitas vezes sentia estranhas picadas na peles.Ficou horrorizado ao avistar inúmeros vermes devorando-no vivo.Descabelava-se em acelerada carreira.Demonstrava loucura.Tentava se livrar dos vermes que desfilavam por todo o seu corpo e não obtinha algum sucesso.E,assim,ficava por horas a fio.Jogava-se ao solo.Despencava por ribanceiras.A calma so o arrebatava,quando repetinamente, a exaustão o desfalecia. Parecia passar horas,talvez dias desacordado-como se a Providência divina o socorresse e lhe desse mais conforto diante daquelas sensações repugnantes-o de sentir ser devorado pelos vermes.

" Eu não suporto mais isso aqui.Alguém deve está me ouvindo..."

Para sua surpresa um grupo de senhores o abordou.Vestiam-se com majestosas roupas brancas,de alvuras louváveis.Tinham aspectos serenos.Falavam de forma mansa.

- Acalme-se somos bons emissários.Viemos recolhê-lo,talvez. A sua existência no Orbe Terrestre chegou ao fim.Não pôde trazer a sua riqueza e todo o seu poder.Deixou para trás os seus negócios,a família,os amigos,enfim, tudo da vida material não mais existe. O seu corpo denso encerrou a sua presença no mundo material.

-Eu quero voltar.Não é justo que me deixem assim,sem nada.Sei que era um homem rico e poderoso.Agora me lembro...Tinha tudo na vida...

-Sim,era muito rico e poderoso..materialmente.Mas,não juntou um níquel de riqueza espiritual.Não se aproximou de Deus.Jamais despertou para os ensinamentos de Jesus.Nunca teve uma religião.Poderia até não ser um homem religioso,mas lhe faltou um dígito de moral e de amor ao próximo...So dava importância aos prazeres,as mais diversas satisfações de conquistas materiais.

-Balela.Sei que podem me ajudar.Eu quero retomar tudo o que é meu e foi perdido com a minha...a minha...

-MORTE...

-Eu quero voltar à minha vida na Terra.

-Vai ter que esperar.

-E...o que vai...me impedir?

-Terá que recomeçar e reaprender.Não existe felicidade quando se cultiva apenas os prazeres e as riquezas do mundo material denso.Deus existe e Jesus aponta os caminhos para a humanidade.Tem passados séculos nas mesmas aspirações,nos mesmos desejos e realizações,nas mesmas conquistas..e...

Afastou-se da presença dos velhinhos.Seguia resoluto pelas suas buscas irracionais.Era comum encontrá-lo pelas paragens daquela região Umbralina falando em sexo,mulheres,bebidas,drogas e riquezas das mais diversas.Os que encontrava pelos caminhos sombrios estavam em semelhante descaminho da razão.Não havia um diálogo aceitável.Entravam em disputas agressivas verbais,ou em lutas corporais,onde geralmente não havia um vencedor.Todos eram os derrotados naquela região Umbralina,onde as palavras vingança,sexo,drogas,poderes e dinheiro eram do pronunciamento de todos - o mesmo não podia se dizer das palavras Deus,Jesus,Moral,Ética,Bondade,Arrependimento.A infelicidade os envolvia numa nevem de negrume detestável.Sofriam e repugnavam a criatura do Salvador da Humanidade proferindo impropérios censuráveis lhes dirigida. que se confundiam com o canto feio e agourento dos repugnantes pássaros daquela região habitada pelos sofredores,outrora homens ricos e poderosos da Terra.

A Carava de Velhinhos vestidos de branco-e orando seguia pela região realizando o seu nobre trabalho de sococorro aos pobres de Luz.

LG

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 17/02/2016
Reeditado em 02/01/2017
Código do texto: T5546497
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