A Pescaria
Num domingo de inverno os meus irmãos queriam ir pescar com os amigos.
Eles sabiam que o pai não deixaria, pois os dois irmãos mais novos o Ildo e o Eliseu eram guris pequenos.
O meu irmão mais velho, o Edegar era adolescente teve uma ideia de dizer para os pais, que eles iam perto cassar passarinhos com os guris dos vizinhos.
Então o pai deixou que fossem, ele disse: Com uma braça de sol estejam em casa!
Arrumaram iscas e anzóis e se foram a gurizada, uma turma de sete meninos. Desceram para o pequeno rio lajeado, Graxa.
Jogaram os caniços na água e pescaram muitos lambaris. O Ildo estava vestindo uma bombacha de pelúcia que a mãe havia costurado. Os bolsos eram grandes, os meninos puseram os peixes nos bolsos do Ildo.
Quando a pescaria tinha rendido, bastante peixes, e os bolsos estavam cheios, apareceu uma grande cobra da água e foi na direção do mano que tinha os peixes. A serpente faminta queria comer os peixes. Foi uma gritaria dos meninos e o Ildo caiu dentro do rio. Os companheiros fugiram correndo... Só o mano Edegar, socorreu o Ildo e surrou a cobra com o caniço.
Aí foi um dilema as roupas do Ildo estavam molhadas e era frio, ele batia os queixos...
Disseram para o mano tirar a roupa molhada e torceram bem e puseram no sol para secar.
Quando o sol baixou no horizonte, quando tinha uma braça de sol eles foram para casa.
Ele estavam com medo do pai, que era enérgico e bravo surrava os meninos com vara de marmelo.
Logo a mãe notou que as roupas do Ildo estavam molhadas. Disseram que ele caiu na sanga perto de casa.
Aquela vez, escaparam de apanhar, por mentirem para os pais. Meninos aventureiros.
Tinham medo, mas, não tinham vergonha! E o mais velho era o cacique, o Edegar.