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 CAÇADOS
 
Desmontaram dos enormes animais no alto de uma colina, quando já parecia afastado o suficiente dos predadores. Do alto dessa colina podia-se ver o vale e a nave caída no fundo  Perceberam que o enxame de insetoides se dirigira para a nave, atacando-a e a despedaçando.
 
- Não faz sentido! O que eles querem lá? – Camila perguntou atônita.
 
- Lá se foi nossa chance de sobreviver a este lugar! – lamentou Sam enquanto arrumava um lugar para se sentar.
 
- Não seja pessimista, a nave enviou um S.O.S. antes de cair. É procedimento padrão. – disse Dra. Pierce  enquanto vasculhava a mochila.
 
- E os outros? Será que ainda estão por lá? – Sam fez a pergunta que rondava a mente de todos.
 
- Difícil. Eu percebi que a maioria das cápsulas de hibernação teve danos na queda. Depois que caíram no penhasco então... – opinou Lucius
 
- Mas temos que verificar! – disse Dra. Pierce alcançando finalmente um comunicador reserva: - Miranda Pierce na escuta, câmbio!
 
Camila, que estivera de olho na nave coberta de insetoides através do binóculo percebeu uma sutil mudança nas criaturas. Pararam de fuçar a lataria e ficaram com as antenas erguidas no ar.
 
- Alguém na escuta? Câmbio. Somos sobreviventes da queda da Argo 7! Nossa localização é... – ela se deteve pois não haviam parâmetros de localização, nem coordenadas ou pontos cardeais para se orientar naquele planeta desconhecido – uma colina a noroeste do ponto de impacto, diante do vale. Câmbio!
 
A massa de insetoides ordenadamente começou a se mover para longe da nave, atravessando o vale em direção a algo... Em direção a eles?
 
- Dra. Pierce, por favor, desligue isso.
 
- Não até obtermos resposta, mocinha!
 
- A senhora não está entendendo... Aquelas coisas estão vindo pra cá.
 
- Como assim?!
 
- Eu não sei, apenas desligue, rápido!
 
A médica desligou rapidamente o aparelho, e então observaram os insetoides no vale pararem seu movimento de massa, como se estivessem desnorteados por um momento. E depois retornaram em direção à nave.
 
- Como isso é possível?! – perguntou Lucius.
 
- Talvez sejam atraídos por eletromagnetismo, ondas de rádio, algo do gênero. Como os animais da Terra, alguns pássaros migram orientados pelos pólos magnéticos, e alguns dos extintos tubarões usavam uma espécie de sensor elétrico para encontrar presas escondidas. Eles detectavam a eletricidade gerada pelo sistema nervoso das presas. – explicou Camila.
 
- Então é por isso que atacaram meu braço robótico?  - perguntou Lucius.
 
- É uma hipótese.
 
Repentinamente a massa de insetoides parou novamente, erguendo suas antenas em direção a algo.
 
- Doutora Pierce a senhora ligou o intercomunicador?
 
- Não! – disse a médica mostrando o aparelho.
 
Os vorazes predadores, porém, começaram a marchar em direção à outra extremidade do vale, inequivocamente.
 
- Isso só pode significar uma coisa... Alguém respondeu nosso chamado! E eles estão em perigo!
 
Dara Pinheiro
Enviado por Dara Pinheiro em 12/10/2020
Reeditado em 12/10/2020
Código do texto: T7085710
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