O Pesadelo Encapuzado: Um Conto do Herói do Século XIX
Era o ano de 1883 a cidade de Porto de Rosas no interior de São Paulo que era um pólo cafeeiro e estava ganhando destaque com a indústria têxtil.
O herdeiro da família Seixas, Vitório Seixas acabará de chegar de Londres após terminar os seus estudos e se formar em direito e administração.
O seu pai Carlos Seixas o esperava na estação de trem, na hora que o trem de Santos para na cidade de Porto de Rosas, o rapaz desce e cumprimenta seu pai.
- Há quanto tempo seu Carlos?
- Nossa meu filho, parece que cinco anos passaram-se devagar! – Diz Carlos abraçando o seu filho em prantos.
- Para mim foi rápido, mas como estão as coisas na cidade?
Carlos fala sobre a situação da empresa têxtil.
- Vitório nós estamos trabalhando com a exportação de tecidos para a Argentina e Estados Unidos.
- Isso é muito bom! – Diz Vitório.
- O grande problema é que tem um assassino a solta em Porto das Rosas!
Vitório fica espantado com um assassino a solta.
- Como assim meu pai?
E o delegado, não faz absolutamente nada?
- Meu filho, até o seu amigo Guilherme que é promotor e o Delegado Pereira está fazendo de tudo, para encontrar esse homem que matou três homens , dois deles barões do café e um imigrante italiano. – Carlos relata tudo para seu filho.
Mais tarde, Vitório resolve fazer uma visita para Guilherme o seu velho amigo na taberna Sangria, onde todos os homens da alta sociedade de Porto das Rosas se reuniam.
Guilherme Barboza é o promotor da cidade e filho de um fazendeiro Uruguaio com uma brasileira, ao ver Vitório o chama em tom de empolgação.
- Meu velho amigo Vitório chega aqui, vamos beber!
- Guilherme, meu velho amigo é bom revê-lo.
- O meu amigo, agora estou casado e com um filho de um ano.
- Mas o que faz aqui no Sangria, se poderia estar aproveitando a vida de casado? – Vitório questiona Guilherme.
Guilherme solta o copo de vinho na mesa e responde o rapaz.
- Vitório um dia irá casar, ter filhos e advogar, e quando pegar um caso sobre um assassino que está deixando Porto de Rosas de cabeça para baixo.
Vitório pede desculpas ao seu amigo .
- Me desculpe pela indiscrição .
- Eu que fui grosso com você ! – Guilherme fica cabisbaixo.
De repente escutasse gritos de desesperos, Guilherme e Vitório correm para ver o que estava acontecendo, ambos dão de cara com o assassino, um homem alto de cartola, com sobretudo e com o rosto coberto com uma mascara, a vitima era uma imigrante que trabalhava na industria de Vitório.
Guilherme saca a arma e atira, mas o assassino escapa.
- Temos que salvá-la imediatamente! – Grita Vitório.
Mas Guilherme ao checar o pulso da a triste noticia.
- A vitima infelizmente faleceu!
Vitório da um murro na parede, mas é advertido pelo Delegado Pereira.
- Por que o rapaz está nervoso?
- Este é Vitório Seixas, dono das Industrias Seixas, essa moça era operaria da industria. – Explica Guilherme ao Delegado.
- Mais um imigrante que é assassinada pelo homem misterioso.
O Delegado com desdém pressiona o promotor.
- Eu quero esse caso resolvido até ontem, entendido!
Guilherme questiona o delegado.
- Por que me pressiona tanto?
- Porque homens decentes não ficam até tarde nesses pardieiros desperdiçando a sua juventude alem de ficar em casa cuidando da esposa e do filho.
Vitório toma as dores do amigo.
- Senhor Delegado, ele só está bebendo e não cometendo adultério, estávamos jogando a conversa fora.
- E você Vitório Seixas o coroinha da igreja, mas fazia a festa com as mulheres da Inglaterra.
