O REINO DO NORTE E8

A garota corre como um lince para fora do quarto, no corredor pega duas trouxas de roupas para lavar.

Samantha coloca todas as servas para correr aos gritos, ali fechada no quarto, ela rompe o selo e abre a carta.

" Querida e amada serva do seu bom Senhor, venho por meio desta lhe dizer que fui obrigado em certas circunstâncias criar um laço íntimo com Emiza, quanto ao amor eterno e meu coração, este continua sendo seu, logro e peço ao grande senhor dos céus que te traga a calma e a paz de dias bons, sabendo que consigo fui eternamente feliz.

Por questões políticas e outras filosóficas, deixo em resguardo os detalhes dantescos dessa união em forma de não lhe agredir mais, entenda, fui e sou movido por forças maiores que insistem em mantener e proporcionar o crescimento em todos os âmbitos deste novo mundo em um novo governo.

Deixo minhas sinceras desculpas e rogo por toda saúde, paz e alegrias nos dias vindouros a ti.

A sua benção seja a minha. Elizandro. "

A carta ainda contém alguns detalhes em datas e trechos de fórum íntimo demais para relatar aqui, porém o que fz Samantha ficar um tanto inquieta e logo decifrar foi o assino ao fim, aquele nome não foi feito pelas mãos nervosas e caligrafia péssima de seu rei e agora ex esposo do Norte.

No castelo do Norte, o irmão de Samantha após assinar a carta feita por um lacaio do sul, tem seu pescoço separado do corpo.

Aléxia esta no lado leste, ali aos poucos em contato com pequenos fazendeiros ela descobre a aldeia de Áluz com cerca de 30 mil habitantes, ali ela consegue um lugar para se instalar e logo oferece seus serviços de engenharia ao rei Hamor que lhe faz um contrato bem volumoso em ganhos e oficios.

Logo ela tem a seu dispor mais de 600 trabalhadores ao qual ela paga entre 300 a 500 mil dens, já que o leste decidira por unir forças ao Sul, só que de um jeito mais evolutivo, nada de moedas fisicas, tudo em um cartão vitalício e todo comércio e residência de negócios tem seu tablet que aceita, transfere e liquida ações, transações financeiras.

Ela prospera o suficiente para ser conhecida ali entre as classes superiores e emergentes, despertando a curiosidade do sul, principalmente os enviados ao norte.

- Acho que logo terá um convite.

- Vire a boca, não quero retornar aquele inferno.

- O que pretende, já que tem instalação e clientes fiéis por aqui?

- Tenho que pensar em algo, rápido.

- Qualquer coisa nos casamos e não terá de sair para o norte.

- Faria isso?

- A qualquer momento.

- Isaías, não quero trazer problemas para ti.

- Problemas seria ficar sem ter sua companhia.

- Obrigada. Ela cora o rosto diante ao dito pelo rapaz ali, um garoto de 16 anos que olha para ela com tanto apreço e um sentimento mais aquietante lhe toma o corpo.

Depois do banho ela sai em um passeio pelo seu jardim e horta, ali confere o crescimento das hortaliças e flores.

- Estão tão lindas.

- Quanto quem as plantou.

- Gaspar.

Em holograma, o escriturário do norte tem sua imagem ali projetada, graças a um pequeno aparelho reprodutor na mão de Isaías.

- Como me encontrou?

- Elizandro esta sendo pressionado a ir em sua busca.

- Por que, eu não fiz nada, não dei problema algum?

- Todos sabemos, os soldados querem ajustes.

- Que tipo de ajustes?

- Só posso te dizer isso, Jhonatã já não esta com a gente.

- Ele conseguiu?

Ao ver a reação de Gaspar ela entende e logo a transmissão termina, Aléxia cai de joelhos diante as rosas e chora sendo amparada por Isaías que novamente lhe faz o convite.

- Sim, eu aceito ser sua mulher. Quatro dias depois ela esta casada com Isaías, com documento do leste que garante sua permanência e livre acesso.

Terminada a transmissão, Gaspar se vê ali frente ao general Veiga e Capitão Augusto, Elizandro ao longe ouve o grito de misericórdia dado pelo escriturário que é morto a dois furos de espada, seu corpo é arrastado deixando o rastro de sangue que fica ali pelo resto do dia como que um recado para todos do castelo e reino, outros tempos, novos crimes.

Samantha assina seu enlace e olha para todos os presentes com pesar, recebe as congratulações e Saul não esconde a satisfação em ter como esposa a ex rainha do norte, agora já soberana do extremo sul.

