Vicente II

chegou àquela cidade sem conhecer ninguém, avistara o desconhecido de longe, atracou o barco, passou a perna para fora em busca de sentir o cais, uma mochila viera nas costas, a passos lentos olhava em torno, o relógio marcou a hora exata em que um senhor das redondezas ligaria, atendeu com educação, mais ouviu as orientações sobre percurso do que se pronunciou, o faria a pé. já no que parecia o centro da localidade, ouviu a pronúncia inglesa dali pela primeira vez, o sotaque delimitado, compreendeu com alívio, acenou e respondeu, a caminhar, passara por umas barracas com mantimentos, não hesitou em planejar voltar noutro dia para se abastecer.

após percorrer uma estrada, tratou de pegar o indicado atalho pelo senhor, lá estava uma casa minúscula por entre árvores, avaliou a estrutura, a área externa, e embora cansado, vicente determinara que investiria no terreno. subira dois degraus e fora ouvido, o senhor de cabelo branco apareceu na porta principal para a recepção.

o senhor moço acertou o caminho. - o velho recebeu-me com simpatia.

expus um sorriso verdadeiro, ainda que exausto. respondi-o: eu não sei como, mas... - suspirei cansado - sim, eu consegui, seu álvaro. - estiquei a mão na direção dele e o vi pegar, apertei com firmeza, a gratidão sendo transmitida.

adentrei a pequena casa e de primeira gostei do que via, só tinha que ajeitar-me para à noite, álvaro tivera deixado alimentos para, pelo menos, 1 dia, dali adiante, eu saberia me virar. depois de deixar as coisas no que parecia com meu novo quarto, voltei atenção ao idoso, me disponibilizei com minhas habilidades para caso de necessidade, com um olhar clínico, verifiquei como estava a saúde do mesmo, nada se sobressaiu, eu poderia sossegado descansar algumas boas horas.

já sozinho no casebre, a hora assinalava 21:51, levantei a tampa do notebook e conectei a internet móvel, o e-mail estava a se atualizar, a apreensão em ter algo ali era evidente, porém nada viera. um silêncio se seguiu, nenhuma comunicação, nenhum diálogo, nenhum sinal, o e-mail estava vazio. e o peito também.

Caio Benício
Enviado por Caio Benício em 24/02/2021
Código do texto: T7191993
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