Travessuras do poeta,com as palavras.
Adaptação da história Pinóquio.
Por Joilson Remanso
Inclusão não é tolerar diferenças, é descobrir que nenhum de nós é completo sem o outro.
Capítulo 1: O Novo Aluno.
No laboratório de um inventor idoso, Geppetto, um boneco de madeira ganhava vida com um coração digital pulsando em seu peito. "Você será especial, Pinóquio", sussurrou Geppetto, instalando um chip de aprendizagem em sua nuca. "A escola te ensinará a ser humano."
Na primeira manhã na Escola Tech+, Pinóquio, com juntas de madeira brilhante e olhos de LED, foi recebido por olhares curiosos e risos abafados. "Olhem! É um robô de parque de diversões!", zoou Lucas, líder de um grupo de alunos que ostentavam óculos de realidade virtual e celulares de última geração.
Isa, uma garota cega que lia braile em seu tablet tátil, estendeu a mão: "Não ligue pra eles. Eu também fui chamada de 'defeituosa' no primeiro dia." Carlos, que deslizava pela sala em uma cadeira de rodas motorizada, completou: "Aqui o difícil é ser chato. E você parece ter histórias pra contar."
Capítulo 2: A Armadilha do "Falso"
No recreio, Lucas deslizou um celular na mesa de Pinóquio: "Baixa o Falso, boneco. É o único jeito de ser popular aqui." O app, com seu ícone de sorriso torto, prometia: "Mentiras criativas = Likes garantidos!". Pinóquio hesitou, mas, ao ver fotos manipuladas de si mesmo circulando nas redes ("PINÓQUIO ROUBA PROVA!"), pressionou download.
"Pare!", ecoou a voz de Jiminy, um assistente virtual projetado por Geppetto que piscava em sua tela peitoral. "Mentiras são vírus: corrompem seu sistema." Pinóquio, com o nariz já começando a brilhar em alerta, deletou o app. "Preciso ser eu mesmo... mas quem sou eu?", questionou, observando os alunos rirem de um meme onde Sophia "tropeçava" em texto braile.
Capítulo 3: A Revolta da Professora Almeida.
No dia seguinte, durante uma competição de robótica, o grupo de Lucas sabotou o projeto de Pinóquio: "Madeira não combina com tecnologia!" Sophia, ouvindo o tumulto, digitou furiosa em seu sintetizador de voz: "Ele tem sensores que vocês nem sonham!" Enquanto isso, Carlos usou sua cadeira para bloquear a saída dos sabotadores: "Desculpas só depois que consertarem!"
A professora Maria, uma mulher com prótese biônica no braço, interveio: "Amanhã, trarão um objeto que represente sua história. E todos apresentarão em duplas sorteadas." Lucas gemeu ao ser dupla com Pinóquio.
Capítulo 4: A Lição das Caixas Misteriosas.
Na atividade, a sala recebeu caixas lacradas. "Só poderão abri-las se resolverem os desafios juntos", explicou Maria. Lucas e Pinóquio pegaram uma caixa com um cadeado numérico... e um texto em braile. "Preciso de você", admitiu Lucas, vermelho. Pinóquio, usando seus sensores, traduziu os pontos: "O código é 1984 – ano que a primeira prótese biônica foi criada."
Dentro da caixa, uma mensagem: "Inovação nasce da colaboração." Lucas, encarando a prótese da professora, murmurou: "Desculpe... pelas fotos falsas." Pinóquio, com um sorriso de circuitos, respondeu: "Vamos consertar meu robô juntos?"
Capítulo 5: O Vírus e a Verdade
Na feira de ciências, o grupo de Lucas lançou um vírus no sistema da escola, apagando projetos. Pinóquio, imune por ser analógico, recuperou os arquivos usando seu chip. "Um boneco salvando a Tech+? Que vergonha!", zombou um aluno.
Maria silenciou a turma: "Pinóquio lembra que tecnologia é ferramenta, não coração. E corações, sejam de madeira ou carne, precisam de empatia." Naquele instante, o peito de Pinóquio brilhou dourado – seu coração digital se tornara real.
Epílogo: O Menino que Ensinou a Escola
Pinóquio não virou humano comum; tornou-se um cyborg, com madeira e metal fundidos a tecido vivo. Lucas, agora seu amigo, criou um app anti-bullying com Sophia. Carlos virou capitão do time de basquete, treinando até os "andantes".
E viveram conectados, cada um único, todos atualizados para sempre.