OS VERDADEIROS GUERREIROS
 
Hoje, o dia está tão lindo para vivenciar uma boa aventura à frente. Para quem não me conhece, sou Ricardo e venho de uma linhagem, em que meus antepassados eram guerreiros lendários, tendo lutado em grandes batalhas. Meu sonho é ser o maior guerreiro que a humanidade já viu. Infelizmente, tenho que passar o meu tempo estudando ou indo à escola. É claro que tais rotinas me são muito chatas. Escutar o mesmo conteúdo chato, de sempre, faz-me ferver os nervos! Eu deveria estar praticando manejo de uma espada e, não, lendo livros que a maioria dos colegas estudantes não tem interesse, a não ser os nerds da turma.
Sendo, hoje, um dia especial, devo aproveitá-lo ao máximo. Primeiramente, tenho que alimentar o estômago, está rocando há horas! Sendo um guerreiro, tenho que me vestir adequado para o encontro com meus melhores amigos. O nosso time chama-se “Os guerreiros”. É um nome nobre e combina bastante com as nossas habilidades especiais. Todos, na escola, conhecem-nos. Tornamo-nos populares, mais ou menos, por sermos fonte de piadas pela escolha desse nome.
Ao chegar à escola, encontrei os dois guerreiros, de pé, próximos ao portão. Deixei minha bicicleta, ali, e corri em direção a eles. Ao parar, fiquei, sem fôlego e comecei a falar:
– E aí, guerreiros amigos! Como você estão? Hoje, nessa linda manhã, estou com tudo?!
– Estou bem animado! Não teremos mais o terror desse império para nos forçar a estudar. A partir de amanhã, embarcaremos em grandes aventuras, caçaremos monstros e salvaremos donzelas em perigo. Levante a mão quem está comigo.
Os amigos de Ricardo não estavam nada contentes, sabiam que o amigo viajava “na maionese” e isso era mau sinal. Filipe, o mais belo dos guerreiros, aproximou-se de Ricardo e disse:
– Abaixa a bola, Tampinha! Temos sido motivo de piada. Observando toda essa sua animação, vejo sinal de encrenca.
– Felipe está certo! Você sempre nos coloca em encrenca. Amigo, tem que se focar no que é mais importante à sua frente. É claro que estou falando dos estudos – disse Davi, o mais jovem dos guerreiros e o mais inteligente da turma.
Ricardo, após protestar os argumentos dos amigos, disse em voz alta:
– Que maré baixa! Que nada altere o meu humor! Estou em paz e feliz. Davi, fale na nossa língua e não na dos nerds! De qualquer forma, vamos aproveitar o dia! Pelos menos, eu vou, senhores rabugentos!
Ricardo, ao dirigir-se à sala de aula, todo feliz, deixou os amigos espantados. Quando o parceiro distanciou-se, entreolharam-se e disseram, um ao outro, olhando para Ricardo:
– Que idiota! Temos de cuidar dele, senão o professor bate-nos outra vez atrás de nossas cabeças!
Os meninos estudaram, por horas, até que o sinal toucou, para os alunos, por ordem do diretor, para desgraça dos que foram colocados, injustamente, de castigo pelos seus colegas valentões. Os azarados eram Ricardo, Filipe e Davi.
Os três estavam irritados pelo ocorrido, perguntando-se como isso tinha acontecido. Ricardo levantou-se da cadeira e caminhou em direção à sala do diretor. Chutou, várias vezes, a porta da biblioteca como se fosse um saco de pancada e, enfurecido, falou:
– Que droga! Se não fosse pela aquela brincadeira idiota de jogar água no rosto da professora do Gabriel e do Lucas, estaríamos, agora, acampando na floresta e teríamos uma aventura épica pela estrada. O que passa nas cabeças desses professores?!
Filipe, com tédio de ficar sentado, levantou-se e socou o punho num livro para liberar toda a raiva que sentia e, logo, disse:
– Eu não sei! Talvez tenham minhocas dentro daquelas cabeças. Deveriam ter repreendido o Gabriel e o Lucas; no entanto, somos nós as vítimas injustiçadas aqui!
