O BETO A RAIMUNDA E O DEFUNTO
No ano de 1981, eu morava no bairro Cidade 2000, Fortaleza e participava do grupo jovem da Igreja Católica.
Era de costumes reunir a turma nos finais de semana e se encontrar na Praia do Futuro, mais precisamente na 31 de marco, aonde existe uma praça do mesmo nome.
Geralmente a gente ia a pé da Cidade 2000 até a 31 de março, seguindo pela avenida, lembro que era cansativo, porque era uma subida depois descida, até chegar ao destino.
Em uma dessas vezes eu ia com a minha amiga RAIMUNDA e para um ajudar o outro na caminhada e subida a gente ia de mãos dadas, como se fossemos namorados.
Na época eu tinha terminado um relacionamento com uma jovem de nome JÚLIA , que morava no bairro Montese, cujo namoro havia durado três anos, porém estava muito recente ainda do término.
Era um dia de domingo, lembro que nesse dia o sol estava muito quente, quando a gente se aproximava da praia de onde estávamos já dava pra ver o mar, aquela paisagem linda, tudo azul a nossa frente, quando de repente ouvi uma voz alta dizendo:
"Você não deixou nem enterrar o defunto, já arranjou outra namorada... bichim"....
Eu de pronto conheci a voz e espantado olhei para trás, quando vem em nossa direção um fusquinha de cor branca com várias pessoas em seu interior, entre estas a ex namorada JÚLIA, que chegou a colocar a cabeça para fora do carro e repetiu o que disse por duas vezes, porém o veículo não parou.
A RAIMUNDA como já conhecia JÚLIA apenas ficou rindo, sem entender nada, não lembro se ela sabia do término do nosso namoro.
Moral da História
Que mundo pequeno e esse, quando se menos espera somos surpreendidos.
Eu jamais iria pensar que JÚLIA fosse aparecer naquela praia, haja vista que ela tinha costumes de frequentar a Beira Mar, que fica mais perto de seu bairro.
Como diz o ditado :
"As palavras machucam,
Os Gestos magoam,
mas nada se compara,
quando você é mal interpretado".
CONTO de Edilberto Nobre baseado em fatos reais.
02.02.2021.