A Escalada
A Escalada
Antoni estava vivendo uma ótima fase em sua vida, conseguiu
se formar em engenharia, estava com seu trinta anos
corpo atlético, gostava muito de paraquedismo e escaladas.
Quem o via assim não percebia que sua infância seu passado foi tão difícil, desde pequeno sofria com distúrbios mentais, os pais mesmo tendo uma boa situação financeira gastaram muito e se dedicaram a ele.
No começo era um amigo imaginário, depois houve crise de personalidade, anos de terapia e medicação fizeram com que Antoni pudesse superar isso, o apoio dos pais e parentes ajudaram muito, quando seu pai o via nos céus ou em montanhas quase não acreditava no milagre.
Antoni era um rapaz que chamava muito a atenção das garotas, já tiveram várias namoradas era visto como um rapaz gentil e também considerado um bom partido, mas apesar do assédio das garotas foi Márcia chamou sua atenção, se viram a primeira vez na academia, Antoni ficou encantado com Márcia subindo a parede de escalada, ela era rápida e tinha movimentos precisos, não demorou para saírem juntos e serem parceiros de aventuras. Márcia era muito destemida sempre com um sorriso encantador, saltavam de paraquedas e faziam algumas escaladas, ela aprendia rápido e eles interagiam muito bem, ela fazia uma trança e partia para as escaladas os paredões.
A Montanha
O Monte do Corvo foi a primeira montanha com uma certa dificuldade para eles, mas interagiam tão bem que conseguiam se igualar aos alpinistas experientes ali. Finalmente tanto Antoni quanto Márcia viram a chance de subir, o tempo se mostrava bem estável e teriam uma oportunidade, saíram cedo do acampamento e começaram a subir sem muita dificuldade, no acampamento ficaram outros alpinistas que estavam se aclimatando a altitude, o grau de dificuldade não era extremo mas toda montanha requer cuidado. Eles chegaram perto do cume quando o tempo mudou bruscamente ficando mais frio e úmido, Antoni achou melhor eles esperarem já que estavam em um ponto naquela parede que havia um pequeno recuo, muito semelhante a uma entrada, era um cantinho onde podiam ficar sem se expor ao vento, tinham chá e café quente em suas garrafas térmicas.
Antoni sugeriu a Márcia descansar um pouco, pelo jeito não ia dar pra subir, mas tudo bem chegaram bem perto no fundo daquele pequeno local dava pra um descansar e o outro ficou sentado, Márcia estava exausta e logo após um chá quente com biscoitos pegou no sono, Antoni ficou sentado na entrada, estava frio mas eles estavam bem preparados, ele descansaria ali encostado na entrada daquele recuo de rochas e depois desceriam, pelo jeito o tempo não ia melhorar mesmo.
Márcia acordou mais disposta, viu Antoni sentado com os braços em torno das pernas, parecia dormir, ela mais uma vez percebeu o quanto gostava dele, parecia que tremia um pouco mas o vento não pegava de forma direta ali, e as roupas protegiam bem, ela tomou um pouco de café para ficar mais desperta, ainda tinham bastante tempo para descer . Enquanto tomava seu café observava que Antoni estava na mesma posição, se quer notou que ela se movimentava próximo a ele Márcia se aproximou e disse " Querido, quer café" nesse momento Antoni olhou para ela, com uma expressão assustada com lágrimas nos olhos e disse " Quem é você ? Como chegamos aqui ? " . Márcia ficou chocada, mesmo por que nem aquela voz era de Antoni, só não ficou aterrorizada por que percebeu que ele estava com mais medo e terror que ela, porém Márcia ficou sem palavras olhava para Antoni que voltou a posição que estava ainda com lágrimas nos olhos e terror na face. Ela tinha que manter a calma, qualquer palavra errada e talvez ele pulasse ou até mesmo ficasse violento, ele era maior e bem mais forte que ela. Mais uma vez Márcia se aproximou de Antoni " Vamos começar do início está bem. Primeiro que é você" perguntou com voz suave e extremamente calma . " Eu sou Gregory, por que me trouxe aqui ?" . Márcia agora estava apavorada, mas não demonstrava, o que havia acontecido? manteve a calma o máximo possível e disse " Caso você tenha esquecido sou Márcia, sua professora e achei que seria legal subirmos aqui, mas já vi que foi uma péssima ideia. Me diga Gregory, quantos anos você tem?" " Eu tenho doze anos" " Muito bem, vamos fazer o seguinte você vem aqui pro fundo vai tomar um pouco de chá e eu vou ficar sentada aí, onde você está, quero que descanse um pouco, durma um pouco como eu fiz, quando acordar vamos descer " ela estava rezando pra ele aceitar, talvez ao dormir um pouco podia voltar a si.
