UM FORASTEIRO MISTERIOSO EM DENVER

E l e n c o                        No papel de

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Moacir Rodrigues      Mo Rodriguez

Cristina Gaspar          Christine Gasp

Nana Gonçalves         Nana Lee

Marthamaria                Marth Mary

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   Desde que a xerife Christine Gasp assumiu a lei em Denver quase cinco anos se passaram, a calmaria nas ruas empoeiradas da cidade reinava, os habitantes já estavam acostumados com os poucos roubos que aconteciam, mas que eram sempre resolvidos e os bandidos presos. As brigas no bar eram mais com indivíduos de outras paragens ou com forasteiros que não conheciam bem as leis impostas por Christine Gasp. O "Saloon" agora era de propridade de Christine Gasp, a xerife da cidade, em parceria com Nana Lee, dona do único hotel existente nessa cidade do Velho Oeste, que juntaram seus dólares e formaram um consórcio as duas. O antigo proprietário e sua esposa resolveram vendê-lo e com os dólares conseguidos se mudaram para o Novo México onde iriam aplicar o dinheiro. O "Saloon" foi ampliado e modernizado, ganhando também categoria de hotel para atender os clientes que se multiplicavam. Já o hotel de Nana Lee também teve uma ampliação ganhando espaço para mais quartos.

   No horizonte a poeira avisava que um cavaleiro se aproximava, mas a normalidade era comum entre a população, poderia ser mais um forasteiro em busca de divertimento no "Saloon", agora com mais categoria e recebendo mais visitantes para as jogatinas, tomarem um drink e se envolverem com as lindas mulheres que lhes faziam companhia para depois entregarem seus sensuais corpos para o prazer carnal. A fama fazia com que dos mais longíquos lugares do Velho Oeste chegassem homens destemidos e solitários para uma relaxada na antiga casa de divertimentos. Esse que acabara de chegar adentrou a cidade tranqüilamente, galopava bem devagar apenas observando a cidade, olhando os detalhes de cada fachada dos prédios. Usava um lenço que escondia o seu rosto e um chapéu que encobria seus olhos. Calmamente desceu do cavalo e amarrou-o em frente ao "Saloon" onde outros cavalos ali estavam presos. Acendeu um charuto e olhou para dentro daquela casa de diversão. O clarão do fósforo ao ser aceso deixou apenas mostrar que o homem, ao descer o lenço, tinha um enorme bigode. Somente Marth Mary atentou para esse detalhe e por pouco tempo, ela estava ali a espera da xerife que logo chegaria. Depois de duas ou três baforadas o desconhecido esfregou a brasa do charuto na madeira que servia para amarrar os cavalos até apagá-lo e guardou-o no bolso. Recolocou o lenço e entrou no "Saloon", momento em que todos o olharam. Parou e se dexou ser observado, procurou um local reservado e para lá se dirigiu. Sentou-se em uma mesa e tirou do bolso um pequeno caderno pondo-se a ler o que ali estava escrito. Fez um sinal para uma das atendentes que logo se aproximou dele. Apenas um sinal ele fez, aproximou os dedos polegar e indicador e mostrou para ela, que logo sacou o desejo do homem. Ele queria tomar um drink, sendo em seguida atendido. A cada gole uma espiada no caderno. Pegou um lápis que trazia no bolso e começou a escrever algo. Os presentes ficaram só admirando aquela cena sem nenhuma palavra, nem tão pouco dele. Por alguns minutos o "Saloon" permaneceu em silêncio, mas em seguida voltou a normalidade, a música voltou a tocar e as dançarinas iniciaram seus rituais. A noite mal começava.

Nana Lee e a xerife Chrisrine Gasp conversavam na sacada do hotel agora expandido, ficou uma maravilha com mais acomodação para visitantes de Denver, agora famosa e conhecida de norte a sul do Velho Oeste. E muito pacata, diga-se de passagem, depois que a nova xerife assumiu o poder. Acertavam mais alguns detalhes para mais melhorias no estabelecimento. Depois da conversa a representante da lei dirigiu-se para o "Saloon" onde se encontraria com sua amiga Marth Mary, que a essas horas já devia estar esperando-a. A lua cheia clareava aquelas ruas já quase desertas e a luminosidade do astro prateado deixava ver a poeira subindo com os redemoinhos do vento que soprava em Denver. Em poucos minutos a xerife já estava no "Saloon", apeou seu cavalo ali e desceu, abraçando a amiga Marth. Notou ela receiosa, mas entraram e ocuparam uma mesa onde tomariam um drink. Com um movimento nos olhos Marth indicou a presença do estranho que não tirava o lenço do rosto e nem o chapéu. Ao sorver um gole do whisky virava-se para a parede para não ser reconhecido, era o que as duas achavam. Mas a xerife era uma excelente observadora e olhou atentamente para o desconhecido, algo lhe chamou a atenção, talvez aquele corpo enorme, aqueles ombros largos. Tentaria tirar suas dúvidas. Sorveu o segundo gole junto com a amiga Marth e mudou de mesa, procurou uma que ficava bem próximo do homem que estava tentando impressionar com sua atitude. Em alguns minutos ela achou que tinha matado a charada, levantou-se, para espanto de sua amiga, dirigiu-se para o estranho forasteiro e segurou firme seu ombro quando o mesmo se encontrava de costas para um novo gole. Instintivamente o mesmo levou a mão a arma, mas Christine Gasp foi mais rápida, em fração de segundos estava com o seu Colt 45 apontado para ele, que virou-se. Pediu que baixasse o lenço, no que foi atendida. Com um sorriso sarcástico aproximou sua delicada mão esquerda do rosto do homem e arrancou-lhe o falso bigode. Ele nem reagiu, apenas esboçou um sorriso maroto. Era Mo Rodriguez. Diante daquela cena interessante os dois se abraçaram. Era mais uma peça que Mo Rodriguez pregava na amiga. Mo então mostrou-lhe o caderno que possuía, estava repleto de poesias que havia produzido em Santa Fé, sua cidade de origem.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 31/08/2022
Reeditado em 31/08/2022
Código do texto: T7595380
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