155 - Cento e Cinquenta e Cinco
É um amor vadio. Se chega sai o mundo pela porta lateral, sem bulha e o que sobra é a festa. Uns dias de folga e folguedo, um prazer forte e sem medo, uma voz que traz os sons que valem mais e silencia o resto. Tudo o que acontece é pela emoção anunciado. Comida, sexo e bailado. Bebida e o mar, o céu, outro qualquer lugar onde tudo o que haja para, tudo o que ali esteja emudece e cega. Só eu e o meu amor vadio para encher a terra que se acanha num abraço, no peito, na pele que vai onde o pensamento a toque. E depois… tudo. Um tudo que abala e estremece, que se escreve sem letras, que é tão intenso e tão leve, assim de lama e aço, de já nem saber sei o que faço. E sobe, desce, ama, morre, acorda e vai. Sempre que volta, dispo-me de gala.