AUSCHWITZ ALERTA O MUNDO
Era o ano de 2017 e o Trump acabava de ser eleito. O Brasil flertava com o inominável.
Este texto faz parte do livro VIAGEM DE FÉRIAS, da Editora Viseu.
Em Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas da Alemanha construíram barracões para servirem de prisão para os seus inimigos. Nesses locais eles concentravam e exterminavam seus prisioneiros. Esse foi o maior campo de extermínio. Ali morreram um milhão e meio de pessoas. No total, foram dois milhões e meio de pessoas morreram em câmeras de gás, quinhentas mil pessoas morreram de fome.
Pietro e Rita entraram sem pagar e não quiseram guia turístico. Naquela hora havia dois grupos de israelitas. Sem entender nenhuma palavra, viram eles emocionados rezando e cantando. Alguns estavam chorando.
Alguns barracões estavam em ruínas e outros bem conservados. Os alojamentos, as câmeras de gás, a cerca elétrica. O trem que chegava com as pessoas... Tudo estava lá...
Entre as pessoas executadas, noventa por cento eram judeus, quatrocentos mil Testemunhas de Jeová, quinze mil soldados soviéticos, e mais negros e ciganos.
Naquele local, milhões de pessoas passam para visitar. Alguns por simples curiosidade, outros por fazer parte da história de sua família. Mas, aquele lugar, para quem chega, é e sempre será um sinal de alerta. Naquele local, existem placas escritas em bronze, em várias línguas, aqui traduzidas para o português e escritas e letras maiúsculas:
“QUE ESTE LUGAR,
ONDE OS NAZISTAS ASSASSINARAM UM MILHÃO E MEIO
DE HOMENS, DE MULHERES E DE CRIANÇAS,
NA MAIORIA DE JUDEUS DE DIVERSOS PAÍSES DA EUROPA,
SEJA PARA SEMPRE
PARA A HUMANIDADE,
UM GRITO DE DESESPERO
E UMA ADVERTÊNCIA”
Certamente, muitas pessoas naquela época assistiam ao genocídio com sentimentos de revolta e indignação. Nem todos estavam cegos.
A força do maior líder nazista, Hitler, estava na devoção do seu povo. A maioria, movida pelo ódio, o adorava. E por isso defendiam o genocídio de negros, ciganos e judeus.
Pietro não conseguiu deixar de registrar aquele momento. Postou uma foto do local em seu Facebook, com a mensagem:
- Hoje visitamos o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Aqui, os nazistas mataram covardemente mais de um milhão de pessoas. E mataram com crueldade. A maioria morreu em câmeras de gás, mas muitos morreram de fome, trabalhando.
Hoje, o mundo não está tão diferente. Alguns de nós, assistimos, com indignação, a eleição do Presidente Americano que prometeu construir um muro entre os Estados Unidos e o México.
Israel também está construindo muros. Estamos voltando à Idade Medieval. Nossas motivações políticas se baseiam na disseminação do ódio, na devoção a líderes forjados na mentira.
As redes sociais, que deveriam servir para abrir as mentes das pessoas com informações, estão cegando com a mentira. É uma situação preocupante.