Em busca do "Serpente Súbita"

- Xerife?

Gabriell Oke virou-se ao ser chamado por Clare Leveson, um dos seus investigadores. A Irmandade Vigilante havia deslocado uma equipe para o porto de Berwyg, tentar descobrir o paradeiro de Rafe Barfoot e sua neta, Unice.

- Alguma pista? - Inquiriu Oke.

- O tal conde Gowyr, - informou Leveson - não existe.

Oke ergueu os sobrolhos.

- Na verdade, o agaterrano chama-se conde Delwyn; ele chegou à Berwyg ontem pela manhã, a bordo do "Serpente Súbita" - prosseguiu Leveson. - O barco partiu à noite, depois que Rafe Barfoot se juntou a eles.

- Viram Barfoot embarcar voluntariamente? - Questionou Oke, braços cruzados.

- Não, mas muitas testemunhas o viram sair do Lagostim Dourado acompanhado do citado Delwyn - e dois guardas armados.

- Então, provavelmente Barfoot deve ter sido "convencido" a ir com eles. Imagino que o informaram do sequestro da neta, Unice.

- Faz sentido, xerife - admitiu o investigador.

- E o que sabemos do paradeiro do "Serpente Súbita"?

- Não forneceu rota à administração do porto; mas um barco de pescadores o viu em alto-mar, depois de sair da baía de Berwyg. Seguia no sentido sul, foi a última localização registrada.

Oke levou a mão direita ao queixo.

- Não temos pessoal para ir atrás deles - ponderou. - E, de qualquer forma, está fora da nossa jurisdição.

- Vamos encerrar o caso então? - Indagou Leveson.

- Não sem antes emitir um pedido de colaboração para as irmandades vigilantes ao sul - determinou. - Se esse "Serpente Súbita" aparecer em algum porto daqui até Kre Zargrea, poderemos tentar descobrir o que aconteceu com Barfoot...

- Acredita que irão se arriscar a criar um incidente diplomático com um nobre de Agaterra, xerife? - Duvidou Leveson.

- Se ele estiver com dois dos nossos, é melhor que o façam, ou poderemos não querer ajudar caso o mesmo aconteça com algum deles; o povo de Agaterra não merece confiança - retrucou.

[Continua]

- [15-07-2021]