Veraneia a Andorinha Apaixonada
Em um paredão de pedras que ficava de frente ao mar
em uma fenda de uma rocha uma andorinha azul
construiu seu ninho, e ali depois de algumas semanas
apenas um ovo eclodiu e nasceu uma linda andorinha de asas brancas.
Que recebeu o nome de veraneia porque estava próximo da migração
e as andorinhas iam voar em busca de terras mais quentes,
ela percebeu que o bando de andorinhas que ela fazia parte
estavam se preparando para fazer uma longa viagem em busca de verões,
lugares ensolarados e com farturas de insetos e lavas,
e lugares altos para se abrigarem. Mas uma chuva inesperada
caiu sobre aquele majestoso paredão, lar das andorinhas azuis.
Veraneia ficou encantada com a dança da chuva em cima das rochas
Que formavam aquele penhasco, ficou alegre e voou
sentindo os pingos molhar as suas penas brilhantes dentro daquele aguaceiro,
ela se sentiu muito feliz com aquela experiência de voar entre as nuvens escuras
e cheias de água que se derramava sobre seu corpo o mar e o gigantesco paredão.
Enquanto isso todas as outras andorinhas estavam abrigadas
em seus ninhos nas fendas das pedras. Veraneia voltou
quando os ventos já tinham levado a tempestade para dentro do mar.
Essa atitude de veraneia foi vista pelo bando como irresponsável
E perigosa, pois as andorinhas não eram aves de inverno
Eram aves de verão. Veraneia chegando em sua nidificação
Se sacudiu com muita rapidez para que a água saísse
De suas penas enxarcadas pela aquela chuva de verão.
Mais alguns dias se passaram até chegar o momento da partida,
Todas as andorinhas estavam no pico do paredão prontas para alçar voo
Rumo a terras distantes onde encontrariam mais uma vez o verão.
Mas veraneia não estava lá no ponto de partida das aves,
Ela estava voando sobre o mar e enamorando as brancas nuvens
Que passavam lentamente sobre o grande oceano azul.
Seus familiares foram embora seguindo o calor do verão
Que a cada dia ficava mais distante.
Mas veraneia ficou e quando as chuvas chegaram
Ela voou bem alto e cantor enquanto suas asas
Cortavam as águas que caíam do céu. À noite ela voltava
Para o ninho, ao amanhecer ela voava baixo e procurava
Suas presas escondidas debaixo das cascas das árvores
Ou em buracos que serviam de abrigo para os insetos
Por toda temporada de chuvas ali próximo ao mar.
Assim veraneia curtia o frio e depois se aquecia
Nas fendas das pedras. Ela gostava da solidão da estação fria.
Às vezes a chuva dava uma pequena pausa e o sol timidamente aparecia
Naquele momento e ela lembrava de sua família.
Mas era por pouco tempo a chuva voltava e veraneia
Lá no alto do penhasco no seu ninho ficava contemplando o mar
Recebendo a chuva como uma hóspede que se deitava
Sobre aquela imensidão hora azul hora verde.
E veraneia disse para si mesma, eu sei que meu destino é casar
Com o verão, mas estou apaixonada pelo inverno.