Bem vindos a Garesis
Bem vindos a terra de Garesis, um lugar cheio de oportunidades e aventuras por entre seus cinco continentes; Arcádia(a região central e maior) Nortix (O norte gelado, terra dos anões em suas montanhas), Oesteros(uma terra selvagem no oeste), Lestus(lar do elfos e florestas densas) e Southern(uma terra árida e sem leis).
Nestas terras vamos conhecer muitas histórias e diversos personagens mas antes de conhecer os heróis e vilões é preciso entender seu mundo:
Há muito tempo os dragões eram criaturas muito comuns em Garesis, seres quase divinos de enorme poder e sabedoria que muito contribuíram para as demais raças primordiais. A lenda conta que na criação haviam somente dragões e eles eram senhores do mundo, implacáveis em força e magia. Acontece que algumas questões foram levantadas entre os membros mais proeminentes e disso logo surgiu discórdia e divisão.
Essa discussão era fundada na convicção de que seu conhecimento deveria ser partilhado para as estranhas criaturas que começavam a surgir em Garesis populada nos últimos milênios, depois dos primordiais e eles mesmos novas raças se desenvolviam e cresciam como bolor em um pedaço de pão, dizem que destas uniões é que surgiram as cinco raças mortais: Humanos, Elfos, Ogros, Anões e Halflings.
Dizem que alguns dragões se reuniram e chegaram no acordo que cada um deveria dar sua contribuição conforme achasse justo e menos perigoso para as outras raças, desta forma eles ensinaram agricultura, música, arquitetura, magia e combate, tudo o que eles precisavam para sobreviver e prosperar.
Acontece que nem todos os dragões estavam de acordo em dividir a terra com estes seres inferiores então secretamente incitaram na nova criação a ira, a inveja e a ambição, o que eles não sabiam que isto poderia ser a sua ruína, com tais propriedades aos poucos os dragões foram corrompidos pela influência dos novos seres perdendo assim sua divindade, os que puderam, fugiram para a morada celeste através de um portal de onde nunca retornariam, os que ficaram aos poucos foram se assemelhando em aparência e comportamento. Mas sem se esquecer de sua origem divina.
Passaram-se anos e séculos e pouco se sabia dos dragões da terra, aqui e ali ouviam-se histórias sobre seus paradeiros, enquanto isso as cinco raças mortais iam ficando mais e mais numerosas, desenvolvendo e melhorando as habilidades que lhe foram transmitidas. Com medo de terem a terra reivindicada pelos dragões remanescentes, as crias se juntaram em uma montanha em Nortix, lá, numa forja equipada com os melhores equipamentos e os melhores forjadores eles criariam armas capazes de defende-los. O metal não era capaz de feri-los gravemente, então de um dragão que se sacrificou, eles tiraram o material necessário:
Com o crânio eles criariam um martelo poderoso e indestrutível, capaz de dobrar qualquer metal sem aquece-lo.
Com as garras foram feitas duas lâminas, perfeitas afiadas e leves, com a força e resistência suficiente para cortar um escudo como se fosse papel.
Com a membrana das asas foi feito um manto capaz de deixar quem a usasse com uma forma etérea.
Das escamas foi confeccionado uma túnica, mais resistente que o aço, impenetrável e leve, além disso, outras partes do dragão morto foram contrabandeadas e delas talvez tenham surgido outros itens, mas não se sabe ao certo.
Enquanto terminavam aquilo que ficara conhecida como forja do dragão, três figuras surgiram na boca da caverna, recortadas pela luminosidade alva da neve afora, um jorro de neve e ar frio fustigou os artesãos, logo puderam ver que se tratava de figuras altivas, um alto e troncudo, usando um robe escuro com expressões severas, no topo da cabeça ainda podia-se ver um par de chifres curvos, havia também uma mulher alta e esguia, com longos cabelos prateados, usava uma túnica púrpura e um manto esverdeado, um terceiro era mais baixo, cabelos e barba compridos e pretos, tinha feições sérias e o rosto marcado com rugas, usava uma pele de lobo por cima e um gibão e calças de couro.
