Vale do Loire
Vale do Loire
Um rio de vinho com castelos de queijos forma a paisagem do Vale do Loire. O queijo é o corpo da França. O vinho é o sangue da França. A nobreza francesa se escondia nos castelos de Chambord, Chenonceau, Villandry, Amboise e Cheverny enquanto o povo vivia na miséria sem pão nem chão.
A uva é a dádiva da terra que produz o sangue da França. O leite é a dádiva da vaca que produz o corpo da França. O homem é a dádiva do homem que produz o sangue e o corpo da França.
A água é o sangue da terra. O rio Loire carrega o sangue da terra. O sangue da terra produz o sengue da Terra. A dádiva da terra produz o homem. O homem produz o sangue da França.
O queijo é o corpo da terra. A vaca é a flor da terra conduzida pelo pastor do Vale do Loire. A vaca é a flor que produz o leite da terra. O leite da terra produz o queijo. O queijo produz o homem. O homem produz o corpo da França.
Cada tijolo dos castelos do Vale do Loire é um homem aprisionado pelo cimento. Um homem decapitado pela guilhotina. Um homem sem pão esmagado pelo absolutismo francês. O absolutismo transformou homens em tijolos. Tijolos viraram castelos. A nobreza são homens que se escondem usando tijolos como escudos. Vieram os jacobinos e a revolução francesa e de nada adiantou se esconder atrás dos tijolos dos castelos.
O homem não pode ser reduzido a um tijolo. Castelo é história que deve ser preservada, mas não é esconderijo para covardes. O homem precisa se libertar dos castelos que o aprisionam. A liberdade está nas florestas e nos jardins dos castelos e não dentro dos castelos.