SCARAMOUCHE E O SUGUNDUM COM CHENGUE LENGUE

Era uma tarde ensolarada no interior da Argentina, onde Scaramouche e seus dois amigos, Pedro e Santiago, decidiram fazer uma pausa em sua viagem de moto. Após horas de viagem encontraram um pequeno hotel acolhedor com um restaurante anexo. Famintos, pegaram o cardápio, curiosos para experimentar a culinária local.

O menu era repleto de pratos típicos e nomes pitorescos. Havia empanadas, milanesas e bife de chorizo, mas foi uma opção no final da lista que chamou a atenção: "Sungundun com Chengue Lengue". Eles trocaram olhares confusos.

— Sungundun com Chengue Lengue? Mas o que é isso? — perguntou Pedro, tentando segurar o riso.
— Deve ser algum prato exótico argentino — respondeu Santiago, enquanto Scaramouche arqueava uma sobrancelha, intrigado.

Logo, as risadas começaram. O nome era tão absurdo que eles não conseguiam levar a sério. Depois de minutos de especulações e piadas, Scaramouche, com sua típica curiosidade aventureira, decidiu arriscar.

— Vou pedir. Quero ver o que é esse tal Sungundun com Chengue Lengue!

Quando o pedido chegou, a surpresa foi geral. O garçom colocou sobre a mesa um prato contendo um cachorro-quente gigante, com meio metro de comprimento! O pão parecia não acabar nunca, recheado com uma generosa linguiça artesanal e coberto por uma mistura de molhos coloridos e temperos que exalavam um aroma forte e exótico. Ao lado, uma pequena explicação do chef: a combinação dos temperos era o que eles chamavam de "chengue lengue".

Scaramouche encarou o prato com uma mistura de espanto e diversão.

— Isso é um desafio, não um lanche! — exclamou Pedro, caindo na risada.

Scaramouche tentou dar conta do Sungundun, mas era simplesmente impossível. Após várias mordidas e um verdadeiro duelo com o prato, ele jogou a toalha, deixando metade do lanche no prato. A mesa virou uma tempestade de risadas e piadas enquanto o trio imaginava o chef atrás da cozinha rindo dele

Neri Satter – Novembro de 2024   CONTOS DO SCARAMOUCHE