Logo que adentraram a caverna o primeiro deles já se adiantou para os ferreiros:
-- Vamos levar as armas. - disse ele com voz de trovão.
-- Não podem - disse um anão de cabelos ruivos. - São nossas.
-- Elas são poderosas demais para vocês. -Disse a mulher de cabelos prateados demonstrando aflição. - não vamos machucar vocês.
--E isso o que vocês dizem, mas não sabemos suas intenções, se estão aqui é porque as armas podem de fato feri-los. - Berrou um homem.
-- Já chega, foi um erro ajudarmos essas formas de vida inferiores.
-- Calma Sufur. - pediu a mulher. - concordamos em não fazer mal a eles.
-- Promessa da qual me arrependo. - resmungou. - Kasir tome as armas!
O terceiro, com pele de lobo, avançou contra o grupo que reagiu erguendo as armas ameaçadoramente, ante isso um grito estridente ecoou pelos túneis da caverna derrubando os ferreiros do chão, um grito poderoso que os deixou atordoados, um grito vindo da garganta de Sufur enquanto o dragão Kasir passava pelos adversários que se encontravam caidos e com as mãos abafando os ouvidos.
--Esmir leve as armas até os outros, Kasir vai com você. - determinou Sufur.
-- Enquanto a você, e eles. - questionou ela apontando para as pessoas no chão.
-- Vou me certificar que estão bem e então me junto a vocês.
Esmir parecia desconfiada mas no final cedeu e partiu com Kasir descendo pela encosta gelada.
Quando já não podia vê-los Sufur foi até aqueles que tinha derrubado ainda estavam um pouco atordoados, o primeiro a se levantar foi o anão e seus iguais seguido dos elfos, orcs e por último um grupo de cinco homens, já estavam sacando suas espadas, machados e outras armas confiantes de que podiam vencer Sufur
-- Isso é um disparate! - Berrou o anão. - Não podem nos tirar o direito de nos defendermos, por acaso você sabe quem atacou?
-- Sim eu sei quem vocês são, Slabor, mestre anão, Draefus senhor da floresta, Gortak a rainha guerreira orc e Harrion a senhora dos homens, todos vocês se proclamam reis destas terras, terras que nós dragões cuidamos e semeamos e por milénios, vivemos em paz sem a sua presença imunda e contagiosa, vocês não terão outra chance de nos ameaçar. - disse Sufur com fúria e desprezo.
-- Prometeu a ela que não nos faria mal. - disse o elfo de cabelos loiros tentando apelar para a razão.
-- E não o farei.
A comitiva mal pode perceber o que estava acontecendo antes daquela traição, logo vários dos acompanhantes dos reis presentes ali sacaram suas adagas de prata e esfaquearam as costas de cada um dos juraram defender. Os golpes se seguiram até que todos estivessem mortos, o último a cair fora a rainha orc, com pele mais resistente que os demais e ainda com um fio de vida, ela olhou diretamente ao seu algoz, houve um lampejo, um brilho dourado surgiu em seus olhos antes que dissesse as últimas palavras:
-- Seu orgulho será sua ruína, você morrerá nas mãos de um filho de dragão, está destinado a isso.
Tomando a adaga de um de seus cúmplices Sufur terminou o serviço cortando a garganta da orc enquanto puxava-lhe os cabelos vermelhos... sangue verde de orc se misturou aos outros e a forja que carregava esperança para as cinco raças fora lavada com ele, lá fora a neve se tingia com tal mistura enquanto os primeiros reis livres ali morriam, na caverna da traição.
Os traidores, um grupo de doze, se juntaram ao Dragão Sufur e ali se ajoelharam.
-- Bem vindos, vocês serão os primeiros de sua linhagem a se tornarem meus acólitos, vou-lhes ensinar tudo o que precisam e dar poderes que jamais imaginariam, se contudo pensarem em me trair vão experimentar coisas piores que a morte, agora se levantem, nosso trabalho não acabou, ainda temos um obstáculo. - Disse o dragão em forma humana.
Longe dali, perto de uma estrada, Esmir pareceu sentir o cheiro de sangue, olhou em direção das cavernas e se perguntou até onde iria Sufur para recuperar a glória dos dragões e mais importante, se faria parte disso.