Elizandro recebe a miciva por meio do correio do norte, instalado por ordem real do sul, cobrando taxas de 6 a 15 dens por distância a ser entregue, faz entrar volumosos lucros nos cofres do reino que tem 60% todo destinado ao sul e outros reinos, ficando o norte com 40% para seu manejo em reformas, obras, agricultura e outros.

- O povo anseia pela melhorança dita em seu discursso meu rei.

- O que posso fazer, tenho um reinado de mentiras, o sul comanda tudo.

- Ainda pode usar o poder da coroa.

- Fique quieto, quer morrer, se esqueceu, é um deles?

- Sei disso sr, mais não aceito ver este povo ficar a míngua.

- E o que posso fazer?

- Faça contratos com o extremo sul.

- E posso faze-los?

- Desde que tenha um bom alpiste.

- Um intermediário, quem seria louco o suficiente?

- Sua ex esposa.

- Não posso.

- Quer ver seu povo definhar?

- Como faria?

- Realize um encontro.

- Não posso.

- Peça a união ao povo de lua.

- Tudo que não desejo.

- Não é hora para desarranjos diplomáticos, rei.

- Farei o que me diz.

- Vou arrumar tudo.

- Obrigado.

Salomão toma nota de tudo ali, Elizandro esta na cabeçeira da mesa tendo do outro lado na ponta as 3 damas lunares.

- Então quer nossa ajuda junto ao extremo sul?

- Se possível, sem a interferência real deste.

- Tudo bem, o que ganharemos?

- Aumento de vasos?

- Quantos?

- Seis por cento a mais.

- Pouco.

- Sete por cento.

- Fecharemos em 8% e tudo estará a seu gosto.

- Ok.

O acordo é feito e firmado em um tablet real sob a testemunha de Salomão o escriturário.

- Trago vinho?

- Outra bebida. Elizandro faz sinal ao homem que entende e logo ordena ao garoto a seu lado que corre e retorna com mais dois e seis vasos pequenos que são colocados na mesa a frente das damas, num passe de magia elas desaparecem e elvam os vasos, os garotos olham espantados aquilo e saem acelerados dali.

- O que acha que vai acontecer?

- Uma nova evolução.

- Sério.

- Sr rei, estamos a ponto de ter um pouco do controle a nosso favor.

- A que peço?

- Não é hora de pensarmos sobre isso, só vamos adiantar o preparo.

- Do que precisamos?

- Mão de obra barata e confiável.

- Os aldeãos da tribo Lusgo.

- E os Cerafes.

- Teremos problemas com os guardiões?

- Não, já pensei e rondei sobre isso, são negociáveis.

- A quê?

- Ouro, níquel, prata.

- Temos para isso?

- O suficiente a inicio e com o tempo exploraremos as minas do mar esquecido.

- Tão longe assim?

- É isso ou seremos pegos pela alfândega do sul.

- Criaremos o pedágio ao longo do trecho da Maitá.

- Boa idéia sr rei.

- ObrigadoSalomão, não sei o que faria sem teu apoio e inteligência.

- Com certeza outro faria a mesma conclusão sr.

- Vamos, temos que trabalhar.

- Sim sr rei.

- Me chame de Elizandro quando estivermos assim.

- Sim Elizandro. Um riso faz os dois seguirem para o escritório real.

No aposento do castelo, Emiza ouve a tudo que acabara de ser dito por uma escuta.

- Guarde bem essa gravação.

- Sim rainha.

- Qual o seu nome?

- Ezeu, rainha.

- E zeu, sabe que tens meu apreço seja assim, meu espia e te darei a vida desejada.

- Obrigado rainha, só venho para servi-la.

O homem sai com a caixa do aparelho e as fitas de gravações no momento entra ali o irmão de Emiza.

- Leandro, o que faz por aqui, não foste ao reino do sul?

- Temo que deixa-la por conta própria não seja a melhor solução.

- Já te disse, não aceito palpites, faço do meu jeito.

- Não quero e nem aceito erros.

- Quando foi que nossa gente errou?

- Quando deixaram os do leste nos separar.

- Isso foi a mais de 10 anos, hoje somos muito mais fortes.

- Preciso que me ajude com algo.

- Em quê?

- O calcanhar de Elizandro, o rei tem de sangrar.

- Isso será feito a meu tempo.

- Tomara que saiba ajir.

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ricoafz
Enviado por ricoafz em 12/07/2022
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