Vida Pirata. (3º Parte.) A Aventura.
Vida Pirata. (3º Parte.) A Aventura.
A aventura (Exploração).
Cada vez que se aprofundava em meio a vegetação, sem direção certa, ele, sentia algo o impulsionar, contudo, não entendia tal sentir, mas, sentia que nesse mergulho desvairado no verde vale, iria algo presenciar, vivenciar, e, até mesmo findar...
Após horas de caminhada, algo chamou sua atenção, no alto daquela montanha, viu uma silueta, alguém que procurava por algo. Seus cabelos louros, ao longe refletia o sol, embora, o crepúsculo se fazia presente abrindo o anoitecer, esperar era sensato, prudente de fato, cauteloso. A montanha era de fácil subida, então, usando das suas artimanhas começou a escalar, e, a cada avanço, sentia a brisa mais forte em seu rosto, sentia uma paixão repentina, conseguia ouvir A VOZ DO MAR à lhe dizer:
- Navegue sem medos de tormentas, e, viverá uma aventura digna de Dante.
Aventura!..
Não entendia por que tal palavra lhe soava bem, apesar da idade sentia-se um eterno jovem em suas loucas proesas...
Este corsário é a perfeita encarnação deste autor, onde apenas, não só vivencia, como narra toda sua rotina real, e, imaginaria, colocando versos em trechos, trechos em palavras, e, as palavras em pequenas linhas cuja a observação atenta de um simplório leitor poderá entender sua alma...
Chegando ao pico daquela coluna natural, a viu de perto, linda, cheirosa, podia-se ser confundida facilmente com a deusa Afrodite, até, mesmo com Helena de Troia, causando guerras no intimo de cada ser. A garota estava vestida de preto, procurando o que perdeu em meio aos rochedos, ele, pacientemente olhava-a de longe como um felino a espreita, quando ela achou, percebi em suas mãos uma espada, e, uma pistola feito do mesmo material dos meus. Seria ela uma corsária perdida nesta ilha, onde os sãos poderiam se salvar da dor imposta muitas vezes pela própria vida louca, ou, seriam pessoas insanas buscando um pouco de lucidez nos sonhos? Talvez nunca saberemos... Talvez!
Após o achado, ela levantou-se exuberante como uma Fênix, olhou bem aquele campo do lado esquerdo onde poderia descer, porém, não percebera estar sendo observada.
- Boa tarde? Ele falou...
Súbito ela se virou surpresa por não estar só, colocando a mão no cabo da sua espada, olhando fixamente a figura, falou:
- Quem é você? De qual embarcação navegou? Como foi parar aqui?..
Cheia de perguntas em seus lábios, mas, com um olhar de quem agradecia por não esta só, deu um leve sorriso.
- Meu nome é AhcoR! Minha embarcação naufragou perto deste estreito, por esse motivo parei nesta ilha! Venho do Norte...
Enquanto respondia suas perguntas, procurava algo em comum naquela mulher, seu cheiro entorpecia-me de desejos, sua fala mansa acariciava minha mente, e, seus lábios pediam para serem roubados em beijos. Percebi então que, no cabo da espada, continha a mesma insígnia que a minha (♊), fiquei quieto por um minuto pensando o que representava tal escudo, pois era minha bandeira, será dela também? Começamos a conversar, levei-a onde era mais propício a descida, ela era alegre, me contagiando sem perceber, passamos por um túnel de bambus, fazendo um roteiro paralelo com a paralelas do querer, em cada lugar, um comentário, atravessamos um dique, subimos um campo grande, até, parar em outro corredor arborizado denominado Vitória, no trajeto começamos a criar uma trilha de sensações...
Primeira noite...
Naquele corredor, onde árvores enfeitavam as conversas sobre aventuras, sobre si mesmo, ouvindo pássaros notívagos cantarem uma bela melodia, ele, na sua ousadia pirata quis pilhar os sentimentos daquela corsária, ela, por sua vez, parecia-lhe compactuar tal desejo. Havia medo no meu olhar, logo a diante tinha uma estrutura natural que invadia a praia, um píer a ser conquistado, ela, exímia na caça, forjada por Diana tratou de pescar e fazer caldo da pesca. Tomamos o caldo, comemos iscas fritas na fogueira, com a noite avançando, voltamos a cabana, o rum daquela noite foi o vinho suave daquele doce beijo...
Amanhece, o sol desponta sobre a fresta da cabana, podia jurar que o astro tinha afinidade com ela. Ela por sua vez reluzia em honra ao sol, decidiu então vasculhar a ilha, desejando atravessar a maré até o outro lado, onde de longe podíamos ver ruínas de uma civilização antiga, e, assim foi feito...
Criamos uma balsa com troncos, usamos capa dos cachos do coqueiro para ajudar no percurso, o mar estava lindo, num tom verde-azulado, convidando a mergulhar na vastidão de seus encantos. Atracamos no lado oposto, caminhamos por horas, mas, por estarmos cansados não exploramos as ruínas como desejado, voltamos ao lugar onde nossa balsa estava ancorada, ela, sempre hábil, tirou coco, tomamos a água, com a espada abrimos, porém, nem tudo era perfeito. Ao abrir o coco, ela, começou a furar, enquanto eu, retirava-o com a precisão de um cirurgião. Ao perceber tal destreza começamos a cair na gargalhada. Admirando a paisagem, e, seguimos viagem...
Voltamos antes do sol apontar no centro do hemisfério, ela, era juvenil em todos os aspectos. Achamos uma catedral com barras de antigas Naus naufragadas, mais a frente, uma construção que nos remetia a um farol antigo, ela, adentrou a ruína subindo até o centro da luz, a felicidade eta tanta que seres marítimos vieram assistir. Foi um dia perfeito...
A noite, celebramos com cantigas de velhos tempos de navegação, dançamos sem pensar no amanhã, que, por ventura viria...
Texto: Vida Pirata. (3º Parte.) A Aventura.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 13/06/2023às 13:49