Enquanto assistia a discussão de seus amigos, Davi, ao pegar um livro na estante, escutou um barulho. Estava bastante difícil de ouvir. Exausto e, no seu limite, falou bem alto aos dois guerreiros:
– Calados e nem um pio de vocês dois!
Os dois, que discutiam, pararam e, nesse momento, ouviram um estrondo junto a Davi. O chão fora partido e os garotos despencaram no buraco que se abrira.
Voltando aos seus sentidos, olharam-se, tinham pó nos cabelos e nas roupas. Os três, embora machucados, levantaram-se de vagar e tentaram chamar alguém, de nada adiantando. Tentaram, tentaram, mas não conseguiram sair do buraco. Fora grande o estrago! Cansados, sentaram-se e, enquanto Davi pensava em sua saída, um livro caiu na cabeça de Rodrigo, acertando-lhe em cheio. Esse caiu para trás sem entender o que lhe tinha atingido.
Os guerreiros olharam-se sem acreditarem no que estavam vendo; achavam que tinham ficado loucos por causa da queda. Não havia nenhuma possibilidade de um livro estar vivo e, ainda, com intensidade, brilhar.
Ricardo, animado, pegou o livro; nunca tinha visto nada igual. Como Rodrigo sabia ler em grego, leu o título do livro aos amigos: “O CAMINHO AOS DEUSES”, de Alex Fernandes.
Decifrando cada parágrafo, em seguida, resumiu o que lera e disse:
– “Caro leitor, se estiver lendo, saiba que, aqui dentro, guardo minhas pesquisas sobre os seres encantados, os deuses e as criaturas mitológicas. Nesse local, você saberá todo o tipo de informação necessária sobre os seres lendários, em um mundo, que ninguém irá saber de sua existência. Se você ousar abrir este livro, saiba que correra grande perigo. Muitos irão fazer tudo para tê-lo em suas mãos, inclusive os Trolls. Não deixe que isso aconteça. Se acontecer, o mundo será extinto, restando-nos o mal reencarnado. Proteja o livro com a vida. Cumpra a promessa e se tornará o guardião das criaturas que aqui habitem. Você terá que dar um jeito de sobreviver aos obstáculos para cumprir sua promessa, senão, a única opção que lhe restará, será a morte".
Davi e Filipe estranharam as palavras do autor. Ricardo foi o único que aceitou a promessa; ansioso; esperava participar de uma aventura épica em vida. Seus amigos estavam ao ponto de desistir, quando uma luz mágica cercou os três guerreiros, impedindo de sair do círculo e os levando para dentro do livro.
Ao acordarem, estavam deitados no chão duro. Seus olhos encantaram-se com o cenário à frente. Estavam na Grécia Antiga, no tempo da idade Média; foram agraciados pelo livro mágico. O objetivo era chegar aos deuses para lhes contar o terrível futuro que estava por vir: “Os deuses, de todas as mitologias, seriam extintos pelos Trolls”. Mensagem registrada em uma das páginas do livro do autor.
Os três guerreiros foram levados pelos deuses da mitologia grega no meio da jornada. O rei dos deuses, Zeus, mandou demais deuses buscarem os garotos para saber o motivo pelo qual tinham entrado em seu território. 
Na chegada, Zeus colocou-os em julgamento severo, em que nenhum mortal pode esconder a sua verdade diante dos deuses olímpios. Cada deus interrogou os guerreiros.  Ricardo, Filipe e Davi contaram a verdade de forma convincente, a fim de que os deuses acreditassem em suas palavras. No meio do processo, Zeus notou que os réus tinham corações puros, expressando coragem, amor e lealdade às pessoas que amam. Tais características definem um guerreiro autêntico, capaz de lutar, sem medo de se sacrificar por aqueles que não podem lutar.
Comprovadas suas verdades, compartilharam especiais festividades com os deuses. Um magnífico banquete deu início a uma aliança com os deuses lendários da história.
