A Luz.

A Luz.

Meu nome é Osvaldo Rocha Jr., Arqueólogo, Aventureiro, e, Design.

Hoje vim aqui relatar uma aventura épica tão recente que pareceu ter sido ontem, em minhas viagens pelo sul, entre uma recordação e outra, vir-me sentado entres papiros datado da antiga civilização carioca, da antiga Fazenda do Morro Queimado, distrito de Cantagalo por volta de 1818 pelo povo Suíço, hoje Nova Friburgo. Em meio a tantos pergaminhos, já com as vistas cançadas resolvi dar uma volta pelo sítio respirando ar fresco, sentei em baixo da Gigante da Floresta, peguei um graveto pus na boca e recostei em seu colo e... Dormi.

De repente um estouro trouxe-me de volta, meu coração acelerado, um suor frio descia da testa, e, uma velha canção de Eros Ramazzotti que ao longe tocava, fixava o sonho que tivera, olhei o relógio, este marcava 23:54, levantei e fui a minha tenda...

- Eu vi algo relacionado...

Revirando toda tralha, por fim encontrando, era uma carta escrita pelo Monsenhor Pedro Machado de Miranda Malheiros, na mesma, ele citava com certa curiosidade como receio, um lugar perdido no tempo. Eu já havia estudado sobre a lenda, muitos dos meus colegas em encontros e debates ignorava tal lenda, assim como eu, até o momento. Juntei os dados, analisei as rotas, e, dizendo a mim mesmo:

- Estou louco...

Segui meu espirito; era uma caminhada de 6 km por entre uma vegetação espessa, logo em seguida 3 km de escalada, para no fim descer 4 km de pura escuridão.

A área serrana do Rio, tinha sua beleza, mas, tinha seus desafios; ao longo dos anos muitos perderam a crença em seu Deus, outros agarraram-se a esse mesmo Deus, poucos como eu, talvez achasse uma razão de Deus existir. Quando cheguei ao lugar descrito na carta era noite, então, resolvi continuar amanhã bem cedo, abri o colchonete entre uma pedra de granito em forma de travesseiro, e, nada mais vi...

04:30 da manhã, procurei um lugar fixo para amarrar a corda para a descida, o terreno íngreme sem muitas estruturas onde eu pudesse usar a meu favor, em baixo pedras convidavam-me a morte certa caso despencasse. Alcancei o chão, o cheiro úmido, cascalhos da erosão do tempo era palco desta aventura, liguei a lanterna, revisei cada item garantindo o maximo de segurança, segui por uma fresta escuridão a dentro. A cada passo podia sentir o cheiro de terra molhada, e, o som da água correndo sem se importar com minha presença, percebi então ser um rio, mas, não era um rio qualquer, era um rio onde as margens do desejo de conhecer inundava a alma de tanto querer. Nem mesmo o medo de expor minha vontade oculta em minhas letras, descreveriam com exatidão todo o quadro em questão.

Lembrei de um certo livro que li a muito tempo na faculdade que dizia para Amar e não Esquecer, de fato, foi assim, amei o livro, a autora do mesmo, até mesmo, o esforço que fiz para ser visto por ela, é, não esqueci. Recobrando do devaneio desci a escuridão no sentido da correnteza, no caminho encontrei indumentárias e acessórios esquecidos por antigos exploradores, um pouco mais a frente nada, a não ser pela areia branca e o lago de água cristalina, olhei para todos os lados nenhuma saída a vista, apenas eu e o lago, então, pensei:

- Não pode acabar aqui...

Sentei na areia, em meio a escuridão, a areia branca, e, um brilho na água chamava minha atenção. Resolvi dar uma mergulhada já que, era o fim da linha, e, mergulhei. A cada braçada uma lembrança de momentos simples, tumultuado com entender hostil sobre frases repetidamente ditas por anos, do momento daquela viagem até o ultimo segundo da despedida, nas estradas formada pela mente fértil do ser, eu sai de Salvador para uma simples expedição, passando perto de Minas Gerais, e do, Espirito Santo, sem ao menos ter passado de fato, desaguando aqui em Nova Friburgo numa gruta sem fim, com tantas perguntas a serem feitas em tão pouco minutos, com tantas interrogações a terem um ponto final a cada resposta nos segundos subsequentes, e se assim, ainda houvesse uma interrogação, teria uma respostas de teor no mínimo curioso. Essas perguntas em questão ceifavam a segurança, por assim dizer, minha insegurança, porém, minha alma aventureira partiu sem hesitar com o propósito de revelar o que era óbvio a olhares atentos... Conhecer.

Olhando a flor d'água cuidadosamente percebi que a claridade vinda do lago revelava a saída daquele lugar, puxei todo ar que pude e mergulhei entre a fenda para sair na outra extremidade, lá todo cenário era igual ao anterior com exceção de uma abertura por onde a luz avançava em seu total poder.

- Ah! A Luz...

A luz fazia parte desta descoberta, desta parte magia, onde a fábula misturava-se com o pensamento, que, indevidamente tornava-se uma escrita criativa. Na criação desta, eu encontrei-me ainda sentado em baixo da Gigante da Floresta, com raios do sol acariciando meu rosto, a luz também era o sobrenome da escritora que conheci, que aprendi a ter um carinho não necessariamente por ela, mas, pelo sorriso no fim de cada frase dita, e que, sem que ela saiba, a única intenção maldosa que tenho é... De vê-la sorri mais uma vez.

Texto: A Luz.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 03/03/2024 às 19:46

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 03/03/2024
Código do texto: T8011986
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