O DRIBLE NO FUTEBOL

Conta-se que o futebol ao chegar ao Brasil, no século XIX, era praticado nas fazendas pelos senhores de engenho, políticos e pelos nobres em geral, não podendo ser praticados por negros escravizados. Porém certo dia, em uma determinada partida um dos jogadores se machucou e o restante dos praticantes do novo esporte (depois de muita discussão, insultos e ameaças de agressão) permitiram que um mulato de nome Zito Preto, escravo na fazenda onde acontecia o jogo, participasse da partida substituindo o jogador machucado, uma vez que, na ocasião, não havia nenhum jogador branco para tal substituição. Os senhores sabiam que o negro Zito Preto não sabia jogar e nem sabia o que era futebol, mas não sabiam que Zito Preto era capoeirista dos bons. Então, ao passarem a bola, se surpreenderam com os movimentos de corpo e o domínio da bola realizado por Zito Preto. Os oponentes tentavam tirar a bola do novo jogador, mas não conseguiam. Aplicavam “jogo de corpo e carrinhos por trás”, entravam duro nas jogadas com intenção de machucar, mas Zito, como se tivesse nascido pra isso, escapava aplicando "dribles da vaca, chaleiras e canetas". E vez ou outra fazia “embaixadinhas” esperando os jogadores do time adversário tentar roubar-lhe a bola. O que antes era ginga, negaça e floreio nas rodas proibidas da Capoeira, agora era drible no campo gramado da fazenda. Zito ameaçava levar a bola para um lado e levava para outro, fazia que ia, mas vinha e o drible no futebol nascia. Conta-se também que depois desse dia, Zito Preto apanhava todos os dias para poder ensinar o drible para os brancos, seus senhores.