O menino e o seu "dizevinte"
— "DIZEVINTE"
Disparou-se a ouvir impetuosamente na quietude da noite, a criação para novo neologismo infantil.
Foi precisamente isto que ouvir daquele menino franzino, de cabelos ralos e poucos dentes na boca, mencionar durante uma das inúmeras brincadeiras infantis sendo desfrutada.
Encostado na parede da casa abandonada, o garotinho começou a conferir de forma desordenada e aleatória, enquanto ouvia-se passos e risadinhas alegres dos seus amigos na tentativa de se esconderem por entre plantas e arbustos que a velha vizinha rabugenta cuidava com tanto afago.
A noite era iluminada pela formosura do luar, que com maestria cintilava exuberante lá no alto. Além disso, no fim daquela ruela de pedras, uma luz amarela bem fraquinha piscava insistentemente do único poste que ali tinha. O que deixava tudo ainda mais mágico e encantador para aqueles pequenos que estavam felizes e saltitantes.
Da minha janela observava o transcorrer da intrínseca cena, após mais um longo dia de quarentena. E enfim desabrochei com uma bela, descomunal e estrondosa gargalhada como há tempos não fazia nestes dias tão sombrios.
Foi como se toda a dor daqueles dias fatídicos fossem dissipado com dois minutos de riso frouxo.
e assim passou-se mais um dia naquela janela.