Zeus e os deuses começaram o treinamento dos guerreiros, ensinando-lhes técnicas com armas de combate, com sabedoria, para que os garotos usassem dessas estratégias, quando entrassem no campo de batalha. Todos os ensinamentos objetivavam preparar os garotos a se tornarem bravos guerreiros, usando de suas resistências e elevando seus potenciais para ficarem no mesmo nível que os deuses.  
Enquanto aguardavam a chegada desse dia, fez-se necessário prepararem-se para a guerra que estava por vir.

Os garotos, aos poucos, passaram a acostumar-se com o lugar. Estavam prontos para cumprir a missão a qual foram designados. No momento, que iriam partir, os Trolls invadiram os santuários dos deuses em busca do livro. Sabendo que dispunham de pouco tempo, os meninos foram levados a um lugar seguro, uma vez que, onde estavam, tornou-se um local perigoso, em que quaisquer erros cometidos, poderia levar a morte. Zeus criou um portal para os meninos saírem. Antes da partida, cada deus deu uma parte de seu poder para os guerreiros enfrentaram os obstáculos que vivenciariam futuramente.
Com o tempo se passando, os meninos prosseguiram com sua missão. Desde a saída da Grécia antiga, Ricardo, Filipe e Davi foram em caminho diferentes. Os três tiveram brigas feias ao ponto de socar a cara um do outro, quebrando dentes e, acabando a amizade em rivalidade pelo orgulho ter sido colocado antes de uma amizade valiosa.
Os meninos desafiaram os monstros mitológicos e lendários. Após, contarem com a ajuda dos deuses que conheceram em suas aventuras, formaram uma aliança para que nenhuma mágica pudesse ser desfeita.
Quando todos os deuses das mitologias pressentiram o pior que estava por vir, uniram-se no campo de batalhas, junto com os garotos, que se tonaram adultos, com aparências diferentes.
Do outro lado do campo estava os exércitos dos Trolls. A chegada do rei mais maligno dos Trolls foi anunciada com uma trombeta, avisando, que não pararia por nada, enquanto não estivesse com o livro em suas mãos. Derramaria sangue, até o último sobrevivente, mesmo sendo um dos seus.
A batalha foi intensa e com muitas perdas. Uma guerra épica foi travada entre Trolls. Deuses e guerreiros corajosos lutaram juntos, sem medos de morrerem. Os Trolls estavam em desvantagem com o seu rei morto pelo deus Seth (deus da guerra). Ricardo fora apunhalando. Os Trolls, com a espada magica, terminaram de esfaquear os inimigos, quase sendo morto por um Troll. Se não tivesse contado com a parceria dos companheiros, jamais teria tido chance de viver novamente. A partir desse episódio, os três perceberam que eram mais forte juntos. A amizade, que os ligava, tornou-se mais forte com a compreensão de todos os garotos. Concluíram que orgulho nenhum orgulho poderia ser colocado diante de uma amizade construída pelos anos que compartilharam alegrias e tristezas; entenderam o real valor que pode ter uma verdadeira amizade; laço que jamais desaparecerá mesmo que o grupo siga caminhos diferentes.
A guerra, enfim, tinha acabado. Os guerreiros receberem respeito e admiração dos deuses por terem lutado junto a eles, infelizmente sua missão estava cumprida, o mundo foi salvo pelos heróis mais respeitados que ficariam marcados pra sempre nessa grande história para os seguintes aventureiros. Os meninos voltaram ao seu mundo original, do mesmo lugar onde estavam e com as mesmas idades.
Os garotos estavam felizes por terem uma aventura épica e por ter conseguido realizar o desejo do autor, manter o mundo mágico protegido do mal. Estavam satisfeitos por terem conseguido o respeito daqueles que conheciam o seu verdadeiro potencial e suas boas intenções.
Sua jornada tinha chegado ao fim, mas voltaram como os verdadeiros guerreiros. Sabiam que o mundo ainda precisavam deles, teriam que esperar para retornarem às suas vidas normais sem nenhuma magia, passariam a proteger aqueles que não conseguem se proteger tornando se os aliados dos grandes guerreiros.
Maria Fernanda da Silva Silva – 14 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 12/07/2021
Reeditado em 13/07/2021
Código do texto: T7298094
Classificação de conteúdo: seguro
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