Gregory aceitou, como uma criança que obedece seu instrutor, porém soltou mais uma bomba no colo de Márcia, ao sair todo trêmulo de onde estava, disse que tinha medo de altura e que ela não deveria ter levado ele ali, Márcia agradeceu aos céus por não estarem no cume da montanha.
Agora os minutos começaram a fazer diferença, Márcia tinha que fazer alguma coisa, tinha que acorda lo e o convencer a descer a montanha, as cordas estavam ali já fixas o que a deixava com terror era o fato de Gregory ter medo de altura, como ela iria lidar com isso, enquanto ele dormia ela percebeu que não poderia deixa lo descansar nem mesmo por uma hora.
O tempo não havia melhorado, estava mais frio e a garoa gelada não parava, já eram duas horas da tarde não dava para esperar mais, ela tinha que acorda lo e torcer para que fosse seu amado Antoni quem despertara daquele sono, como ela queria que fosse uma brincadeira, mas já o conhecia o suficiente para saber que ele não faria isso, era muito sério e responsável quando saltando de paraquedas ou escalando, agora era hora do tudo ou nada Márcia se aproximou e disse " Temos que partir, não podemos mais ficar aqui" para seu espanto foi Gregory quem despertou cheio de medo e chorando.
" Não podemos mais ficar aqui, ou você desce comigo ou fica aqui e eu peço para os professores que estão lá em baixo te resgatar aqui em cima, vai demorar um pouco mas não podemos ficar nos dois aqui" Márcia falou isso um tanto severa agora o problema era o medo de altura, ela tinha que contornar isso, aproximou bem perto dele e olhando em seus olhos tentou prepara lo para descida " Gregory você está com medo e eu também, vamos deixar nossos medos aqui e vamos descer você vai fazer tudo que eu te disser e da forma que eu te disser entendeu ?" Apesar do medo Gregory aceitou, era isso ou ficar sozinho lá naquela pequena junção de rochas, e mesmo que ficasse os professores viriam tira lo de lá, e certamente não seria com a delicadeza que Márcia mostrava pra ele.
A descida
Márcia conferiu todo o equipamento de Gregory, com muito cuidado e assim se preparam para descer, se afivelaram as cordas de descida, ela instruiu Gregory a olhar para a parede e seguir os movimentos dela, para que ele olhasse os pés e evitasse olhar para baixo. Começaram a lenta descida o frio ainda estava lá, Gregory estava apavorado mas Márcia contava com o fato de o corpo dele aceitar bem a descida, mesmo por que já fizeram isso várias vezes. Lentamente seguiam um bem próximo ao outro, era uma pena que nenhum outro grupo ou dupla de alpinistas terem saído do acampamento naquele amanhecer, seria de grande ajuda se um homem pudesse guiar Gregory até em baixo, ele estava tenso e em silêncio mas desciam bem, só a parte final era mais técnica, com uma parede que ia obriga los a fazer um rapel, porém as cordas estavam lá bem firmes restava a ela mostrar a Gregory que aquela parte seria divertida, mesmo com frio e medo a parte final já não seria tão ruim, um pouco de neve já se acumulara ali e isso já dava uma tranquilidade maior.
" Chegamos a melhor parte Gregory, agora vamos nos afivelar a essa outra corda e descer, você foi muito valente e agora chegamos a parte mais divertida, você vai primeiro e eu vou em seguida, bem próximo como fizemos até aqui " disse Márcia com firmeza e confiança, Gregory aceitou bem e desceram Márcia orientava Gregory a cada momento e o chão estava cada vez mais próximo trazendo alívio, já podia ver bem mais próximo o acampamento e assim que avistou algumas pessoas começou a fazer sinal. Como o pessoal no acampamento sempre estavam muito atentos viram com um binóculo que Márcia descia pela corda e gesticulava, assim 5 membros do acampamento foram recebê-los na base da montanha. Um deles subiu em uma corda paralela, Márcia explicou rapidamente o que houve, os outros ajudaram a descer e fizeram contato para resgate Márcia estava exausta.
Márcia foi medicada e ficou em sua barraca, pela fresta viu a chegada do helicóptero e paramédicos além de um homem e uma mulher que ela logo percebeu serem os pais de Antony, o viu sendo levado para o helicóptero de resgate, os pais de Antony vieram em outro que decolou a seguir, está foi a última vez que o viu.
Alguns meses se passaram e Márcia recebeu uma ligação da mãe de Antony, explicando que Gregory era um velho conhecido que com terapia e muito esforço tinha ido embora uma vez mas agora pelo jeito veio para ficar, agora sabemos que o melhor para o nosso filho e para Gregory é estar em um lugar controlado, por isso ele viverá na clínica onde está.
Ele tem muita gratidão a professora Márcia que o ajudou a descer aquela montanha.