O LEGADO DO CEL. GEMINIANO CORREIA NOBRE
A SAGA DA FAMÍLIA NOBRE
Episódio 27
"O LEGADO":
DO CEL. GEMINIANO CORREIA NOBRE
Cada vez que ouço histórias do Patriarca da Família NOBRE o Cel. GEMINIANO CORREIA NOBRE, sinto orgulho de ser seu Neto, gostaria de tê-lo conhecido, mas quando ele faleceu eu tinha apenas 05 aninhos e não recordo quase de nada da época.
As vezes que meu pai ZUCA NOBRE, sentava na calçada da nossa casa para contar histórias a maioria delas envolvendo seu pai o Cel. GEMINIANO, escorriam lágrimas de seu rosto.
Lágrimas não de tristeza , mas de saudades de um homem que um dia habitou a terra e que deixou um legado.
Umas dessas histórias, estava no meu caderninho escrito a lápis , que escrevi na década de 70, que narrava assim:
Certa vez , isso na década de 50, eu ZUCA NOBRE, um dos filhos mais novo do Cel. GEMINIANO, fui com ele e dois vaqueiros comprar uns bois no Município de Morada Nova, antes de chegar no citado Município, paramos em um vilarejo, onde seu compadre Zé do Quinca, tinha uma casa.
Era perto do horário do almoço, lembro, que fui até a cozinha e tinha umas panelas no fogão à lenha, com feijão, toucinho e cuscuz.
Era isso o que tinha naquele dia para o almoço e dona CICI, esposa do Zé do Quinca, envergonhada, falou para meu pai: "compadre GEMINIANO só temos isso, feijão e cuscuz.
Lembro que notei o semblante de meu pai GEMINIANO preocupado, quando ele disse compadre Zé do Quinca a estiagem por aqui não anda nada boa", respondendo ele : "é compadre pedir tudo com a seca ".
Então meu pai GEMINIANO completou: Você perdeu com essa seca toda a criação de carneiros, as galinhas, cadê os porcos? Vamos almoçar e depois resolver isso, concluiu o coronel.
Segundo relato de ZUCA NOBRE, foi um almoço muito bom e diferente, não tinha misturas, nem verduras, mas o feijão estava bem temperado e ainda veio acompanhado do cuscuz com ovos estrelados.
Após a refeição, meu pai GEMINIANO pediu para o vaqueiro Zé Francisco retornar a Laranjeiras e trazer um bode, uma cabra e um carneiro, esse ultimo já abatido devidamente tratado, para seu compadre Zé do Quinca.
Segundo relatou ZUCA NOBRE, saiu na companhia do vaqueiro e ambos a cavalo foram a Laranjeiras e duas horas depois, estavam de volta, tendo meu pai GEMINIANO tirado uma soneca enquanto chegávamos.
Afirma ZUCA NOBRE, com lágrimas nos olhos, eu nunca esqueci desse dia, a alegria do casal de velhos daquela casa, quando da chegada dos animais os quais foram entregues por meu pai GEMINIANO, que na ocasião disse: "Taí compadre é seu os animais , que eles prospere".
Após o café, minutos depois continuemos a viagem e eu lembro que essa foi uma das melhores vendas que meu pai GEMINIANO fez, que eu cheguei a presenciar, concluiu o então jovem ZUCA NOBRE.
Moral da História :
Sempre é bom agradar as pessoas, mas fazer o bem ao próximo é mais prazeroso.
Aquela atitude de Cel. GEMINIANO, pra ele era normal, segundo relato de meu pai ZUCA NOBRE , que conviveu com seu genitor e sabia do bom coração que ele tinha com as pessoas sofrida de sua região.
Certa vez ZUCA NOBRE acompanhou seu pai o Cel. GEMINIANO em uma reunião do candidato a Prefeitura de Quixadá, tendo esse candidato pedido apoio e quanto ele queria pelo apoio, referindo- se a dinheiro, tendo o Cel. GEMINIANO respondido: "não quero nada, só peço pra você depois de eleito não esqueçer do meu povo", referido- se aos moradores de Laranjeiras e vilarejos da circo vizinhanças.
Como já frizei anteriormente, tenho orgulho de ser Neto do Cel. GEMINIANO " O Patriarca da Família Nobre".
Certa vez, um dia de sábado à noite, me encontrei com um amigo o advogado Dr. Camurça, o qual é nascido em Quixadá em um supermercado aqui em Fortaleza, estando ele companhado de um senhor que morava no sertão de Quixadá.
Dr. Camurça me apresentou a esse sertanejo, dizendo : "você sabe quem é esse homem, apontado pra mim e completou, esse senhor aqui é Neto do CEL. GEMINIANO CORREIA NOBRE da Laranjeiras".
Confesso que naquele dia me senti mais orgulhoso por ser um membro da família NOBRE, cujo legado deixado por meu avô GEMINIANO, ainda permanece vivo.
CONTO de Edilberto Nobre baseado em fatos reais.
21.04.2021.