Os botos cor de rosa malino.

Os botos cor de rosa malino.

Contou-me um amigo que morava aqui próximo de Manaus, na beira de um rio de nome Paraná do João, que já tinha ouvido falar de muitos casos das lendas amazônicas, mas essa foi de arrepiar de susto pelo que aconteceu com ele e assim passou a acreditar mais ainda.

Professor Aldemir, foi que me falou desse caso, nós que somos amigos de trabalho, disse que, certa vez por volta das 18:00hs no Flutuante na beira do Paraná do João, quando de repente se formou uma ventania, escureceu tudo e a chuva desabou, um verdadeiro Temporal, como diz o caboclo amazonense da gema, arrancando as varas onde o Flutuante estava atracado, arrastando-o para o meio do rio, "eu me recolhi para dentro", disse nosso amigo. O rio se agitou, as ondas ficaram frenéticas deixando o Flutuante a deriva, de repente comecei a ouvir coisas estranhas, que eu não sabia do que se tratava, foi aí que o medo veio, ouvia barulhos, gemidos, assovios..., tive a sensação de como se as pessoas estivessem andando, correndo no Flutuante e pulando no rio.

Foi de arrepiar, o medo se apoderou de mim, além do ronco forte das ondas e do vento, sentia essas coisas que nunca senti sozinho, foi muito medo que a cada minuto eu me escondia mais no interior do Flutuante.

Depois que tudo passou, o rio acalmou, com o Flutuante já do outro lado do rio abaixo, chega um amigo e me falou que os botos estavam no cio, por isso essa balbúrdia toda. Foi quando o amigo e professor Aldemir se acalmou, voltando a normalidade.

Trouxemos o Flutuante de volta e amarramos o no mesmo local, foi uma experiência nunca vista, que me deu a sensação do muito medo, coisa que nunca aconteceu, disse o professor Aldemir.

O Boto cor de rosa, é o maior dos nossos golfinhos regionais, o macho chega a medir 2,55 mts pesando 185 kgs e as fêmeas 2,15 mts com 150 kgs. Alem da fama de um jovem sedutor, ele é protetor dos lagos e dos rios da nossa Amazônia, por isso, o taxavam de um Boto Malino.

Certa vez fui pescar no Lago do Miuá em Urucará, quando fui com a canoa bem devagar com o caniço levei um baita susto, um rebujo debaixo da canoa que quase me leva ao naufrágio e logo depois ele boiou bem próximo.

Nunca mais quero passar por essa situação, cada vez mais acredito nas lendas interioranas, principalmente a do Boto, disse o nosso amigo professor Aldemir.

Aqui fica esse relato muito interessante, de um amigo professor, que assim como eu respeita a natureza e tudo que nela existe, respeitando a sua proteção e preservação.

Salve os escritores e poetas

Viva a Poesia regional

Que de melhor não se tem igual.

Mao, 25/05/2023.