- Sei que o senhor é o Delegado, mas exijo respeito!
Após o clima quase esquentar, Vitório retorna a sua casa e pergunta para seu pai.
- Meu pai, o Delegado Pereira sempre foi intrometido assim?
Carlos pergunta para o seu filho.
- O que aconteceu Vitório, se meteu em alguma confusão?
- É que houve um assassinato, e era uma das operarias da nossa industrias e o Delegado Pereira se estranhou comigo e com o Guilherme perto da Taberna.
Carlos ficou atônito e disse o que tinha de errado entre Guilherme e o Delegado Pereira.
- O problema entre o delegado e o Guilherme, é que ambos tem uma linha de raciocínio diferente, Guilherme acha que ambos tem que cumprir a lei a risca já o Delegado quer impor o castigo físico nos criminosos .
Vitório vai até a sua bagagem e acha a sua roupa de pilotar carro, um sobretudo e capuz, e um bastão e resolve combater crimes.
- Me chamarei de Pesadelo Encapuzado!
Na noite seguinte, Vitório pega o cavalo no estábulo e segue por fora da cidade e com um binóculo vê o movimento das pessoas ao lado da Taberna Sangria.
O rapaz descarta Guilherme e o Delegado como suspeitos de ser o assassino, mas se depara com o seu pai indo em direção ao bar.
- Meu pai na Taberna!
De repente, Carlos é atacado pelo assassino e grita.
- O que quer de mim?
O assassino tira a adaga e tenta golpear Carlos, mas o Pesadelo Encapuzado chega e o golpeia com o bastão na cabeça.
Ao ver a figura sombria, Carlos se afasta e implora.
- Por favor não me mate!
- Mas eu não lhe matei, acabei de salvar do assassino!
Carlos sente que pode abraçar o rapaz, mas sorri.
Na manhã seguinte, o Delegado Pereira chega para interrogar Carlos.
- Bom dia meu caro Carlos Seixas, soube que sofreu uma tentativa de assassinato.
- Bom dia Senhor Delegado eu sofri, mas se não fosse o Cavaleiro Vigilante que impediu o atentado talvez eu não estaria aqui!
- Então havia mais pessoas te atacando Doutor Seixas? – Interroga Delegado Pereira.
- Esse mascarado me salvou, mas uma coisa o senhor machucou a cabeça? – Carlos pergunta sobre o seu machucado.
- Eu bati ao descer da diligencia, eu vou embora!
O delegado vai embora e Vitório com pijama ve seu pai pensativo.
- O que houve meu pai?
- O delegado me interrogou, e reparei que ele tinha o mesmo machucado na cabeça.
Vitório começa a raciocinar e mais tarde, colocando o traje de Pesadelo Encapuzado, vai até a casa o Delegado e se assusta ao escutar gritos.
- Quem está ai ? – Pergunta o herói.
- Estou aqui! – Diz uma moça em um armário.
Vitório arrebenta o armário com o bastão e se choca ao ver a moça abaixo do peso, e as roupas do assassino.
- O delegado Pereira é o assassino, mas por que?
O delegado chega e responde com um soco.
- Por que aqui não é lugar de imigrantes e pecadores, e sim de homens puros e sem crimes!
O Pesadelo Encapuzado se recupera e luta contra o delegado.
- Você responderá contra todos os seus crimes!
- Cale-se seu infiel!
O herói pega o seu bastão e o derrota o jogando da janela, Guilherme chega no local e ve que o Delegado está com os braços inutilizados.
Ao ver o Pesadelo Encapuzado entrega as evidencias que incriminam o Delegado Pereira e diz.
- Aqui está o suficiente para mandá-lo para o sanatório!
- Por que está usando uma mascara?
O Pesadelo Encapuzado responde.
- Alguem tem que proteger Porto das Rosas, e esse alguém é você, mas sou eu que deve amolecer os bandidos.
Assim iniciou a carreira do Pesadelo Encapuzado!