CORRENDO RISCOS NAS ALTURAS

Quem nasceu para viver nas alturas, não consegue viver nos lugares baixos demais. Algumas pessoas dizem que viver embaixo é muito vantajoso, uma vez que é possível olhar livremente para o céu e admirar as estrelas, além de ver plenamente a luz do sol. Entretanto, estar no céu e ver o que tem lá embaixo é muito mais interessante e desafiador. Dessa forma, se quiser subir, nunca pergunte onde está o caminho para as alturas para quem já se adaptou nos lugares inferiores. Pois, vão lhe mostrar apenas estradas que seguem para os lugares baixos.

Então, que tem o espírito das alturas, naturalmente, já sabe qual percurso precisa seguir para chegar ao cume. Assim, basta guiar pela própria intuição que o seu cérebro e a sua mente vai lhe mostrar as passagens certas até você pisar naquele lugar reservado, especialmente para você.

Ouço sempre pessoas dizendo, oh! Viver e andar lá no topo é muito perigoso! Isso, é uma meia-verdade, mas, não podemos negar os muitos riscos das quedas. Entretanto, para quem já está preparado para os possíveis deslizes lá no alto, é de certa forma muito mais difícil descer em queda livre. Por outro, quem vive lá embaixo, corre muitos perigos, sendo o mais grave deles, a desvantagem e a ameaça de nunca subir um degrau sequer.

Bom, dia desses, como de costume, voltei para as alturas extremas, dessa forma, subi o mais alto que pude. Lá em cima, era um verdadeiro paraíso, assim podia enxergar praticamente o mundo inteiro. Fiquei encantado e apaixonado com aquela maravilha toda, por isso, não queria mais descer dali, por isso fiquei por lá.

Os suprimentos que levei foi acabando lentamente, por último, acabou a água. Mesmo assim, decidi ficar naquele topo, na esperança de que viesse a chuva, pois o céu estava carregado de nuvens escuras como se fosse chover naquele momento.

No entanto, não choveu! Muito pelo contrário, veio um sol muito forte, por isso o ar que era úmido ficou muito seco e rarefeito. Assim sendo, a sede foi aumentando de modo que fui obrigado a iniciar a descida para encontrar água.

Havia milhares de caminhos para descer, mas, apenas um deles era verdadeiro, isto é, que realmente descia, os outros eram falsos, de forma, que podia ficar dias e dias ali andando em vão tentando descer sem nunca chegar lá embaixo.

Além disso, haviam muitas histórias de pessoas que ali subiram e jamais retornaram, além do mais, nem seus corpos foram achados para que a família e amigos pudessem chorar no velório.

Tentei a primeira descida por um caminho e não deu certo. A sede, era insuportável, tentei mais dez vezes e todas falharam. Desesperado e morto de sede, já não conseguia mais raciocinar direito, fiz mais outra tentativa ousada, mas, me deparei com um precipício de uns 1000 metros de altura, onde as árvores lá embaixo pareciam minúsculas. Vendo o risco iminente de queda, além disso, seguido de morte imediata, me afastei devagar com as poucas forças que ainda me restavam.

Depois olhei de novo para o abismo, e desejei construir duas grandes asas com aquelas folhas secas que ali estavam, de forma, que pudesse fazer um voo até lá embaixo para beber água.

Já estava certo que morreria ali mesmo, mas decidi fazer mais uma tentativa. Dessa forma, peguei um outro caminho qualquer, pois o cérebro estava lento demais e não era capaz de pensar em mais nada, a ser em água.

Fui descendo, rapidamente meio cambaleante até que avistei um lugar lá embaixo onde tinha uma casinha. Então, pareceu que aquele caminho estava certo, continuei a descida, entretanto, cada vez que olhava para a casinha, esta parecia ficar ainda mais longe, ou mantinha a mesma distância, de modo, que era como se eu caminhasse e caminhasse, mas sem sair do lugar.

Por fim, quando eu já ia desistir, e cair ali mesmo naquele chão esturricado de seco para esperar a morte certa chegar. No entanto, como em um passe de mágica, encontrei a casinha. Chamei, fiz sinais e barulhos, mas não apareceu ninguém, parece que aquela moradia fora abandonada há muito tempo.

Por conseguinte, mesmo assim decidi entrar, por milagre encontrei um bote cheio água que parecia que fora depositada nele há muito tempo. Imediatamente, tomei uns 3 litros daquela água não potável e desmaiei, em seguida, caindo num sono profundo.

UnicoSaber $ FilosofiaColoquial 12/09/21

Autor PaginaUnica

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