ESTRANHA CAMINHADA... (BVIW)
Estava aqui pensando numa caminhada que fiz certa vez, não por uma estrada de terra batida nem tão pouco asfaltada, mas por uma beira de praia. Não estava só e sim acompanhada. Estranha caminhada... Não havia tranquilidade nem em mim nem em quem me acompanhava , a sensação que eu tinha era de que formávamos um belo par de estranhos caminhando lado a lado. Sentia as minhas mãos crispadas e um desejo quase incontido de segurar aquela mão que roçava na minha, mas o dono dela não demonstrava esse mesmo desejo, pelo contrário, era como se pressentisse o meu gesto e o repelisse; pelo menos era no que eu acreditava.. Assim caminhávamos: apreensivos e inseguros. Aquele momento a sós não era nosso, era roubado, não pertencíamos um ao outro, logo, logo ele partiria. E eu o que faria depois de sua partida? O esqueceria? Afinal, nem nos conhecíamos! Nunca nos vimos antes! Mas com certeza depois dessa aventura inconsequente, inesperada, se eu seguir os meus impulsos, me tornarei nômade, me transformarei num barco e me jogarei mar afora à deriva, sem bússola e nenhum timoneiro. Partirei em busca de outros mares. Que venham as tempestades, as calmarias, os icebergs. Não quero avistar nenhum farol pra me guiar; se o vento e as correntezas me arrastarem, pouco importa onde vá bater com os costados.