Em Busca Da Felicidade.
E foi assim no ano de 1.983, saímos de Campo Grande M.S., com destino ha Porto Velho R.O, para encontrar meu marido Djalma que aqui já estava a seis meses.
Viemos em um caminhão carregado de águas, que pertencia á empresa onde o Djalma trabalhava, e o patrão gentilmente consentiu que viéssemos juntamente com a nossa pequena mudança.
Vinha confiante trazendo uma mala cheia de sonhos e meus três filhos: Glaucio com treze anos, Glauco ia completar onze anos e o caçulinha
Glauber com cinco anos.
Foi uma viajem bem complicada, a estrada era péssima, demoramos quatro dias pra chegar aqui, nossa chegada foi uma alegria, afinal a família estava reunida novamente.
Djalma já havia alugado uma casa de madeira bem simples, o que o dinheiro podia pagar, era dividida com o proprietário meio a meio, foram tempos muito difíceis, confesso pra vocês que as vezes eu chorava escondido longe das crianças, para eles era uma festa na casa ao lado tinha três meninas com a mesma idade deles e logo fizeram amizade.
Assim que me ambientei com o lugar comecei a procurar um trabalho.
Primeiro fiz a matricula dos meninos na escola mais próxima.
Lá perto de casa tinha uma placa avisando que em breve seria inaugurada uma empresa, que vinha de Manaus cujo nome era Jalles.
Eu passava sempre para saber quando iam inaugurar, um dia um senhor me atendeu e disse: - A senhora quer trabalhar no escritório?
Eu respondi: - Não, quero ser vendedora.
Ele disse: - Nunca tivemos uma mulher em nosso quadro de funcionários.
Pensei não vou desistir, até que um dia voltei lá e vi muita movimentação e fiquei sabendo que o barco que vinha de Manaus naufragou e eles fizeram de tudo pra não perder as mercadorias que estavam empilhadas, todas sem caixas, eles disseram que só poderiam inaugurar quando fossem vendidas, então pedi a eles que colocassem os preços em um papel para que eu pudesse vender, nisso já eram quatro horas da tarde, passei rapidamente em casa para avisar que ia trabalhar e sai vendendo em todos os comércios, modéstia a parte sempre fui boa de bico, aquele dia cheguei em casa já eram nove horas da noite e tinha vendido muito e colhido endereço para entrega.
Nem preciso dizer que fui contratada como vendedora, mas o gerente sr. Felício foi claro quando apresentou um rapaz, o Ovídio que veio com eles de Manaus, que ele venderia somente para os grandes supermercados e disse você ficará com os pequenos.
Chegando em casa contei a novidade, conversei com o Djalma e os meninos e foram distribuídas as tarefas entre o Glaucio , o Glauco e também tinham que levar o Glauber pra escola e eles deram conta direitinho do recado, além de limpar a casa, lavar as louças, deixavam o arroz lavado, a salada pronta só pra temperar, pra quando eu chegasse tudo estava facilitado.
E assim o tempo foi passando, nada era fácil, mas a família unida era tudo de bom.
Não tínhamos luxo, nem conforto, mas por incrível que pareça eramos muito felizes.