Aventuras de um louco IV
A recordação mais dorida que guardo, refere-se ao boné... Penso que fora o último que usei. Amei aquele boné; quando acabei de saltar do muro, levei as mãos à cabeça, o diagnóstico: esqueci de pegar o boné; provavelmente o havia deixado ali no criado, ao lado da imensa cama; tudo aquilo era ventura e ao mesmo tempo aventura; amanheci numa cidade diferente, pra ser sincero, nem dormi; desloquei apressadamente para perto da rodoviária, era alvorada, conseguindo me hospedar; o Hotelzinho bem pertinho; falava justamente o desejo de pegar o primeiro ônibus, com destino a Montes Claros; a estadia realmente fora curta, não tive tempo de pregar os olhos, apenas aguardei acordado, no modesto quarto de Hotel; o intervalo entre abrupta chegada e saída, pra verdadeiramente o primeiro ônibus do dia, de manhãzinha; aventura não terminaria ali, chegando em Moc City procurei imediatamente por meu amigo, para lhe prestar contas do ocorrido na cidade vizinha...
Sem o boné, e com a cara de tacho, lhe fiz a reprise:
- Cara, primeiro te peço desculpas, não compreendi se ela é apenas amiga tua ou se você e ela teriam amizade colorida, mas ficou escancarado que ela deu de cima de mim, depois de todos bêbados no botequim;
- Talvez tu tenhas ficado puto comigo, quando voltaste pra cá de carro, depois que viu eu e ela se pegando;
- Nem passou por minha cabeça que eram só amigos, o teu convite a mim, pra me levar consigo, fosse apenas pra bebedeira;
- Sei que me dei mal, na correria larguei o boné na suíte, e pulei o muro da residência dela, pra fugir de lá...
- Ela me disse que o marido era policial, ia chegar logo do Plantão...
- Saí de lá vazado! Inda bem que não foi de tiros...
- Ela apagada na cama, nunca iria conseguir levantar, achar chaves, e abrir o portão.
- Sai Confusão!!