A PRIMA E OS TRAPALHÕES
Década de 70, mais precisamente no mês de julho de 1973, fui a Quixadá-Ce., rever minha namorada JOANA DARC, que morava com meu tio Franquinho no alto São Francisco.
Tio Fransquinho tinha vários filhos a maioria mulheres entre elas se destacava a NENECA, "a moreninha", simpática, que gostava de conversar e dar risadas, porém, para ser mais correto era bonitinha, por isso chamava atenção.
Quando eu ia a Quixadá ver minha namorada o único divertimento a noite era o Forró, porém Tio Fransquinho era um pai muito severo, não deixava as meninas ir, como eu sabia disso nem convidava.
Quando eu ia para as festas tinha sempre a companhia de meu primo FAUSTO, filho de um irmão da mamãe.
Certa vez um dia de sábado, levei meu primo para conhecer minhas primas por parte de pai, que residia no Alto São Francisco e no trajeto conversando com ele falei da moreninha a minha prima NENECA, que inclusive estava sem namorado.
Então FAUSTO se lembrou dela e disse que já tinha visto ela no Açude do Cedro.
Aí eu alegre, perguntei: e aí convida ela pra ir pra festa, ele empolgado vou convidar.
Confesso que eu e o FAUSTO , antes de chegar na casa paramos em um bar e tomamos umas cervejas para dar coragem.
Por volta das 18:00 horas , chegamos na casa, estando todos sentados na sala assistindo os Trapalhões, que passava todos os sábados na Tv e na época era um sucesso.
Então eu fui até a janela e chamei NENECA vem aqui, ela se aproximou , quando eu falei que o meu primo que ali estava, apontando pra ele, queria conversar com ela e também convidar para a festa.
A Neneca não deu nem a mínima o meu recado, olhou para a TV e disse: "Estar na hora dos Trapalhões, só vou conversar com ele quando terminar".
Fausto ouviu a resposta dela e não gostando me chamou : Vamos embora.
Então eu chamei a Joana Darc, que também assistia os Trapalhões, todavia ela não me deu a mínima atenção, quando eu disse que também ia embora.
Descemos do Alto São Francisco e paramos no mesmo bar e tomamos mais cervejas.
Já tarde da noite fomos para o forró.
Moral da História:
Na festa tanto eu como o primo FAUSTO arranjamos namorada e dançamos a noite toda.
No dia seguinte, um domingo pela manhã, quando eu estava de saída para ir para o Açude do Cedro, quando deparei com a minha namorada JOANA DARC, acompanhada de outra jovem, porém quando eu me aproximei ela disse: "bonito pra sua cara né, todo mundo tá sabendo que você na festa arranjou uma namorada, estar tudo acabado entre nós".
Eu com vergonha, abaixei a cabeça e adentrei na casa da Vovó.
Naquela época as moças do interior preferiam assistir os Trapalhões do que namorar.
"RECORDAR É DAR VIDA AO PASSADO "
CONTO de Edilberto Nobre, baseado em fatos reais.
04.01.2021.