TORAS DE EUCALIPTOS
Numa tarde, aromatizada pelo perfume de pés de eucaliptos, um grupo de meninos e de meninas decidiu brincar próximo ao local em que, enquanto uns lenhadores as cortavam; outros empilhavam as toras. Os garotos eram maioria; no entanto, na hora da bagunça, todos eram grandes parceiros. Após muito corrermos entre as árvores e os trabalhadores retornarem aos seus alojamentos, por unanimidade, optamos por fazermos uma casa com toras, cobri-la e forrá-la com folhas secas.
Entravámos de quatro em quatro, colocando um dos pequenos em cada grupo. A tarde foi maravilhosa e divertida. Ao anoitecer o grupo foi se dispersando. Cada um tomou o caminho de sua casa. Isso era o que imaginávamos.
Quando os pais de James notaram a sua falta, foram à casa dos outros, não o encontrando, desesperaram-se. Os homens adultos saíram em busca do garotinho. Entraram em açudes e em poços, percorreram hortas e plantações. Entre orações e choros, transcorreu à noite.
Pela manhã, enquanto tomávamos café, antes de irmos ao colégio, eis que surge o sumido, praticamente, coberto de folhas.
– Onde estavas?
– Na casinha!
– Na casinha?
– É...
A gritaria foi geral. Os adultos se abraçavam radiantes. Tive a sensação de que já havia vivenciado uma situação semelhante a que estava acontecendo naquele instante, sem que eu pudesse precisar quando ou onde fora. O meu desejo foi em transformar-me numa ave e voar para bem longe dali.