1108 - KOROWAI - 8a. Parte
KOROWAI
8ª. parte.
Em Papua Moresby ficaram Dr. Galeano, Kevin e os dois carregadores. Após a partida do helicóptero, Galeano transmitiu ao Coronel Sandoval as últimas notícias.
Depois, dirigindo-se Kevin e aos dois carregadores:
— Bem, vamos dar um geral e verificar se os caminhões estão funcionando bem.
E partiram para o trabalho. De tal forma que quando os expedicionários chegaram, estava tudo pronto para partirem embarcados nos veículos. O cansaço, entretanto, era muito e todos se deram ao luxo de um dia de descanso. Banhos refrescantes numa pequena cachoeira nas proximidades, roupas limpas e boa alimentação feita pelos nativos da pequena vila.
|O Coronel Sandoval, encarregado das comunicações, mantinha contatos com doutora Arlete, no hospital de Port Moresby, e com o departamento da UNESCO, que havia deslocado um funcionário para a capital da Papua-Nova Guiné, a fim de não só providenciar facilidades para o retorno de toda a expedição, atenção redobrada para a líder da expedição e levantar a moral de todos, abatidos pelo estado de saúde precário de Susana e pelo fracasso da expedição. Duas vezes por dia tinha notícias de Dra. Susana, que continuava hospitalizada e apresentando pequena melhora.
Quando, finalmente todos se encontraram em Port Moresby, foi um alívio e uma alegria para todos.
Visitaram a Dra. Susana no Pacific International Hospital. Embora a cidade seja considerada um dos piores lugares para se viver (e talvez por isso mesmo) tem três hospitais. O
Pacific mantém inclusive uma boa equipe dedicada a doenças tropicais.
— Foi providencial o internamento da doutora Susana neste hospital. — Disse a doutora Arlete. — A equipe especialista em doenças tropicais, o que foi providencial, pois com exames acurados, conseguiu-se o diagnóstico para o estado da doutora. Trata-se de uma doença rara, que ataca os indígenas das montanhas, o kudu.
— O kudu? E ela estava justamente levando um antídoto quando foi para a aldeia de Rangu-Kalan! — Exclamou o doutor Nelson.
— Pois é. Uma febre hemorrágica transmitida por mosquito Uma doença que ataca o sistema neurológico e imunológico, causando estragos incríveis. Explicou o diretor do Hospital, presente naquele momento no quarto onde estava Susana.
— E pode ter afetado seu cérebro na área da memória?
— Sim, parece que sim. Vamos fazer de tudo para reverter o quadro. — Afirmou o diretor do hospital.
A doutora Susana ouvia placidamente o diálogo entre os médicos. De nada se lembrava, e parecia que falavam de coisas que nada tinham a ver com ela.
— Se passasse mais um ou dois dias sem socorro, ela por certo viria a falecer.
A doutora Arlete entrou com um pouco de otimismo na conversa:
— Felizmente, o estado geral de saúde da doutora Susana está bom. Ainda fraca, mas recuperando-se rapidamente. Quanto ao esquecimento, tenho certeza de que ela voltará a ter sua memória restaurada.
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— Está tudo providenciado para o retorno de vocês ao Brasil, por avião, que levará também a doutora Susana, com toda a assistência de que ela ainda necessita. — Comunicou-lhes Charles Fentmore, o eficiente funcionário da UNESCO.
Todos se congratularam e alguns até foram comemorar no bar do hotel. Para alguns, a abstinência de álcool durante muitos dias havia sido tão esgotante quanto às peripécias que viveram durante a expedição.
O avião fretado especialmente para o retorno da equipe deixou Port Moresby numa clara manhã tropical. Luminosidade total, quando as cores se destacavam de maneira impressionante. O Oceano Pacifico desenrolou seu azul a perder de vista, dando a impressão de que estariam na verdade num planeta só de água.
Uma escala em Sidney, na Austrália, apenas para reabastecimento e outra em Santiago do Chile. Mais algumas horas de voo e o avião aterrissou no aeroporto de Curitiba.
continua.
ANTONIO ROQUE GOBBO
Belo Horizonte, 25 de janeiro de 2019.
Conto # 1108 da Série INFINITAS HISTÓRIAS
Capitulo 8 de “Korowai”