O peixinho e eu.
Caminhando a beira de um rio, percebi que entre suas aguas turvas se formava um leve borbulhar em sua superficie. Curioso me aproximei para ver o que provocava aquelas borbulhas.
Ao me aproximar, pude constatar que se tratava de um lindo e pequenino peixinho colorido.
A principio me encantei com suas cores, e parei diante dele; e para minha surpresa ele também parou diante de mim.
E ali ficamos por horas, eu nada falei pro peixinho, e ele também nada fez. Permaneceu ali, inerte, assim como se fosse uma estatua.
De repente começou a cair alguns pingos de chuva, era hora de ir embora; então me levantei, e por eu ter me sentado no chão de barro na beirada do riacho, precisei sacodir a poeira de minha roupa. Nesse momento desviei o olhar do peixinho, e após ter minhas vestimentas limpas, voltei meus olhos para meu colorido amigo das aguas, só que ele ja não estava mais no mesmo lugar, somente por meio de minha visão periférica, pude ve-lo ao longe saltando em direção ao leito do rio.
A noite em minha cama, antes de dormir, levei meus pensamentos aos momentos que a tarde passei com o peixinho, enquanto eu voltava para casa.
Nessa hora um pensamento me veio a cabeça. Então comecei a fazer uma retrospequitiva desse meu dia.
Tudo começou pela manhã, eu havia acordado triste e pensativo, e assim fiquei até o momento em que passei a beira do rio e que me deparei com o colorido peixinho.
Após o ocorrido, sem eu me dar conta, a tristeza foi embora, só pude perceber mais tarde depois do jantar.
O mais gratificante foi a lição que tirei de tudo que me aconteceu hoje.
Na manhã eu estava triste, e a tarde encontrei o peixinho que também me parecía estar tristonho, nos encontramos e nada eu falei para ele, e ele tambem nada fez.
Ficamos ali, parados, olhando um pro outro.
De repente nos separamos sem nos despedir, ele saiu alegre e saltitante.
E agora estou aquí em meu leito escrevendo essa história.
A lição que tirei foi que.
Nem sempre precisamos ouvir a voz de alguém para mudar nosso dia.
As vezes basta um olhar, um ficar perto, mesmo que em silêncio, mas estar ali.
Foi assim comigo e o peixinho.
Quando olhei pro colorido dele…percebi que a vida tem outras cores além do preto e do branco.
E ao ficar tão proximo a ele e sem ter a intenção de tocá-lo, lhe mostrei que ainda esistem pessoas confiaveis.
Talvez essa segunda opção não tenha surtido efeito para o peixinho, mas nos faz crer que nem tudo está perdido, que ainda se pode encontrar um ombro amigo rntre os mortais, e que podemos cuidar um dos outros mesmo não fazendo parte da vida dela.
Essa é a moral da história.
Igor Rodrigues Santos